4º capítulo

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Eu- A tua, irmã?

Harry abana a cabeça afirmativamente e senta-se do meu lado na beira da cama.

Eu- Desculpa…eu não sabia.

Harry finge um sorriso e encara-me novamente. Desta vez os seus olhos estão mais brilhantes que o normal. Não o brilho de alegria, mas sim de dor…não sei porque, mas decerto algo aconteceu com a sua irmã.

Harry- Eu e ela estudávamos o que eram verdadeiramente os Anjos da Noite. Mas como tu sabes, vocês nunca foram aceites na comunidade. Os caçadores de vampiros já não estavam preocupados connosco e sim, com vocês- ele faz uma pequena pausa e sinto a dor no seu coração. Queria perguntar-lhe se era por isso que se tornara numa pessoa tão fria, mas mantive-me calada para que ele continuasse- Então…nós, vampiros, tivemos que matar os Anjos da Noite. Só assim estaríamos em segurança. Mas, eu não ia deixar que matassem a minha irmã, e mantive-a escondida. Um dia, ela quis ir comigo para a batalha entre caçadores e vampiros. Ela queria vingar-se da morte dos amigos…mas ela era fraca demais. Ela, ela…ela não resistiu… foi atingida e eu não pude fazer nada por ela. Eu não a consegui salvar, e perdia para sempre.

Harry levanta-se e vai até à janela do meu quarto correndo as cortinas vermelhas. Deve ter sido horrível para ele. Mesmo assim, ao contar a história, ele não chora, o seu coração não acelera, ele não tem qualquer tipo de reação ou sentimento. Talvez ele esteja mesmo estragado para sempre, e ninguém o possa voltar a fazer sorrir. Talvez eu nunca venha a ver o seu sorriso e os seus olhos totalmente verdes esmeralda. Talvez eu nunca conheça o verdadeiro ele.

Harry- Pensava que os nossos estudos não serviriam para nada. Mas agora que tens tido esses sintomas, acho que estava enganado. No entanto, não te posso dizer o que és ok? Eu prometi a minha irmã que o faríamos juntos. Sem ela, não posso revelar o que descobrimos. Agora arranja-te porque temos que ir ver o mestre.

Oh, boa. O Harry Styles autoritário voltou. Sento-me na cama e assim que me tento levantar sinto as minhas pernas enfraquecerem e só tenho tempo de ver Harry agarrar-me.

Eu- Desculpa…foi, uma tontura- explico enquanto Harry me coloca direita.

Harry- Consegues caminhar?

A sua voz amenizou e a sua expressão séria tornou-se um pouco mais suave. Assinto afirmativamente e Harry retira os seus braços da minha cintura. Suspiro e arranjo-me.

(…)

Estamos à quase 10 minutos a caminhar pelo meio da floresta. Eu ainda não acredito que vou estar na mesmo sala do que o meu mestre…e que vou se julgada.

Eu- Harry…por favor. Eu posso morrer hoje. Fala-me mais de mim- suplico novamente.

Harry mantém a sua postura autoritária. Comparada com ele, sou minúscula. Baixo o meu olhar para as suas mãos onde encontro o seu caderno de couro. Observo-o um pouco e analiso novamente todos os desenhos. Mas algo me chama a atenção…um Anjo da Noite com asas pretas e algumas penas brancas nas pontas.

Eu- Harry? Essa é a tua irmã?

Harry rapidamente pára e olha-me sério encarando depois o caderno.

Harry- Porquê?

Eu- As asas desse Anjo, elas…são como as minhas. E a Sarah disse que é muito raro um Anjo da Noite ter penas bran…

Harry- Espera, o quê?- ele interrompe-me- as tuas asas têm penas brancas?

Eu assinto….a verdade é que quando ganhei as minhas asas, aos 14 anos, fiquei curiosa pelo facto de as minhas terem penas brancas e as de Sarah não. Eu e a Sarah descobrimos que era um fenómeno muito raro.

Harry- Não, não pode ser verdade- as suas mãos puxam os seus cachos para trás enquanto os seus olhos se tornam vermelhos e presas crescem entre os seus lábios.

Eu- Harry?- murmuro aproximado a minha mão da sua face.

A sua mão prende o meu pulso num reflexo rápido e os seus olhos vermelhos e amargos encaram os meus sem vida.

Harry- Não te aproximes de mim, ouviste? Seja a última vez que perguntas alguma coisa sobre o meu caderno, sobre mim, e muito menos sobre a minha irmã.

Depois destas palavras roucas, ele empurra-me para o chão e simplesmente desaparece no ar. Levanto-me com alguma dificuldade e faço as minhas asas aparecerem, observando-as. As penas brancas no final de toda a imensidão de penas negras. Eu sou um demónio, uma força maligna, uma aberração… Retomo o meu caminho para beira do meu mestre, agora pelo ar, permitindo-me encontrar mais facilmente o monumento no meio da floresta. Assim que avisto uma espécie de castelo em ruínas, deixo-me tocar o chão e faço as minhas asas desaparecerem. Dois vampiros vêm até mim e agarram-me enquanto uma vampira loira, alta, extremamente magra e de olhos roxos, me coloca um manto vermelho sobre o corpo.

 Vampira- Prepara-te para o teu fim, demónio…- e desaparece como Harry fez minutos atrás.

Olá :) Espero que gostem e continuem a acompanhar a fic :D

The Last Angel Of The NightOnde histórias criam vida. Descubra agora