𝐗𝐗𝐗𝐕

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Desde o momento em que abriu seus olhos, ele não sentia mais dor. Olhando em volta, ficou encantado com tamanha beleza daquele jardim. Ele precisava descobrir onde estava para que pudesse trazer seus pais aqui e, se Kosuke também quisesse, ele. Mas, por algum motivo, ele sentiu que seu plano seria impossível de realizar. Franzindo o cenho, flashbacks trouxeram a verdade à tona. Desesperado, levou a mão até onde estaria a ferida da bala, apenas para ver que não havia nada ali.

Levantando-se do chão rapidamente, olhou em volta. A beleza daquele lugar estava tornando-se assustadora. Onde estavam seus pais? Pensava assustado, não querendo aceitar o pensamento insistente no fundo de sua mente de que ali era o fim. Seu coração batia acelerado em seu peito, trazendo um grande incômodo a sua audição sensível.

Em meio a todo seu sofrimento e medo, pôde sentir uma paz se aproximando. Virando-se para ver, sorriu aliviado ao ver sua mãe ali.

"Mãe!" chamou, correndo em sua direção para que pudesse abraçá-lo, sequer notando a pequena diferença.

Fuku retribuiu o abraço com cuidado, sentindo apego ao menino por saber que uma de suas variantes havia dado à luz. Após alguns segundos de abraço apertado, ela o afastou e o encarou com preocupação. Ele não deveria estar aqui. Não era sua hora ainda.

"Mãe, eu fiz uma loucura! Mas, mas... Eu consegui! Eu consegui as provas que vão discriminar o papai! Ele vai ser um homem livre e inocente, como ele merece!" dizia, tão feliz e radiante que fuku só pôde observar.

Foi então que ela percebeu. Ele achava que ela era o Chuuya de sua realidade porque, no plano astral, o morto apenas vê o seu maior desejoEm outras palavras, fuku não se parecia como era, ela se parecia como o Chuuya, mãe do Fumiya.

"Onde está o pai? Preciso dizer a ele!" continuava a falar, não notando o quão longe a mente da Lady ia.

Fechando seus olhos, se concentrou na realidade do garoto parado ali na sua frente. Seus pais estavam inconsoláveis a família foi desnedacada de uma
inconsoláveis, a família foi despedaçada de uma maneira cruel e fora de hora. O destino de Fumiya não deveria terminar ali, seu futuro era de um grande investigador criminal. Mas se ela o aceitasse agora, tudo seria jogado para cima. Dazai e Chuuya beberiam veneno após o enterro e seriam encontrados juntos na cama, mortos. Claire e kansuke morreriam não muito tempo depois, Verlaine sofreria de depressão por dois anos antes que pulasse da ponte. Um fim horrível a todos, tomados por culpa.

Abrindo seus olhos devagar, voltou seu olhar para o garoto e com um sorriso doce, lhe deu um beijo na testa"Você foi muito corajoso."

Prestes a se gabar pelo elogio, Fumiya percebeu que estava desaparecendo aos poucos e que a figura na sua frente não era sua mãe. Arregalando os olhos, surpreendido com o quão idêntico eram, não conseguiu mais falar.

Acenando com a mão em um sinal de despedida, fuku falou: "Te vejo aqui em cinquenta e cinco anos, Fumiya Nakahara dazai."

Abrindo seus olhos quando os médicos usaram pela terceira vez o desfibrilador, conseguiu ouvir seus batimentos cardíacos na máquina ao seu lado, embora ainda estivesse fraco.

"Ele voltou!" anunciou um dos enfermeiros, para que pudessem encerrar o uso do desfibrilador. "O paciente voltou!"

E então tudo escureceu novamente.

Da próxima vez que acordou, não estava mais na sala de cirurgia e sim em um quarto hospitalar, rodeado por flores e cartas de amigos. Olhando em volta com dificuldade pela claridade, ainda estava dopado de medicamento para dor. Após seu olhar passar por todo o quarto, finalmente encontrou o que queria. Ajoelhados no chão e com a testa apoiada no chão, seus pais rezavam por sua melhora ao mesmo tempo em que agradeciam pela vida salva.

𝐈𝐧𝐨𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 ˢᵒᵘᵏᵒᵏᵘOnde histórias criam vida. Descubra agora