𝐕𝐈𝐈

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Era exatamente uma hora e quarenta da noite quando o som de um carro sendo travado ecoou pela rua silenciosa. Terminando de ajeitar sua bolsa, Chuuya seguiu até a casa dos seus pais, completamente acabado pela longa parte de sua noite ter sido na delegacia tentando reconhecer os bandidos pelos vídeos das câmeras. Infelizmente não teve uma boa notícia, não havia dado certo. O delegado pediu para que ele vinhesse no dia seguinte, pois tentaria encontrar ao menos alguns para o reconhecimento. E agora, estava ele, caminhando até a porta quase que se arrastando de tanto cansaço.

Parando frente a porta, Chuuya tocou a campainha e esperou pacientemente, tirando tempo para dar uma olhada na rua para ter certeza de que não havia sido seguido. Quando teve certeza que não, suspirou aliviado e voltou sua atenção para a porta, agradecendo mentalmente que logo foi aberta. Entrando na casa, ele fez questão de nem olhar para o seu irmão, ainda muito irritado com a conversa acalorada que havia tido no dia anterior.

"Os status mudaram. Saiba onde está antes de tentar se achar superior ao seu próprio irmão, Chuuya."

"Estou em minha primeira casa, e indo ver a situação do meu filho." retrucou ao passar por ele, colocando sua bolsa pendurada no cabide preso na parede, bem ao lado da do Fumiya.

"Maldita hora em que você herdou os genes do seu pai." xingou ao dar as costas para ele, não querendo mais manter qualquer interação por perder de vez a paciência. "Pelo menos sou o mais bonito por causa da mamãe".

"Eu vou fingir que nem ouvi o seu último comentário, verlaine. Sinceramente, como alguém tão infantil e impulsivo como você se tornou um advogado prestigiado mesmo? Seus clientes devem ter fumado uma maconha das boas."

"E os seus devem ser budistas para terem tanta paciência em te aturar com essa sua cara de cu e humor de merda."

"Humor de merda? Cara de cu? Você por acaso já se olhou no espelho hoje, irmão? Você parece que mergulhou numa poça de bosta, e seu humor é pior do que qualquer merda. É merda podre."

"Han? Eu me surpreendo a cada dia que passa por você ter se casado, garoto insuportável da merda."

"Idiota, eu sou o único que deve se surpreender aqui. Ao contrário de você, eu possuo bons pontos em várias coisas. E você? Até hoje me pergunto como o Artur não foi diagnosticada como cego."

"Me respeite, seu anão."

"E se não fosse por mim, você não seria um intrometido e babão por seu sobrinho"

"Entenda de uma vez, pirralho. Se não force a mae e seu pai você não tivesse nascido, eu nunca seria tio. E sabe o que isso significa? Eu não seria um "babão" e muito menos um "intrometido" por tentar ajudar o meu sobrinho!"

"Ajudar?! Fumiya está mal com tudo isso!"

"E quem não ficaria, seu idiota?! Ele nunca teve a chance de conhecer o pai e quando teve, nem sequer deu tempo para matar a saudade. Ele estar mal é sua responsabilidade, Irmãzinho. Você foi o único que o manteu distante do dazai. Se ele está mal ou não, a culpa é toda sua. Porque simplesmente não conseguiu fazer seu papel direito por medo!"

"Cale a boca! O que você têm pra falar?! Lembre - se querido irmão você vai ser pai algum dia. Apontar o dedo para mim não é tão fácil como era antes. Eu cresci,verlaine. Não abaixarei a cabeça pra você nunca mais!"

"Se eu fosse você, eu tratava de crescer. O passado é passado. E como você mesmo disse, você cresceu. E se tornou um adulto. Aja como tal"

Franzindo o cenho, Chuuya estalou sua língua em irritação, tentando não mostrar como seus olhos lacrimejaram com cada palavra dita pelo mais velho. E apesar de estar magoado, ele não abaixou sua cabeça de maneira alguma. Olhando diretamente nos olhos do Verlaine e de seu pai que só estava assistindo, Chuuya disse de uma maneira dura: "Somente cale a boca não tente apontar os erros que estou tentando corrigir."

𝐈𝐧𝐨𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 ˢᵒᵘᵏᵒᵏᵘOnde histórias criam vida. Descubra agora