Olá, Sacaroses!!
Dóis capítulos numa semana só? You have been blessed. (É provável que eu fique um tempo sem postar, por enquanto.)
Este capítulo foi incrível de escrever, espero que vocês gostem! Boa leitura!!!~~~~~
⏳ Tempo Presente.
Chuuya encarou seu reflexo no espelho, espetacular ao máximo. A roupa que Mori e Kōyō separaram para ele era, bem... perfeita, sem defeito algum. Um belíssimo e longo...
...vestido de ceda vermelho.
As alças finas ficaram certas em seu ombro, apertando de leve a pele clara. Sua cintura bem marcada no tecido, valorizando seus quadris. O decote não é exagerado e a parte do colo que fica exposta não é um exato problema.
No lado direito, há uma fenda que deixa sua perna à mostra, desde a cintura até o final do vestido. E, para adicionar, há um arnês com cinto de couro que prende na coxa; um detalhe simples, mas que faz uma completa diferença.
Um salto preto completa todo o visual, o deixando alguns bons centímetros mais alto. O calçado é normal, sem enfeite algum; um básico prudente é melhor que um exagero de combinações. No fim, o Nakahara está magnífico.
É somente que... algo se perdeu no caminho. Aquele não parece Chuuya, não parece bom. A roupa não é passível de reclamações, só não o representa. É linda, mas feminina demais, ele não se sente confortável.
Roupa não define gênero, isso é algo no qual acredita fielmente. Além disso, não é incômodo usar um vestido, ele poderia o fazer em qualquer outra ocasião. Saltos não o deixam menos homem, um fato. No entanto, o modo como tudo aquilo fora decidido é o problema.
O Nakahara está com esta roupa porque todas as outras garotas vestirão algo parecido, porque os clientes preferem produtos afeminados, porque ele tem o padrão corporal de uma mulher. Baixo, com a cintura fina, coxas que se destacam em qualquer roupa, a clavícula apenas esperando por uma mordida. Tornou-se normal sexualizar o que é feminino, tornou-se normal feminizar Chuuya.
Dazai dissera uma vez, ele se parece com uma garota, com o diferencial de que nunca seria perfeito como uma. Não é delicado, educado, gracioso, fofo. Só tem um corpo que ajuda na hora do sexo e voilà!
Ele não está bem-vestido desta forma, está com nojo de si próprio, agora mais do que nunca. O que o diferencia das outras mulheres da casa é que, além de não ter a mesma biologia interna, não tem o mesmo valor que elas, aparentemente. O Nakahara vale menos, faz menos, esforça-se menos, tudo de menos.
Chuuya dá um longo gole na taça de vinho em suas mãos, a música que vem de seu telefone está chegando ao fim. Talvez estivesse ouvindo a mesma banda, Måneskin, por tempo demais, mas as letras parecem lhe queimar a alma. "I wanna be your slave, I wanna be your master..." é repetido pela última vez; ele só canta a primeira frase.
Assim que a última nota toca, no momento no qual a próxima música ocuparia o ambiente, ele escuta batidas na porta. Diminuiu o volume do celular antes de ver quem era, sem desligá-lo completamente. Cada passo que ele dá é vagaroso, relutante, e o barulho do salto é ironicamente agradável. Dá-lhe uma sensação de superioridade, elegância sem fim. Sendo sinceros, o ruivo é muito mais que a maioria de todos, ali.
"Olá, querido." Kōyō cumprimenta assim que vê o mais novo. "Está deslumbrante. Tinha certeza que este vestido ficaria perfeito em você." A voz dela é calma, mas certeira; seus elogios são sempre tão genuínos que é reconfortante.
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Chessboard - Chuuya Nakahara
Fanfiction"Eu sempre soube que meu destino era ser um peão. Então, eu posso, pelo menos, escolher qual rei estou servindo." . [EM HIATO] . - Essa história não é focada nos relacionamentos do Chuuya, mas, sim, em seu desenvolvimento. - Contém, em segundo plano...