capítulo 10: observação

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olá!

tem aviso no final do capítulo.

boa leitura!

***

Em frente à faculdade onde Eda Yildiz estudava, Serkan Bolat se sentiu relativamente desesperado.

Já se passaram 8 dias desde que Eda sumiu das vistas de Serkan e ele não entende bem como pode permitir que essa situação se prolongasse tanto.

A partir do dia em que Eda partiu de Veneza sem esperar por ele, Serkan não conseguiu mais dormir. Obcecado, ele revirou o instagram em busca do perfil de Eda, o usuário da garota tatuado em sua mente, mas, surpresa das surpresas, ele não conseguia ver nada além da sua imagem de perfil, porque ela o bloqueou. Inesperadamente surpreso por ter sido bloqueado pelo amor de sua vida em uma rede social, ele criou um novo perfil para tentar se reaproximar de Eda, mas a solicitação nunca foi aceita.

Ele se dedicou em perseguir Eda a partir das informações preciosas que ela compartilhou com ele — sobre a faculdade, sobre a floricultura, sobre as pequenas memórias de sua vida —, e aprendeu a viver por meio dos momentos roubados da rotina de Eda que ele conseguiu capturar.

Na primeira vez que ele a viu na faculdade, foi um teste de resistência permanecer no mesmo lugar, paralisado e invisível aos olhos do seu amor. Era noite, Serkan estava com uma sombra de cinco horas na barba que crescia rapidamente, acompanhando a ansiedade do rosto cansado do seu dono, e bebericava o seu café com essência de baunilha, que aprendeu a beber com Eda, nos poucos dias que ele a teve para si, para o seu convívio íntimo.

Serkan escondia os olhos arroxeados de não dormir com óculos Ray-Ban escuros e fungava com uma gripe da qual não conseguia se livrar, porque o seu sistema imunológico estava abalado por não descansar devidamente. Longas noites se revirando na cama, ignorando os telefones nervosos de sua anne com agorafobia, que dependia de Serkan para vê-lo. Nos seus sonhos, Eda estava envolta nos braços de um homem desconhecido e sem identidade, rindo abertamente para ele, confortável em seu abraço como ela nunca esteve entre os braços de Serkan.

Ele se sentia meio louco, muito desesperado.

Um tanto maníaco.

Naquela noite, ele bebericava do seu café e fumava compulsivamente um cigarro atrás do outro, tossindo no espaço fechado do carro por conta da inflamação que fazia a sua garganta arder, quando viu uma BMW prateada parar no meio fio da porta da faculdade de Eda. De dentro do carro saiu uma sorridente Eda Yildiz, segurando um fichário volumoso e um canudo longo, provavelmente alguma planta, um trabalho de faculdade.

Do outro lado, como motorista, saiu um sorridente Kaan Karadag, que abriu a porta do passageiro e retirou uma bolsa um tanto quanto surrada, aparentemente de Eda.

O que Kaan Karadag fazia ao lado de Eda?

Levando-a para a faculdade (o que Serkan nunca fez).

Carregando a sua bolsa (o que Serkan nunca fez).

Sorrindo, livre, para ela (o que Serkan gostaria de estar fazendo).

Mas ao invés de sorrir para Eda com liberdade, Serkan estava espremendo o seu copo de café, derramando café morno em todo o seu terno Armani, sujando as suas coxas e o seu abdômen com o líquido doce que tanto o lembravam a mulher que estava sorrindo para outro homem.

A mulher que deveria ser dele.

Exclusivamente dele.

Serkan pensou com seriedade em sair do carro, tomar a bolsa surrada de Eda das mãos sujas de Kaan e puxá-la para o seu lado, enfiando-a no carro e dirigindo em frente até chegar em um lugar onde os dois possam viver confortavelmente e em paz, separados do mundo, separados de tudo.

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