Sem Sono

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A nobre retornou saltitante para seu quarto. Estava anciosa para ter os resultados do seu plano. Apesar que sentia pena do tio por sua bondade, tratou de aniquilar esse pensamento.

_Só exite eu... somente minha felicidade deve prevalecer. -repetiu mentalmente pelos corredores.

Mina só retornou ao palácio mais tarde pela distância. Queria tardar o máximo para não ser obrigada a arrumar os aposentados da falecida alteza com as outras servas, está cansada demais. Como se não bastasse ter que caminhar muito, quando entrou pelas portas de acesso a cozinha viu um parente favorito da rainha de todos.

Seu corpo gelou tanto a ponto de tremer. E não era por causa do período escuro que trazia boa parte do frio. Ele não tinha a avistado, mediante isso aproveitou para se esconder atrás de uma coluna.

Hyunk não vivia como nobre, escolheu a vida de comerciante intergaláctico para se exbanjar de frutos proibidos em Hybe. Sua mente assemelhava a da rainha que o amava e tinha planos para tê-lo no ministério ao lugar do atual. Ela teria mais cordas presas a seu poder, o manipulando como quer. Uma vez o pegou falando que a dinastia devia seguir as leis da terra, pois lá os reis eram soberanos absolutos, não dividia o poder com o povo.

Se fosse ouvido por outrem estaria preso por traição a cultura hybiana. Mina não podia contar o que ouviu seria morta antes de chegar ao imperador. Assim como teria que omitir todas as crueldades de outros nobres. Uma parcela honesta da nobreza eram muitos ocupados com o bem estar do povo, eles não tinham tempo para o cotidiano e falcatruas ocultas da corte. Ela os odiava por isso, mas não podia impor sua raiva do mesmo modo que os legítimos opressores de si.

Foi para os aposentos das servas. Lá retirou o frasco com o sumo da planta de Vênus a dando uma boa olhada. Fechou os olhos afastando a culpa seguinte que viria por usar o imperador, ele não a devia nada, nem os inocentes que ficariam a mercer de Lisa, porém sua liberdade dependia disso, não possuía ninguém para interceder por ela, logo encontrará um meio indecente e vergonhoso, todavia algo comum para alguém que tinha suas origens.

_Mina?... o que faz aí a senhora a espera nos seus aposentos. -diz uma serva trazendo uma garrafa de bebida na mão.

Ela respirou fundo antes de ir.

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Acordei sem saber que horas eram. Se na terra ficava desorientado só por ver o sol alto no céu, imagina num lugar tudo escuro, sendo que seu corpo parece ter dormido como uma pedra num tempo pausado.

Olhei para o lado Jungkook dormia sereno numa respiração compassada, devia ser um sono leve. Não queria pagar um mico e acordar numa provável hora imprópria de dormir. Então deitei de novo.

Demorou muito para ouvir ao menos um movimento na casa. Assim poderia de fato levantar. Não era possível as paredes serem tão grossas a ponto de não passar som.

Aos poucos minha paciência foi esvaziando, me remexo na cama, o que provocou as dores da noite anterior. O quadril começou a doer, só de raiva retirei Jungkook do seu sono de rei.

_A.C.O.R.D.A!!!! -soletro movimentando seu braço.

_...hum?... Que foi? -perguntou com voz de sono me puxando para si.

_Estou sem vontade de dormir e com dor. -clamo bravo.

Sua aproximação faz nossos lábios colarem num beijo de arrependimento.

_Sinto muito. -pede entre os beijos.

Sua mão acaricia minha coluna, de certo modo o calor delas me ajudam.

_Está cedo, mas se quiser vamos tomar um banho para relaxar seus músculos.

De imediato aprovei a oferta. Estendi os braços para ser pego no colo, ele estranhou, mas agarrou meu corpo como uma noiva me levando para o banho.

A fonte corrente é bem funda, e como não seria com o tamanho dos ets que nela vivem. Quando entramos não sai do colo do grandão, afinal ele se candidatou para me lavar.

As águas do planeta eram perfeitas para um spa, algo a mais ali me fez quase ronronar nas mãos de Jungkook que passava um tipo de essência no meus braços deixando os macios e hidratados sem ficar um sebo no final. No final do banho fiquei indeciso sobre o que vestir, tudo era grande e folgado, qualquer coisa que usasse ia parecer um bobo com a numeração errada.

Os corredores estavam quietos, eles ainda dormiam. Pensei.

Tentei não fazer barulho, Jungkook tinha uma suavidade nos passos mesmo sendo enorme, portanto não fazia o mesmo esforço que eu.

_Onde pensam que vão sem mim? -Jin se põe na nossa frente dando passos pesados.

Dou um sorriso sem graça para ele me recuperando do susto.

_Não está cedo? -olho de canto para Jungkook.

_Esse ambiente me deixa sem sono. -aponto para uma janela.

_Eu também, não sei se é dia ou noite. Por isso levantei. -diz fazendo bico.

_Vou avisar os servos para preparar nossas refeições. -exclama o grandão.

_Deixe eles dormirem está cedo. -falo.

Ainda não sabia como era o sistemas de classes nesse planeta ou pelo menos esqueci se um dia soube. Mas já dava para ver que a denominação "servos" não soava bem.

_Eu tenho fome! -bradou Jin de braços cruzados.

O olho torto.

_O que essa montanha sabe fazer? -questiona Jin

Jungkook o olha como um predador.

_Nenhum guerreiro sabe fazer pratos elaborados filho da terra. -ele rosna.

_Faça o que sabe de mais simples então, não me importo.

Suspiro com a briga infantil.

Jungkook me olha como se quisesse saber se compartilhava do mesmo pensamento de Jin. De fato não me importava esperar dar a hora de todos acordarem, mas o pensamento do alien cozinhando sem muita prática, só para me agradar, encheu meus olhos de curiosidade.

_Gosto de pessoas que cozinham. -conclui.

Ele pareceu pensar pondo a mão na cintura, talvez não queria mostrar um desastre culinário na minha frente.

_Tudo bem. Farei algo simples. -deu ênfase no final.

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