Foi ela.
Grace.
O brilho na margem.
A atração das árvores.
Ela não é deste lugar.Grace havia deixado a propriedade habitada por Claudia morava e retomava o caminho de terra em direção à sua residência, que não se encontrava muito distante. O trajeto a conduziria através de uma pequena e estreita ponte de madeira, um ponto de transição entre dois mundos que agora constituíam parte integrante da sua realidade. Enquanto avançava com tranquilidade, avistou um carro estranho estacionado em frente à sua casa.
Sua fisionomia se fechou ao reconhecer os dois homens bem-vestidos, sua mãe e seu padrasto também estavam na varanda. Uma tensão palpável impregnava o ambiente, e Grace estava prestes a explodir como um furacão no epicentro dele. Os homens ao lado do seu padrasto não escondiam suas intenções; eram oficiais, e Grace já suspeitava do que estava por vir. A expressão habitualmente descontraída cedera lugar a uma carranca austera em em consequências das circunstâncias presentes.
Ela subiu os degraus da varanda, enfrentando olhares inquisitivos direcionados a ela. Sua mãe, que trajava apenas uma camisola branca, exibia uma expressão de ansiedade e raiva contida. O olhar sério lançado em sua direção deixou evidente que algo estava errado.
– Você quer que eu tenha um colapso nervoso? – Indagou ela com a voz carregada de frustração e preocupação.
A resposta de Grace foi concisa e direta: – Não, mãe. – Concluiu com um suspiro enquanto removia a mochila da cestinha de sua bicicleta. No entanto, sua mãe não ficou satisfeita e pressionou.
– Por que os policiais estão aqui? – Sussurrou em busca de uma explicação. Contudo, a resposta que obteve foi ainda mais vaga.
– Não sei.
Grace encolheu os ombros desviando o olhar para longe dali e colocou a mochila nas costas.
– O que você aprontou, mocinha? – Determinada a extrair uma explicação convincente, além daquela resposta evasiva, ela apenas prosseguiu encarando-a com firmeza.
– Não aprontei porra nenhuma. – A garota esbravejou com sua mãe completamente irritada, ignorando totalmente as pessoas ao redor. Ela não cederia tão facilmente.
Já com os ânimos exaltados por conta daquela situação tensa, Grace continuou ignorando sua mãe e partiu em direção à porta de entrada. No entanto, a mulher tentou agarrar seu braço, fazendo Grace se desvencilhar rapidamente e desistir do que estava prestes a fazer. O padrasto da jovem decidiu intervir então para evitar possíveis atitudes impulsivas por parte de sua companheira.
– Ei, escuta. Não fale assim. – Murmurou repreendendo a garota.
Os agentes perceberam que era o momento de agir e o mais alto entre eles sussurrou: - Só precisamos fazer mais algumas perguntas.
Enquanto Grace seguia adentrando em sua residência, os dois homens a acompanharam deixando a mãe e o padrasto do lado de fora. A mulher fumava visivelmente estressada com a situação, sentindo-se impotente diante dos acontecimentos.
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My First Summer
Roman d'amourClaudia, de 16 anos, cresceu isolada do mundo exterior. Presa em uma propriedade remota após a morte de sua mãe, ela fica chocada quando Grace, uma animada adolescente local, aparece no jardim como uma miragem, uma lufada de ar fresco e açucarado. A...