Somos nós, sempre seremos

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Boa noite, New Italy!!!

Antes que eu possa te mostrar como eu parei naquele pedaço de inferno, preciso mostrar pra vocês quem eu sou, ou melhor quem somos!

Somos nós, apenas nós desde os 11 anos de idade, Lizzie, Millie e Kate,  quando se passa o fundamental e o ensino médio numa escola, que por algum acaso parece que a cada dia parece que, eu vou pular pra fora da tela de um episódio de Gossip Girl e a garota do blog vai narrar o como nossa vida está uma bela duma merda!!!

3 garotas numa grande escola, a italiana mais escandalosa de New Italy, a garota que poderia matar um com o olhar e uma porta em formato de ser humano, mas a porta mais incrível que vai encontrar em décadas.

Passamos por poucas e boas, mas na hora certo saberão...

Me lembro como se fosse hoje mais cedo, o momento mais de mais vulnerabilidade que já passamos juntas e foi ali que percebi que nada era por acaso, muito menos aquele encontro.
Eu estava matando aula embaixo das arquibancadas, recebi uma ligação mais cedo, meu avô, o homem que eu mais amei no mundo tinha 3 meses de vida, eu não poderia crescer ao lado dele em 3 meses, não poderia casar e vê-lo me entregar no altar em 3 meses, não poderia me formar em 3 meses e dizer que realizei nosso sonho "vovô sou professora agora".
Uma garota ruiva dos olhos flamejantes estava tão imersa em sua ira, que nem percebeu minha presença ali, ela apertava as mãos, gritava para as madeiras e ferros das bancadas o quanto odiava se sentir culpada por algo que não era dela, algo que nunca a pertenceu, uma culpa que a foi colocada pela sua própria mente, eu não deveria ouvir aquilo, mas as horas chorando que passei ali não me deixaram sair, mover membro algum na verdade. Para piorar nossa situação, uma garota dos passos lentos se agachava enquanto suas lágrimas escorriam, ela diferente da ruiva, percebeu que tinha companhia, foi ali... ali que tudo começou.

Eu respirei fundo e consegui andar ate a garota que gritava, não sabia se tentava abraçar, como não sabia seu nome não dava pra chamar

— Canta... – uma voz trêmula e baixa, presumi ser da garota que tentava se acalmar do meu lado

— Como assim??

— Ela vive cantarolando – ela se colocou ao meu lado, mesmo com a voz fraca começou a cantarolar a mesma música que eu ouvia todo dia pelos corredores.  Agora muita coisa ta explicada

A ruiva a nossa frente virou em nossa direção, parecia mais irritada, as lágrimas desciam seu rosto contra sua vontade, a palma de sua mão ja estavam para sangrar... Nesse momento tentei esticar seus dedos e foi a pior decisão que eu tomei.

Era uma crise de raiva e o fato de eu ter encostado nela, bom... desencadeou algo que até hoje não sei explicar, ela segurou meu pulso com raiva e com força, ela era forte com um cavalo. Eu tentei acalmá-la, mas parece que seus ouvidos estavam tampados, ela repetiu inúmeras vezes que não queria me ouvir, que não precisava de ajuda e que não importava quem eu fosse, eu não deveria me meter... mesmo assim o fiz

No fim acabei com um braço quebrado e um nariz sangrando, deixei mesmo ela extravasar a raiva, eu não senti dor alguma, a preocupação é uma ótima anestesia.
Descobri que seu nome é Elizabeth, que o nome da garota delicada que limpava freneticamente meu nariz com o máximo de cuidado era Milicent, elas foram com meus pais ate o hospital, uma estava com remorso e a outra preocupada, meu sorriso no rosto conseguiu acalmar as duas.

— Eu ganhei um pirulito e canetas pra desenhar no gesso – Eu disse rindo estendendo as canetas coloridas pra elas – Vocês assinam pra mim?

As duas riram e passamos o resto da tarde em casa, elas conheceram meu avô, meus irmãos e o Andreas, nós somos amigos desde os 3 anos, todos desenharam no gesso e meu padrinho trouxe gelatto pra gente. Descobrimos mais sobre quem cada uma era, sobre a realidade de cada uma e cada pesadelo, ninguém teve um bom dia, mas tudo parecia leve quando estávamos juntos, o sorriso delas me trouxe uma paz enorme e eu não entendi

Assim que elas foram embora minha ficha caiu, sobre tudo que aconteceu. Como elas conseguiram me afastar dos pensamentos ruins, que eu estava no começo do dia? Como consegui me abrir tão fácil?

Foi ali que eu tive certeza que, tem pessoas na nossa vida que a gente esbarra, mas tem pessoas na vida que a gente encontra... e nesse caso, foi encontro.

Passaram 10 anos e continuamos as mesmas, porém mais maduras, com menos pessoas ao redor, com um pouco mais de traumas e muitos, mas muitos mais problemas. Nada disso importa, o que importa é que um braço quebrado rendeu a melhor amizade da minha vida.

Hoje estou na faculdade vendo as duas discutirem pra ver quem vai pagar o almoço dessa vez, Andreas esta com a gente, ele esta babando em uma garota do outro lado do refeitório e eu só sei agradecer mentalmente pra Deus, o universo, ou sei la eu o que seja... por ter piedade de mim uma vez e não me tirar a minha luz, a minha paz e a minha calma, meus melhores amigos, minha vida.

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⏰ Última atualização: Sep 13, 2023 ⏰

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