018:Um beijo...para Marlene?

31 12 0
                                    


Ela se parecia comigo; assustadoramente parecida comigo. Foi por isso que eu gostei dela à princípio.

Gostei de como ela sempre tinha uma resposta na ponta da língua.

Gostei de como ela era boa nas coisas que fazia.

Gostei de como ela me maquiava quando estavamos a sós.

Quando comecei meu namorado com Marlene, foquei em todas as coisas que gostava nela; Tentei me desfazer de tudo que pensava sobre mim mesmo.

Cobria meus sentimentos pelo puro brilho de ser famoso e invejado como "o casal mais bonito de Hogwarts".

Mas por deus! Tinha alguém que sequer fazia algo mas brilhava mas do que qualquer coisa que já havia visto.

-Marls, cê tá bem? Você parece distraída hoje - Passei meu braço por seus ombros enquanto iamos em direção ao lago.

-Six. Eu gosto de outra pessoa.

Não vou mentir, foi estranho ouvir o decorrer de suas palavras. Mas o que acho que foi o pior é que em minha mente, as mesmas palavras se repetiam por dias. "Eu acho que gosto de outra pessoa".

Endireitei minhas costas e me sentei na grama.

-Quem é?

Ela observava as folhas laranjas frutuarem no lago como se fossem ouro reluzindo no reflexo da água. Em silêncio.

-Qual é- Comecei, a voz vacilando por um minuto- não... Não confia em mim para falar quem é?

Seus olhos se levantaram marejando em minha direção, me fuzilando.

-Dorcas. Dorcas Meadowes.

-Mas Dorcas é uma garota.- Afirmei.

-Eu sei.

Enquanto Marlene chorava e eu a abraçava, sussurando "Tudo bem, Carmen" eu percebi que Marlene gostava de alguém do mesmo gênero. Me assustei ao ver como cada vez mais ficávamos parecidos.

. . .

Naquela mesma tarde voltei para o dormitório embusca de um pouco de cigarro e bebida que guardava embaixo da minha cama. Não esperava encontrar um garoto de cabelos castanhos sentado na janela.

-Teve um dia ruim Remus?- Perguntei me aproximando de sua figura.

Me arrependi de ter entrado quando o vi jogar a cabeça para trás enquanto sua boca fazia um rastro de fumaça. Foi impossível controlar o que aconteceria a partir dali.

-Por você estar aqui a essa hora, o seu dia deve ter sido uma bosta- Falou, levando o cigarro aos lábios novamente e endireitando q cabeça em minha direção.

-Marlene e eu term...- O ouvi soltar uma risada nasal- Do que está rindo?

-Nada, Nada- Ele sacudiu a cabeça- É só que... Você continua mentindo para si mesmo.

-Que?

Ele virou a cabeça novamente, encarando a janela.

-Você continua mentindo para todos, dizendo que está se divertindo com ela.

Como um relâmpago, minha mente clareou.

Cheguei até seu ouvido e disse:

-É isso que quer que eu diga? Que estou mentindo?- Sussurei o vendo arquear levemente as costas.

Me assustei quando ele seguroi meu queixo, obrigando que eu o olhasse.

-Ela lhe dá calafrios quando pisca seus olhos de desenho animado?

Não consegui responder quando o vi tragar o cigarro de novo, segurei seu olhar como se o fosse perder em apenas uma piscada. Era alarmante a tensão, honestamente.

-O quão encantadora ela pode ser para você?- Sua boca soltou fumaça que seguiu para a minha entreaberta, me deixando provar de seu hálito.

-Nós terminamos- Disse com firmeza, ambas mãos rumando a seus ombros.

-Mas ela continua brilhando para você?- Sua boca movia-se de forma tão convidativa.

Em um momento de pura lucidez eu respondi:

-Como poderia notar se ela brilha quando você é tão reluzente que me cega e da-me calafrios?

Não saberia dizer quem iniciou aquilo, mas posso dizer que ambos se divertiram com o resultado.

Enquanto eu tinha minhas mãos na cintura de Remus, ele levou as suas até meus cabelos e puxou, provocando um suspiro meu. E por deus, nada me deixou mais satisfeito do que quando você desceu os beijos para meu pescoço, com a boca entreaberta, pronta para experimentar todo pedaço de pele que entrasse em seu caminho.

Com um movimento de seus quadris, Remus se levantou de onde estava sentado, me guiando até a cama mais próxima, sem que seus lábios descolassem dos meus.

Enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo e tudo que conseguia fazer era puxar seu corpo para perto, a mente gritando "finalmente estou atravessando o limite do mundo ordinário". Foi ai que esquecemos que ainda havia pessoas que dividiam o mesmo dormitório que a gente.

A porta foi aberta por James e Peter que fincaram seus olhos para onde estávamos.

Remus pulou para se levantar e andar apressadamente até onde havia deixado sua caixa de cigarros, enquanto eu me arrastava até estar sentado e encostado na cabeceira da cama, usando um travesseiro para esconder meu colo e o que quer que tenha se formado lá.

-Cara, por que você tá na minha cama?- Peter perguntou sendo seguido por um James de sombrancelhas arqueadas.

Esse momento foi guardado junto a todas vontades secretas de algumas pessoas.

819 palavras não os descrevem.



*O Sirius chamar a Marlene de "Carmen" é um referência a uma música da Lana del rey(é a música de inspiração para esse capítulo)

o resto da vida está á um passo daqui...Onde histórias criam vida. Descubra agora