O coração de Beatrice se arrebatou junto com as sirenes das ambulâncias... Ela pegou a mão do amante, olhando-o nos olhos arregalados de dor. Segurou a mão fria de Diogo na sua. Ele apertou a palma da mão dela com força e depois disso, como pareceu a Beatrice, ele simplesmente adormeceu...
"Dona, sente-se aí", um dos médicos da ambulância se virou para ela.
- Estamos perdendo o controle, prepare uma injeção de adrenalina! - disse outro.
- Ele simplesmente adormeceu, você não entende! – Beatriz gritou desesperadamente.
Mas os médicos pareciam não ouvi-la... E ela estava falando alto ou era sua alma gritando dentro dela?...
Chegando à clínica, a equipe da ambulância colocou Diogo, meio morto, numa maca e rapidamente o carregou até a entrada. Uma vez no apartamento, Beatrice foi detida e recebeu alguns documentos. Esses formulários tiveram que ser preenchidos para que Diogo pudesse começar oficialmente a prestar assistência. Beatrice segurava uma pilha de papéis nas mãos, sem entender realmente o que deveria fazer. O médico aproximou-se dela e começou a explicar que para esta operação, que Diogo necessitaria, era necessário o consentimento de um dos familiares. Você perguntou à vítima quem ela era? Beatriz respondeu que era sua esposa... A mulher estava como que num vácuo. Afastou-se em direcção à sala de espera... Os papéis escorregaram-lhe das mãos e ele percebeu claramente: Diogo não adormeceu - Diogo está a morrer!...
Beatrice estava sentada perto da parede da sala de espera. Ele assistiu em silêncio enquanto novas pessoas chegavam e chegavam... vítimas daquele terrível e sangrento tiroteio.
O seu luxuoso vestido de noite estava marcado com o sangue do seu amante e ela pensou que Diogo estava quase ao seu lado...
O celular de Beatrice, silencioso, vibrava de vez em quando. Ele nem sequer olhou de quem eram as chamadas perdidas. Agora ele não estava mais interessado em nada além do resultado da operação. Você pode se perguntar: Beatrice rezou para que Diogo sobrevivesse? Ela não rezou, ela rezou para ELE VIVER! Repetindo dentro de você: "Viva, viva, viva, amado!" Pela primeira vez em muitos anos, a imagem de Cristóvão apareceu-lhe diante dos olhos. Seus olhos mortos, que continham confusão e medo... Sua mão apertando firmemente seu pulso... Lembrou-se do cheiro de Cristóvão, que lhe lembrou um pouco o de Diogo... Naquela noite distante do passado, seu sangue estava em ela. assim como agora o sangue do filho... Beatriz começou a ter a impressão de que Cristóvão está vivo. Que tudo foi apenas um engano e que ela não atirou nele... Ele nunca a assediou, chantageou ou ameaçou com danos físicos...
Béatrice foi despertada do sono por fortes choques. Ele era um médico.
- Dona Beatriz! Senhora, acorde! "A operação acabou", orientou o médico. Ele começou a contar a ela o resultado da operação. – Uma das balas passou perto da aorta. Nós aproveitamos isso. Os danos nesta área foram pequenos, embora perigosos. Outra bala atingiu a coluna, causando danos ao pulmão esquerdo e à própria coluna, disse o médico.
- Ele vai viver??? – Beatriz perguntou com a voz rouca.
- Diogo pode precisar de outra operação. É muito cedo para falar sobre qualquer coisa. Fizemos tudo o que podíamos, dona Beatriz... Agora precisamos de tempo...
A própria Beatriz não percebeu como agarrou a manga da bata cirúrgica do médico com uma esperança imaginária. Ele gentilmente removeu a mão dela.
- Vá para casa. Troque de roupa e descanse. "Agora eles não deixam você vê-lo de qualquer maneira", respondeu o médico, como se tivesse previsto a próxima pergunta da mulher.
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Cartas no leídas #2
FanfictionDiogo escreveu cartas a Beatriz, sobre o que realmente não lhe podia contar. Ele nunca ousou mandá-los para ela... Desde o primeiro dia em que se conheceram em Angra, quando ele a viu pela primeira vez e quando soube que aquela mulher mudaria sua vi...