Otto andava com a pequena bebê em seus braços por todo o quarto. Luísa precisava descansar, foi um dia exaustivo, Otto ninava a pequena bebê enquanto ela lutava para não dormir, os olhos claros como os dele o encarava fixamente.
— Meu amor.. durma logo. - Diz em um tom cansado mas carinhoso.
— Queremos dormir Aurora! - Ele muda a posição, coloca a cabeça da bebê em seu peito e segurava seu corpinho com uma das mãos na cabeça da bebê e a outra em seu tronco. A bebê mexia no pingente do colar do pai enquanto ele bocejava.
— Como a senhorita está esperta eu irei contar como eu e sua mãe ficamos juntos. - ele sorri enquanto encara os olhos claros arregalados de Aurora.
— Digamos que.. não nos demos bem nos primeiros meses de convivência. - Ele sorri enquanto andava pelo quarto que estava escuro, sendo iluminado apenas pelo abajur de lua que Aurora era fascinada.
— Sua mãe.. - Ele suspira. — Gostava de outro alguém.. seu tio! - Ele sorri quando nota a expressão atenta da garota. — Quando seu tio.. virou um estrelinha eu e sua mãe ficamos tristes.. muito tristes. - Ele acaricia as bochechas rosadas da bebê.
— Aos poucos fomos nos aproximando e.. - Ele sorri relembrando o passado. — O namorado da sua irmã. - Fala em um tom desgostoso. — Foi sequestrado, aí fomos busca-lo, antes de voltarmos para São Paulo avistamos uma festa.. aonde as pessoas estavam dançando forró. Eu tirei sua mãe para dançar e.. - ele morde o lábio inferior ao relembrar o beijo que deram.
Otto encara a filha já adormecida em seus braços ele deposita um beijo em seu narizinho arrebitado da bebê, a colocando delicadamente nos lençóis macios do berço. Ele acaricia a pele branca da garota com suavidade e apoia seus braços na grade do berço. Velando o sono da filha, ele leva seus dedos até seus lábios relembrando o beijo que ele e Luísa deram no Ceará
Logo sente dois braços envolverem sua cintura. Seu corpo inteiro se enrijece ao sentir o calor de seu corpo.
— Luísa.. - Ele suspira ao sentir as pequenas mãos da esposa deslisar pôr dentro de sua camisa. — Você têm que dormir meu amor. - Ele se vira de frente para ela.
Ah como ela estava linda.. os cabelos soltos com alguns fios que cobriam seus olhos, as bochechas rosadas e seu olhos com uma tonalidade mais intensa do que o normal, vestia uma fina camisola de cetim.
— Você também precisa dormir. - Ela enlaça o pescoço do marido e acaricia seus cabelos grisalhos.
— Você passou a maior parte do dia com ela... vá descansar. - Ele tira os fios de cabelo que cobriam seu rosto com a ponta dos dedos. Ele acaricia as bochechas rosadas da esposa com o polegar enquanto fita cada centímetro do rosto da mulher. Os olhos brilhando e o sorriso bobo que aparecia em seus lábios nunca muda.
— Vamos nós dois.. estamos igualmente exaustos. - Ela entrelaça seus dedos com o dele. O guiando até o quarto deles aonde se deitam em sua enorme cama.
Luisa se aconchega nos braços de Otto enquanto ele acaricia os cabelos macios dela. Ela suspirava o perfume amadeirado dele enquanto é envolvida pelos grandes braços do marido. Ela pôde ouvir os batimentos cardíacos acelerados dele, era uma bela melodia para seus ouvidos.
— Não contou a melhor parte para ela. - Luisa Sussurra e Otto se afasta o bastante para olha- la nos olhos.
— Melhor parte?
— A que nos beijamos. - Ela acaricia sua nuca. Otto sorri tímido relembrando a sensação que estava sentindo. Parecia que seu coração iria saltar pela boca ao vê-la o encarando tão intensamente e tão perto.
— Oh sim.. - Ele sorri. — Corrigindo.. você me beijou! - Luisa sente seu rosto arder, e o cobre com os lençóis.
— Pare com isso!
— É apenas a verdade meu amor. - Ele sorri enquanto deslisa sua mão pela cintura da mulher, a trazendo para perto. Colando seus corpos.
— Eu te olhei.. e você nem fez nada.
— Dois motivos! Um, eu não leio pensamentos! - Ele sorri. - dois, eu estava com medo.
— Medo? - Luisa arqueia a sombrancelha.
— Medo de você me rejeitar denovo. - Ele desvia o olhar para Os lençóis da cama. - Desde aquele dia na minha casa.. jurei a mim mesmo que não iria te tocar..
— E cá estamos descumprindo a promessa! - Ela alisa o rosto de Otto enquanto distribuí uma série de beijinhos por todo o rosto do marido. Seus beijos molhados descem até o pescoço do mais alto. O fazendo arfar, ela inverte as posições e fica por cima dele.
— Está de resguardo meu bem.. - Diz ofegante.
— A minha médica liberou, isso não será um empecilho na nossa vida. - Ela sorri enquanto retira as alças finas da camisola.
Otto observava atentamente. Seus olhos azuis brilham quando a camisola de cetim é retirada e jogada no chão. Em seus lábios se forma um sorriso gigantesco ao ver o corpo da mulher totalmente nú. A tanto tempo não sentiam o toque um do outro, virou praticamente um castigo.
Otto inverte as posições e fica por cima de Luísa, analisa cada extensão do corpo da esposa enquanto morde o labio interior ao notar que seus seios estavam maiores. Ele faz menção em aperta-los mas Luísa interfere.
— Tires as mãozinhas daí! Esqueceu que estou amamentando?
Otto fecha a cara por alguns segundos. Parecia uma criança mimada que teve seu brinquedo preferido roubado.
— Sendo assim.. - Ele distribui uma trilha de beijos quentes pelo interior da coxa da esposa. — Pulamos essa parte. - ele sussurra. Seu hálito quente batendo contra a pele de Luísa a causa arrepios.
Depois de quase três meses sem relações dessa vez eles tiveram o luxo de desfrutar do corpo um do outro.
As respirações ofegantes, os gemidos abafados dele ou os gemidos altos que ela liberava a cada vez que ele entrava nela ficaram naquele quarto.
O amor e as carícias que trocavam quando se deitavam na cama exaustos os fez relembrar o começo do casamento. E os dois suados e ofegantes se olhando intensamente só foi uma parte da noite.