Capítulo 2 - O doce sabor das lágrimas salgadas

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Olá, sacaroses!!
Espero que estejam bem, depois do episódio que saiu hoje, porque eu chorei demais. #tobem mas #naotobem
Enfim, enfim... Uma certa pessoa cof cof me convenceu a postar esse capítulo agora, então aqui vamos nós!
(Perdoem os erros ortográficos, eu realmente não tive tempo de revisar)
Boa leitura!!!

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Tempo Presente.

Era uma tarde agradável, com clima ameno e umidade o suficiente para todos conseguirem respirar bem. Chuuya estava sentado ao balcão da seção "bar" da casa noturna, longe dos palcos onde aconteciam shows todas as noites. Em suas mãos, uma taça com um pouco de vinho ao fundo continuava intacta; ele não tomara nem uma gota do líquido desde que chegara ali, inesperadamente.

Normalmente, seu amor pelos vinhos o faria apreciá-los com sua vida. No entanto, nos últimos meses, beber até não lembrar que estava bebendo era sua única medida contra o estresse do trabalho duplo que não parava nunca. Por esse motivo, era uma surpresa que não tivesse colocado uma única gota de álcool na boca, hoje.

Acontece que o seu trabalho sem fim havia chegado num tempo de pausa. Sem saber a exata razão do porquê, uma semana de folga o aguardava, começando hoje. Não tinha certeza de como reagir a respeito disso, mas agradecer seu chefe talvez fosse um bom começo; até porque, sem a súbita ordem de Mori, ele estaria se acabando, fosse na Máfia ou na Vitas.

Era verdade que a palavra "folga" lhe soava estranha. Fazia alguns anos que ela havia sido retirada de seu vocabulário, sem nenhuma chance de vê-la sendo usada para falar de si novamente. Ele nunca tivera um dia sem trabalho, de fato, desde que foi empregado por Ōgai.

Vez ou outra até conseguia ficar sem trabalhar em dobro, no dia. Todavia, não é como se, ao se livrar de um emprego, você se livrasse do outro como algo automático. Em situações normais, conseguir um período de folgas na Máfia significava ter que trabalhar em dobro na Vitas e vice-versa. Quando não estava gerenciando bebidas, estava torturando alguém; quando não tinha nenhuma pessoa para matar, tinha que vender a si mesmo para quantos quisessem o comprar. E, bem, se agora não tinha que fazer nada disso, restava apenas aproveitar.

Chuuya olhou em volta do estabelecimento, vazio em sua totalidade. Admitia que viver num espaço lotado ao extremo todos os dias era cansativo demais, mas ver seu espaço de trabalho sem nenhuma alma viva a não ser ele mesmo era avassalador. Tal pensamento o deixou confuso e surpreso, porque nunca tinha gostado da casa noturna e sempre desejara que ela caísse em ruínas, por mais injusto que isso pudesse soar para com seu chefe, que lhe dera um lugar para trabalhar. Só que, agora, ele não estava gostando do que via. Desde quando havia se tornado tão sentimental assim, ainda mais com a Vitas?

Mori avisou todos os funcionários para que não se preocupassem, caso um cenário assim ocorresse. Era extremamente suspeito apenas dizer que "uma onda de diminuição de clientes" estava chegando e avisar a todos para não se importar com isso, independente do quão grave pudesse parecer. Mesmo assim, por mais intrigante que fosse, ninguém teria a coragem de questionar qualquer coisa que Ōgai dissesse, seja sobre a Máfia, seja sobre a Vitas.

O Nakahara tentou não pensar muito mais sobre o assunto. Se o próprio dono da casa noturna estava calmo com tudo isso, quem seria ele para se preocupar, sinceramente? Valia mais a pena pensar no seu vinho, ainda intocado, esquentando na taça. Ele suspirou, tomando tudo num só gole apenas para não desperdiçar. Fechou a garrafa com o restante da bebida e colocou-a no lugar ao qual pertencia, na prateleira do bar.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, ouviu um burburinho de vozes na rua e logo a porta da casa de abriu. Chuuya viu seus colegas de trabalho e, em certo ponto, subordinados, entrarem conversando sobre alguma coisa aleatória. Higuchi, Gin e Tachihara haviam apenas voltado da universidade, que Mori insistia que terminassem; pois, segundo ele, viver vidas normais deixava as coisas menos óbvias para a polícia. No final, ele apenas não queria funcionários que não fossem qualificados o suficiente, preferindo que todos fossem formados, mesmo que em cursos simples ou aqueles que as pessoas escolhiam não fazer por serem mal remunerados. O Nakahara achou aquilo uma hipocrisia sem tamanho, mas também preferiu não pensar sobre.

Chessboard - Chuuya NakaharaOnde histórias criam vida. Descubra agora