17º Capítulo

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Olá :) Espero que gostem do capítulo. Tenho a certeza que vão achar o final um pouco confuso mas com o avanço da história irão perceber tudo. Obrigada a todos que lêm e espero que o continuem a fazer :)


Louis- Estou pronto- ele sussurra e vejo-o no fundo das escadas segurando um casaco escuro e calçando uns ténis pretos.

Lembro-me da bússola de Louis e corro até à minha mala ainda no meio do chão. Abro o pequeno bolso, encaro o pendente e sorrio. Coloco-o no pescoço e corro até Louis abraçando-o. O seu calor entra em contato imediatamente com o meu corpo. O seu cheiro volta a invadir as minha narinas e colo os meus lábios nos seus por puro impulso. Sinto os seus lábios darem permissão para que a minha língua invada a sua boca ternamente. Louis deixa o seu casaco cair e envolve-me num abraço sem quebrar o beijo. Um arrepio deliciosamente quente prende a minha espinha e os meus braços enlaçam-se no pescoço de Louis rodeando-o. Ele torna o nosso beijo um pouco mais selvagem, arrisco-me a dizer que mais desesperado. O que sinto por Louis é amor....eu sei disso...eu sei que a minha estúpida reflexão me mostrou que isto é o amor, porque, neste exato momento, eu estou completamente perdida no limbo da minha vida enquanto beijo o rapaz de olhos azuis esverdeados que por sua vez beija um monstro, um demónio...e mesmo assim....eu quero arriscar.

A minha mente torna-se escura e paro de sentir o beijo doce de Louis. Todos os meus músculos parecem prender-se e sinto-me cair no chão. Vejo apenas nevoeiro, ouço uivos...fecho os olhos não aguentando a dor no meu peito e grito desesperadamente. Começo a ouvir sussurros e, do nada, a minha mãe aparece na minha mente. Dois vampiros carregam-na pelos braços e um vulto escuro, que penso ser o meu mestre, encontra-se segurando uma estaca em direção do peito da minha mãe. Tento afastar os pensamentos mas não consigo. Vejo a estaca cravar-se no peito da minha mãe...vejo-a virar cinzas e...ouço-a...ouço a sua voz num murmúrio..."Amar dói...amar dói...amar dói..."

(...)

"Christina...Chris por favor acorda....Chris"

Abro os meus olhos lentamente encarando o rosto preocupado de Louis. Louis abraça-me forte e aproveito para olhar ao meu redor. Estou no quarto de Louis...mas como? Estávamos lá em baixo, na sua sala. Uma dor sufocante ataca a minha cabeça e os meus olhos lacrimejam ainda. Faço um esforço para me lembrar do que se passou mas nada....nem uma única memória. Algo quer impedir o meu relacionamento com Louis, eu sinto-o.

Eu- Boo...que se passou?

Louis- Chris tu...oh meu deus...tu desmaiaste, começaste a ter convulsões, gritavas e...oh Chris eu tive tanto medo.

Fechei os meus olhos com força e tentei novamente entrar na mente de Louis...mas nada. Louis é totalmente incompatível com os meus poderes. Para mim isso é um enorme mistério. E se Louis é realmente perigoso para mim? E se Harry tem razão?

Eu- Liga ao Harry...por favor- sussurro ainda nos seus braços e Louis afasta-me cuidadosamente de si.

Louis- Chris estás doida? Esse rapaz magoou-te imenso e tirou-te de mim. Manteve-me preso e drogou-me durante dias. Estás à espera que te entregue àquele cobarde?

Baixo a cabeça. Não consigo parar de me sentir culpada por tudo que Harry lhe fez. Mas eu preciso de ser cuidada...

Louis- Chris eu sei que estás com medo. Mas eu vou cuidar de ti, eu vou proteger-te...Tu estás segura comigo. Acredita nisso.

Sorrio assim que Louis cola os nossos lábios e me aperta. Quem me dera que ele me pudesse proteger. Quem me dera ser só uma adolescente que o namorado protege dos medos estúpidos. Mas não sou...eu tenho que proteger Louis, não o contrário.

A campainha toca e ouço Louis sussurrar um "já volto" saindo do quarto segundos depois. Não sem antes me depositar um beijo na nuca.

Deito a minha cabeça na almofada de Louis que está incrivelmente impregnada com o seu cheiro tão calmante. Podia inalar este cheiro para sempre, podia tornar este cheiro a minha droga...meu deus...como eu me podia viciar em Louis.

Louis- TU NÃO A VAIS LEVAR- ouço Louis gritar e sei com quem ele fala. A figura do vampiro incrivelmente musculado e tatuado invade o quarto de Louis e fecho os olhos não querendo sentir a dor da sua agressão. Mas para meu espanto, Harry não me magoa, não me repreende, não me grita. Abro os olhos alguns minutos depois e encaro-o ajoelhado e pegando na minha mão. Os seus olhos estão esmeralda, ele está a sentir algo...e o seu olhar vai tornar-se mais cinza quando esse sentimento desaparecer. Pobre Harry...

Harry- Eu ouvi o teu pedido de socorro- ele sussurra e beija a minha mão. Harry Styles? És mesmo tu?- Eu vim proteger-te Chris.

Louis- DEIXA-A EM PAZ- Louis rompe o quarto ofegante e encara-nos- Chris?

Eu- Louis...deixa-me ir- imploro- ele pode cuidar de mim, Boo. Eu falo contigo assim que estiver tudo bem.

Louis apenas assente e desce as escadas num passo violento. Ele está magoado, mais uma vez. Harry pega-me carregando todo o peso do meu corpo e eu deixo a minha cabeça repousar no seu peito enquanto enrolo os meus braços no seu pescoço. Ainda encaro Louis com o rosto entre as mãos sentado no sofá e sussurro um "desculpa" mais para mim do que para ele. Harry abre a porta e sinto o frio invadir o meu pequeno corpo aninhando-me mais nos seus braços. Harry para por alguns segundos e encara Louis. Este dia está a ser assustadoramente confuso para mim.

Harry- Será que tens algum casaco quente que ela possa vestir?- a sua voz não sai ameaçadora como de costume. Sai rouca, quebrada...sai tão naturalmente que não a reconheço.

Louis levanta-se e rapidamente agarra o seu casaco ainda caído no chão. Vem até mim, envolve-me no conforto do seu casaco, beija a minha testa e sussurra um pequeno e quase inaudível "amo-te" que me faz rasgar um pequeno sorriso.

(...)

"Eu sei que amar dói mãe. Mas porquê? Porquê que sinto necessidade de ter os seus braços a envolverem-me? Porque tenho tanto medo de o perder ou magoar? Porque é que a sua presença me faz tão bem? Porque me sinto protegida mesmo que ele não me possa proteger? Porque é que me sinto como se fosse uma criatura indefesa e ele o meu dono...que dependo totalmente dos seus atos? Mãe...sentias isto pelo pai? Sentias que magoá-lo era a melhor opção para saciares o teu desejo? Oh mãe...diz-me...devo amá-lo com todas as forças que me restam? Apelo-te, por favor, não me deixes cair no desespero de amar o inimigo...não me deixes morrer nos braços dele sem pelo menos um sinal de que amei quem devia. Porque, mãe, ele é o meu pior inimigo não é? Eu posso ler isso na mente do vampiro que me carrega pelo meio da floresta. Mãe...que vai o meu amor fazer que me posso magoar a ponto de chegar à minha morte? Não era eu a ameaça dele? Porque se tornou ele uma ameaça para mim? Diz-me mãe...porque é que sinto que o seu destino é matar-me?"

The Last Angel Of The NightOnde histórias criam vida. Descubra agora