– Cláudia!
À margem da represa, Claudia permanecia imóvel, seu olhar perdido nas águas serenas que refletiam seus maiores temores naquele momento. A fita azul, desgastada pelo tempo e tingida pelas lágrimas recentes, repousava entre seus dedos, um elo frágil com o passado que agora se desvanecia como a luz do anoitecer sobre a água. O peso da dor esculpia linhas profundas em seu rosto, uma expressão dolorosa que excederiam as palavras para tocar o âmago de qualquer observador atento.
De repente, a presença alvoroçada de Grace irrompeu no local, sua respiração ofegante e os olhos traídos pelo medo. Um contraste vasto entre a serenidade da natureza e a agitação humana ali estabelecida. Entretanto, o alívio ao encontrar Claudia gradativamente suavizou a turbulência nos olhos de Grace. Aproximando-se com uma serenidade tenaz, ela se tornou uma âncora para a tormenta que assolava os devaneios de Claudia.
– Ei. Claudia. – Sussurrou com uma ternura que parecia uma prece suave, um acalento gentil para acalma-la. A expressão de Grace carregava não apenas compaixão, mas também uma determinação inabalável de ser um farol na escuridão que envolvia Claudia.
– Eu deveria estar com ela. Eu deveria estar com ela. – Murmurou Claudia, suas palavras ecoando na quietude do entorno, como uma confissão sussurrada ao passado. Observando a referência à tragédia, Grace dirigiu um olhar sutil para a represa, antes de voltar a sua atenção à jovem diante dela.
– Você não pode ser vista aqui. Você não quer que te encontrem, né?
Com delicadeza, Grace tomou a fita azul entre seus dedos, respeitando a fragilidade do momento. O tecido, antes puro, agora se tornara testemunha silente da jornada desconhecida iniciada entre elas.
A melancolia de uma encontrava eco na outra, as palavras de Grace carregadas de um temor compartilhado. – Ei, vamos para casa. – Sua sugestão, suave como uma brisa, foi acompanhada pelo toque terno da mão de Grace, estendida na esperança de acolher Claudia. – Vamos? – Ela quebrou o vínculo sombrio que as lembranças daquele lugar haviam criado, fixando seu olhar nos olhos de Claudia. – Deixe-me te levar para casa, onde é seguro.
Agora com o olhar fixo nela, Claudia balançou levemente a cabeça em concordância, permitindo-se ser guiada por Grace de volta à mata. O eco das águas da represa, por um breve instante, tornou-se uma sinfonia melancólica, como se a natureza fizesse parte do nascimento de um novo sentimento, onde as sementes da tristeza seriam replantadas em solo fértil de amor.
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My First Summer
RomansaClaudia, de 16 anos, cresceu isolada do mundo exterior. Presa em uma propriedade remota após a morte de sua mãe, ela fica chocada quando Grace, uma animada adolescente local, aparece no jardim como uma miragem, uma lufada de ar fresco e açucarado. A...