capítulo 9: alienação

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oi! nem eu sabia que ia voltar tão rápido assim.

votem e comentem! é importante que eu saiba o que vocês acham da história!

boa leitura!

***

Selin cochilou em Veneza e acordou em Istambul, um pouco mais de uma hora depois de conseguir mover o seu - agora apático - noivo do quarto do hotel destruído após o intempestivo e inesperado término entre Serkan Bolat e a sua amante virginal, Eda Yildiz.

Durante os dias infernais que passou na suíte presidencial do hotel - claro, às custas do dinheiro farto de Serkan -, Selin chorou tanto que pensou que os seus olhos nunca mais desinchariam. Ela foi obrigada a ligar para a sua anne, relativamente desesperada após acordar com os olhos extremamente inchados e vermelhos, para pedir encarecidamente uma dica de como fazê-los voltarem ao seu aspecto normal. O que a anne de Selin disse, com palavras ásperas de quem havia sido acordada em uma manhã de sábado extremamente cedo, foi que ela deveria fazer uma compressa morna com chá de camomila e que parasse de chorar.

Após esse conselho um tanto quanto óbvio, Selin fez a compressa, deitada na escuridão do seu quarto, derramando lágrimas nervosas por um homem que nunca foi dela de verdade.

Ela comeu tanto sorvete diet o quanto conseguiu, assistiu à episódios aleatórios de Friends, sentindo pena de si mesma, odiando a possibilidade de que Serkan quisesse tanto a Eda que a estava prendendo no quarto, submetendo-a a toda a glória do seu pênis (porque, sim, o pênis de Serkan era glorioso, belo, grande, grosso... ele apenas não tinha nenhum interesse por Selin), determinado a engravidá-la para poder escapar de Selin. Mas isso não aconteceria.

Com uma máscara de argila preta e pepino nos olhos - mais uma tentativa de desfazer a vermelhidão que tingia as pálpebras e bochechas de Selin com um tom feio e manchado -, Selin tomou algumas decisões.

Antes de dormir, pegando o seu celular, ela enviou uma mensagem para Aydan Bolat, comunicando que uma parte do plano já havia sido concluída (a parte de dividir o seu noivo com aquele lixo suburbano chamado Eda Yildiz), mas que ela estava com problemas para resolver a parte principal: separá-los desse aparente idílio vivido embaixo de lençóis de seda e retornar Serkan para o lugar de onde nunca havia saído, o seu lado.

Convencida de que estava tomando uma boa decisão, Selin aguardou as bolhas de digitação por parte de Aydan se estabelecerem em uma mensagem curta e grossa.

Pegue de volta o que é seu, custe o que custar, escreveu Aydan, determinando assim o destino de Selin.

E assim Selin fez no dia seguinte, mal raiando o dia com um sol amarelo ainda tímido pintando o horizonte. Trajando as suas melhores roupas, Selin pegou a chave do quarto que deveria ter dividido com Serkan, o seu noivo, mas que agora permanecia usurpada por Eda Yildiz, a parasita.

Selin havia se fortalecido a noite inteira para conseguir enfrentar a sua grande rival, uma reles menina de 21 anos que caiu de paraquedas em uma situação inesperada. No fundo de sua consciência, Selin sabia que uma parte de suas ações iria machucar profundamente Eda Yildiz, pela simples razão de que Selin a envolveu em uma rede de intrigas e luta de poderes, dos quais Eda não detinha nenhum. Ela até mesmo trocou o turno da faculdade para conseguir assumir ao cargo que iria colocá-la para fora da Art Life. Como um cordeiro de sacríficio, Eda Yildiz se encaminhou para o seu abate sem ter consciência disso.

Selin sabia disso, mas não sentia remorso por tornar uma garota pobre, desempregada. Com os seus talentos, Eda logo conseguirá um lugar de confiança em um outro escritório de arquitetura. Na verdade, ela já tinha uma ideia de quem poderia ser o novo empregador de Eda. Seria mais um empecilho entre a morena e Serkan, impedindo-os de tentar voltarem a se encontrar.

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