Desagradável

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Hey desculpem possíveis erros . Obrigada por lerem. ❣️

Clara

"Eu não tô acreditando que você vai depor a favor dele. Eu vou embora "

Foi a frase que Helena deixou para trás antes de sair porta a fora extremamente chateada. Clara não lembrava de tê-la visto assim em outro momento. Sabia que o que estava fazendo era errado, mas não conseguia encontrar solução para seus problemas financeiros, e não queria tirar Rafa do seu conforto. Mas ao entrar no seu quarto ele pareceu tão vazio sem Helena. Seus olhos bateram no reflexo de algo no criado mudo. E lá estava o relógio de Helena. Segurou o objeto nas mãos e levou até o nariz, o aroma de Helena estava ali. De repente se sentiu boba por desperdiçar a oportunidade de toca-la e de mostrar o quanto a desejava. Mas tinha deixado sua  insegurança a impedir. A ausência de Helena era maior que aquilo, percebeu.
Pegou o celular com as mãos um pouco trêmulas, ainda se debatendo entre a hesitação e o anseio de ter Helena ali. Ainda assim, nesta  luta consigo mesmo começou a falar.
- Oi Helena, eu acabei de ver que você esqueceu seu relógio aqui... - suspirou o que mais deveria dizer? - Eu sei que você gosta bem desse  seu reloginho. - passou a mão no rosto criando coragem para continuar - mas a verdade é que é tão difícil ficar sem você. Volta. - enviou o áudio e ficou olhando para tela do celular em expectativa. Porém nada aconteceu. Trocou de roupa e se jogou na cama. Mordeu os lábios ansiosa ao perceber que Helena havia visualizado sua mensagem. No entanto, tudo que a personal respondeu foi:  " Deixe com Sr. Montenegro eu pego assim que possível. Obrigada"
Clara jogou o aparelho para longe frustrada. Abraçou o travesseiro que tinha o cheiro de Helena, enquanto sentia a solidão que havia sentido durante seu casamento mas que havia parado de sentir depois que Helena entrara em sua vida.
Adormeceu e tudo que tinha nos seus sonhos era Helena.

***

No dia seguinte saiu decidida a não ser ignorada pela personal. Achava que encontrara uma solução para que pudesse finalmente estar em paz com ela.  Foi até a academia. E observou, Helena estava concentrada orientando alguém com os exercícios. Estava com o rosto corado e por conta dos movimentos que fazia com os braços estimulando a aluna. Sorria com progresso. Mas de repente seus olhos de uma maneira quase que como a atração de um ímã encontraram os de Clara, que acenou para ela. A expressão relaxada de Helena foi substituída para uma mas séria.
- Você não veio treinar neh? - Foi a primeira coisa que disse ao se aproximar de Clara.
- Não. Eu vim ver você. Eu tenho uma proposta que pode ser algo muito bom - Clara sentiu-se nervosa. E também tinha ciência que estava parecendo uma vendedora de produtos de qualidade duvidosa. - pra nós duas. - Mas a necessidade que tinha de Helena a fez continuar.
- Eu sou toda ouvidos. - Helena parecia muito irritada ainda,  embora mantivesse  suas palavras em tom baixo.
- A gente não precisa mais falar do Theo. A gente não precisa mais falar de dinheiro de problemas, nada disso. - quando Helena fechou os olhos e meneou a cabeça se maneira negativa a voz da dondoca vascilou - Quando eu estiver com você Helena, eu quero tá com você, eu quero olhar para você. - suspirou observando o rosto da outra. - eu  quero fingir que nem um problema existe . - Quase sorriu ao proferir as palavras que eram tão verdadeiras em seu íntimo. Achou que não tinha como Helena não querer isso. Era perfeito.
- Eu acho que você não entendeu o que é se relacionar comigo Clara. Eu me dou por inteira. E eu quero que você faça a mesma coisa. Comigo. Eu não quero ficar alienada da sua vida. Essa conversa é por que você vai ceder não é? - Clara engoliu em seco. Helena era esperta demais para o infortúnio daquela conversa.O seu silêncio se estendeu.Então Helena continuou falando claramente decepcionada. Clara estava acostumada a ter aquela emoção expressa através das palavras de Theo. Mais isso vindo de Helena era doloroso demais. Não queria ser cobrada daquela maneira. Só queria ter Helena com todas as coisas positivas que ela trazia para sua vida. Isso chegou a deixá-la irritada.
- Helena o que eu não quero a essa altura da vida é algum tipo de patrulha. -  Helena suspirou olhando para o lado desviando a atenção de Clara. Como que para se situar e se manter neutra. - Tô tentando juntar os meus cacos tentando me ergueer. - Clara percebeu a expressão de Helena mudar para incrédilidade. E sentia que estava perdendo mais naquela conversa mas ainda podia levar Helen pra casa acreditava, ainda assim  resolveu apelar de maneira mais baixa que imaginou naquele momento.- poxa você devia ficar do meu lado devia me apoiar.
- Eu te apoio em tudo. - Helena esclareceu e Clara sabia que era verdade. Não tinha argumentos contra aquilo. - Eu só não vou aceitar ver a mulher que eu amo sendo manipulada. - "a mulher que eu amo. A mulher que eu amo." O cérebro da dondoca gritou. - Continuar presa. Entendeu? Você ainda não se livrou do Theo.
E Clara não queria ouvir o nome do Theo saindo dos lábios da mulher. Queria voltar para a parte em que escutava ela falar que era a mulher que Helena amava.
- Para. Esquece de falar do Theo. - disse em desespero. Procurando a todo custo alguma maneira de acertar as coisas.
Mas o que Helena falou em seguida foi inesperado demais e ela ficou em choque.
- Eu prefiro não ser mais sua professora. - Helena tinha uma expressão de dor. E Clara franziu o cenho. - E nem sua namorada completou. A última frase saiu em um tom mais baixo. Mas foi impactante. Clara ficou ali parada enquanto sua mente implorava para que fizesse  algo. Para que impedisse aquilo.
- Tchau Clara. Eu... eu espero que você fique bem - Helena disse se afastando com um olhar triste.
- Helena - Clara chamou sem ter a mínima ideia do que falar estava tudo acabado. Mas Helena parou e esperou.  " Faça ela ficar. " seu subconsciente gritava. Mas tudo que ela conseguiu fazer foi tirar o relógio da bolsa e  entregar para Helena em completo silêncio.
Helena Sussurrou um "obrigada" e Clara deu as costas saindo lentamente como se seu corpo tivesse uma tonelada agora e não pudesse se mover.
Quando chegou ao elevador. Se deu conta de que não teria mais Helena subindo para encontrar ela, nem na hora do almoço muito menos no fim da tarde. E deixou lágrimas escaparem por sua face.

***

Dream ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora