Era mais um dia tedioso para Otto, investigação e concerto do Pinóquio, nada de muito diferenciado, mas é quando quando Sara entra no laboratório sem aviso prévio seu dia muda bruscamente, ele só não sabia disso. Ainda.
— Senhor Otto! Tem visita para o senhor. - Diz a robozinha com uma entonação engraçada.
— Não quero falar com ninguém hoje! Estou muito ocupado. - seu tom de voz áspero faz Jeff sorrir.
— Acho que a senhorita Luísa não gostaria de esperar muito. - Otto rapidamente encara Sara com um discreto sorriso no canto de seus lábios.
— A Luísa está aqui?
— Uhum.. mas se for assim.. irei dispensa-la.
— NÃO! - Ele se levanta da cadeira bruscamente. — Quer dizer.. - Ele encara Jefferson que o olhava com os olhos Arregalados. — Eu.. eu.. - Otto morde os lábios envergonhado. — Deixe que eu a atendo.
— Mas o senhor disse que estava ocupado. - Otto fuzila Sara com o olhar enquanto retirava suas luvas.
— Não seja incoveniente Sara! - Otto arruma a gola de sua camisa, pega seu celular e abre na câmera frontal em seguida ele arruma alguns fios de cabelo que caiam por sua testa.
— Tudo isso para atender uma visita? Quer dizer. - Ele sorri. — A Luísa, no caso.
— Será possível que ninguém daqui sabe cuidar da própria vida? - Ele coloca o celular no bolso. — Vá trabalhar Jefferson. - Diz rígido enquanto caminha apressadamente até a sala.
— O quê deu nele Sara?
— Não faço ideia.
Ambos sorriem e Jefferson volta a ter total atenção ao notebook.
וווו×
Quando passa pelo último corredor ele a avista sentada no sofá enquanto passava a ponta de seus dedos em um pequeno caderno de capa dura preto.
Ela, ao escutar os passos dele logo ergue sua cabeça para encara-lo.
Seus olhares se encontram, Otto sente um frio em sua espinha ao encarar os olhos verdes e misteriosos dela, ele se sentia vulnerável perto de seu olhar penetrante que o olhava de cima a baixo como se fosse uma pintura cheia de detalhes.
— A.. a que lhe devo a visita? - Otto curva suas sombrancelhas quando nota que gaguejou na frente dela, ele se auto-repreende mentalmente.
— Otto! - A voz doce e familiar faz seus lábios esboçar um discreto sorriso. — Vim lhe trazer seu caderno, deve ter feito anotações importantes e.. achei melhor entregar para o dono. — Ela estende o caderno e ele o pega.
— Poxa.. - Ele sorri enquanto olha o caderno. — Obrigado, Luísa. - Volta a encara-la com um sorriso meigo nos lábios. — Mas.. era só me ligar que eu iria buscar, deveria ter mais coisas para fazer não precisava se incomodar. - Luísa franze o cenho impaciente.
De fato, ligar para ele ir buscar ia ser mais fácil, mas o caderno era só uma de suas " desculpas" para vê-lo.
— Não é um encômodo. - Ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha
— E.. tem mais alguma coisa?
— Ah.. a Poliana? Como ela está se adaptando?
— Ela está bem... Até por quê ela já morava aqui antes né? - Diz risonho.
— Ah.. - ela sorri sem graça.
Burra! Você não sabe nem continuar uma conversa Luísa? - Pensa.