Cap 8.

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LENNON.

Num dia eu tô contente pra caralho ao ver minha irmã de novo aqui em cima. Ver a minha felizona, mostrando pra comunidade toda a filha médica, Joaquim dormindo agarrado nela que tanto sofreu quando ele meteu o pé do morro e as jantas em família ganhando mais vida com a sua risada contagiante, e as brincadeiras de irmão mais velho e irmã mais nova entre nós e Victor.
E no outro, minha cabeça entra em delírio pensando que por falta de respeito do merda do Ret, eu poderia ter perdido ela e quase que ele por ser meu irmão.
Maior medo da minha mãe sempre foi perder um de nós pra essa vida, todo dia ela se abaixa na frente do pequeno congal que tem em casa e pede proteção aos orixás pra gente nessa vida louca. Acho que a fé dela transforma nosso corpo em aço.

- Aí namoral, quarta feira e eu com esse peita aqui no ombro pra aguentar marola da tua irmã e do Ret. - Índio soltou ao jogar algumas balas pra cima enquanto subimos morro depois de checar a segurança da entrada.

- Falar da minha irmã já não te rendeu esse olho aí? - Analisava os outros cabeças de Ret revisando cada beco pra lá e pra cá. - Tem sorte que não foi eu. Ia ter um buraco aí.

- Vitinho que se alterou. Eu tava só gastando. - O tom da voz voltava a ter malícia. Que inferno do caralho. - Mas qual foi dela e do Ret? - Maluco tá doidinho pra ver o circo pegar fogo.

- História que já foi encerrada. - Olho pra ele antes de entrar no cafofo novamente. - E acho melhor tu não abrir a boca pra falar disso mais.

Ret tava sentado com a cara cheia de pó naquele mesmo lugar o dia inteiro. Não sei como ainda coordena a cabeça. Sempre passei longe dessas paradas.

- Tudo checado. Tem que reforçar lá na tua, deixei pra que tu escolhesse quem quer lá no teu plantão. - Larguei alguns dos bolos de dinheiro que alguns moradores haviam me entregado sobre os pagamentos das contas da comunidade. - Checa aí depois.

Tava pronto pra meter o meu pé, aquela cara de bunda dele como se fosse o maior traído da história me deixava a ponto de fazer ele dançar também. Quem descumpriu trato e levou irmã de amigo pra cama, não foi eu. E sou preso naquele lugar quando vejo Delacruz e BG com Laura sendo segurada pelos braços.

- Olha só. - Ela puxava os braços das mãos deles. - Vocês perderam completamente a noção? Sério, eu disse que eu ia vir numa boa! - Suspirou ao finalmente ser soltada pelos dois. Maior drama também. Eles nem tavam apertando.

- O que rolou aqui? - Virei meu rosto pra Ret. - Minha irmã fez alguma coisa?

- Só se envolveu com bandido, nada grave. - Ele falava com a cabeça baixa. - Primeira ela se envolve com o dono, depois ela se envolve com filho de dono. Acho que no final das contas, ela gosta pra caralho.

- Lava a boca pra falar da minha irmã. - A voz de Vitor saiu do canto do sofá e agora ele já estava de pé.

- Além de maluco, agora tá apresentando grandes sinais de esquizofrenia. - Laura disse ao cruzar os braços no mesmo lugar que estava antes. Pude notar a risada sendo segurada por BG.

Fotos foram jogadas em cima da mesa por Ret. Do mesmo dia em que ela estava na praia com a tatuagem pra ele a mostra, mas essas agora foram tiradas com um moleque todo engomadinho e que demonstravam ter bastante intimidade.

- Esse é o Lucas. - Laura falou ao se aproximar da mesa finalmente pegando a foto na mão. - Por que você tem essas fotos? Maluco. - O olhar dela intercalava entre Ret e as fotos.

- Lucas Farelli. - Ret soltou ao acender um baseado e ficou encarando Laura. - Pra quem se arrependia de ter parado na cama de um. - A raiva tava tomando conta de toda a expressão dele.

- É o sobrenome dele, o que tem? - Laura revirou o olho ao sentir o cheiro e encarou Ret com as mãos na cintura. - Não tô entendendo você, seu doente. Acho que essas merdas que você continua sendo refém estão acabando de vez com o pouco que seu cérebro ainda funciona.

- Farelli é o maior rival daqui, princesinha. - Índio abriu a boca ao pegar a fogo das mãos dela e ficar analisando. - Namoral, tem nada a ver com o Ret. Cara parece até de comercial. É envolvido mesmo?

- Aprendendo muito com o papai. - A voz de Ret era de debocha, mas a cara era de ódio. E a cara de Laura quase encostava no chão.

- Eu jamais me envolveria com alguém assim de novo. Eu já tenho arrependimento demais de um erro assim. - Laura disse antes de virar as costas e tentar sair, mas ser barrada novamente por BG e Delacruz. - Me deixem sair daqui. Eu não consigo olhar pra esse homem. - Seu corpo pequeno fazia força contra os dois que pareciam muralhas pra ela.

- Você fica comigo até essa onda de subida passar. Vai saber se não vai dar informação pra ele.

- Pera ai, Ret. Ela tá segura lá em casa. - Minha vez de me meter nesse circo. Caralho, Laura tem imã pra infernizar a minha cabeça. - Não precisa ficar com tu não.

- Não preciso mesmo. E eu não consigo acreditar nisso, Lucas é residente no mesmo hospital que eu. Isso é delírio seu, Filipe. - E voltou a tentar passar pelas portas extras de carne e osso. - Borges, sai da minha frente! - Tapas foram deferidos contra o peito dele.

- O sonho da princesa de fugir de um amor bandido e ir pra um tranquilo e calmo caiu por terra. - Uma risada fraca foi soltada por ele. - Ela fica comigo. Nada do que tu vai fazer lá, não vai ser feito á minha volta. Só avisa a Dona Vera.

- Eu faço a segurança dela. - BG disse quando parou de apanhar. - Fica de boa.

- Bagulho parece mais sinistro entre vocês dois do que a invasão. Quer um segurança pra tu também, chefinho? - Índio disse ao acender o cigarro no canto da boca. - Sabe como é, mulher é tudo maluca. Ainda mais as quietinhas, eles são diabólicas.

- Ninguém vai fazer a minha segurança porque eu não vou ficar no mesmo lugar que você nem um segundo a mais. - Laura disse ríspida. - Eu não sei porque você tá armando todo esse circo. O maior palhaço é você tirando os seus melhores homens pra cá pra te ver enchendo a cara de droga e tendo uma crise de ciúmes de algo que nem é seu, e nem diz respeito a você. Lucas não tem nada a ver com isso.

Ret não falou nada, mas jogou outras fotos em cima da mesa fotos de Farelli com o moloque pequeno e outras deles por agora. Eram poucas, mas existiam e eu não fazia ideia de como ele havia conseguido aquilo tudo.
O peito de Laura que antes estava estufado agora subia e levantava de maneira ritmada e as mãos passavam trêmulas pelo seu rosto, e agora as pernas pequenas passeavam pra lá e pra cá fazendo barulho do pequeno salto que tinha na sandália.

- Calma, eu não vou matar o seu amor. - Ret disse. - Não se ele não pisar aqui no meu morro. - O lado diabólico tava dando as caras até no tom de voz. - E até eu ter certeza que ele não vai fazer nada, você fica embaixo dos meus olhos.

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oiii, amorzinhas. tudo bem com vocês?
de novo afastadinha e voltando com um capítulozinho pra vocês, mas vou tentar me empenhar mais!!
tive alguns com o meu pai de novo, mas tudo agora parece estar volta do ao normal também!!
o que vocês acharam?
tô doida pra ser mais ativa aqui e trazer todas as emoções que venho imaginando pra esse história

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