Capitulo 14 - Chances

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Passado.
Beatrice foi até o quarto de hotel que havia alugado enquanto esperava para sair do Brasil. Ela olhou para o seu relógio. Pedro deveria chegar a qualquer minuto e trazer os documentos dela. Enquanto ele estava fora, Biya decidiu tomar banho. Ela se sentiu suja depois de tudo que viu na "casa de mármore".
Pedro entrou livremente na sala. Beatrice estava secando o cabelo com uma toalha. Ele a beijou na bochecha em saudação.
- Por que você está no hotel? – o cara se virou para ela.
A mulher começou a verificar os documentos, ignorando a pergunta dele.
- Pode ir, Pedro. "Obrigada por entregar os documentos", respondeu Beatrice.
"Escute, se você não está feliz porque estou namorando Alice..." Pedro começou, mas Bia o interrompeu.
- Eu não me importo que você esteja namorando essa garota. Há muito que estou decepcionado com suas qualidades humanas. E eu esperava tal truque de você", a voz de Beatrice soava monótona com notas de indiferença.
Parecia que Pedro realmente se tornara um espaço vazio para ela.
- Como você pode dizer isso, Biya? - ele foi surpreendido. – Sempre estive com você e te apoiei!
- Você não me apoiou, mas sim a si mesmo e aos seus próprios benefícios! Agora vá embora", respondeu ela.
- Beatriz, o que está acontecendo? Você não vai me demitir por causa de Alice, vai? – Pedro perguntou entusiasmado.
- Não, não vou demitir você. Embora eu devesse tê-lo demitido! Mas agora não é hora para isso", disse a mulher, evitando o olhar dele.
- Eu sou seu vice e sou leal a você! Confesso que comecei a cortejar Alice apesar de suas exigências... Mas tudo isso é bobagem, entendeu? - Pedro deu desculpas, sentando-se perto da anfitriã.
Beatrice permaneceu em silêncio e se afastou dele.
- Se você me permitir, eu poderia me tornar não apenas seu vice, mas também seu parceiro. Você sabe, eu tenho dinheiro e posso comprar parte de sua participação. Você não tem herdeiros diretos de qualquer maneira. Você não conseguirá manter quase toda a aposta em mãos o tempo todo. Não é lucrativo. Um luxo inacessível em nosso tempo. E então, Beatrice, o que acontecerá se algo acontecer com você? -Pedro disse.
- Senhor, por que o seu cinismo ainda me surpreende?! – Beatrice respondeu com um sorriso amargo. "Deixe-me decidir por mim mesmo o que fazer com as ações da empresa ou você já me descartou?"
"Claro que não!... Beatrice, você simplesmente me entendeu mal", o cara novamente deu desculpas. "Só queria dizer que pretendo adquirir parte das ações da empresa."
- Talvez eu não tenha herdeiros diretos, querido. Mas tenho uma pessoa em quem confio mais do que em você! – Beatriz respondeu. – E se acontecer alguma coisa comigo, essa pessoa vai herdar tudo! O resto não lhe diz respeito. Conheça o seu lugar, garoto!
Ele queria se opor, mas Biya o interrompeu: "Não estou mais interessado em continuar o diálogo!"
Pedro saiu irritado do quarto de Beatriz.

O presente.
Ela sentou-se na cama com a cabeça apoiada nas mãos. Ela sentiu pena de si mesma e teve vontade de chorar desesperadamente e soluçando. A cena no quarto de hóspedes assombrava meus pensamentos: Diogo abraçado com Deborah Santanelli. Beatrice entendeu que tudo isso era uma armação de Benjamin Thais. Mas o facto de Diogo estar perto dela não lhe dava tranquilidade.
Tirando um vestido da mala, Biya trocou de roupa. Depois de pentear o cabelo e ajustar a maquiagem, ela saiu do banheiro do quarto.
Sentado na cadeira em frente à cama estava Benjamin Taisa, que veio se despedir dela antes de partir para a Namíbia. Beatriz estava confusa. A mulher não esperava vê-lo aqui. Ela tentou se recompor e escolher as táticas adequadas para se comunicar com essa pessoa, para não acabar desabando e falando demais.
"Estou insatisfeita com você, Beatrice", começou Taisa, quebrando primeiro o doloroso silêncio que pairava no ar.
Beatrice sorriu sarcasticamente com suas palavras e entrou no quarto, sentando-se na cama. Seu vestido, vestido sobre seu corpo nu, destacava cada nuança de sua figura.
- Você quebrou toda uma série de regras! - O anão apontou com uma bengala com cabo dourado em forma de dragão para o vestido de Beatrice.
Thaisa usou bengala não por necessidade, mas por uma questão de imagem. Para se exibir.
Beatrice não comentou sua moralização. Ela permaneceu fria e até indiferente. Mas isso foi apenas uma aparência.
-O que você está tentando alcançar, Beatrice? Você quer acabar na prisão novamente por causa de suas ações? – Benjamin fez a pergunta com uma dica.
- Não vou permitir que você fale comigo nesse tom! Todos esses anos vivi como uma pessoa honesta! – a mulher respondeu bruscamente.
- Bem, finalmente ouvi sua voz. Pensei em falar comigo mesmo assim! – Thaisa observou, rindo.
Ela se afastou dele com desgosto.
-Quem você está tentando enganar, Beatrice? A empresa Souza Rangel estava à beira da ruína após o seu retorno. E agora, em pouco tempo, tornou-se uma das principais construtoras do Brasil! E isso leva em conta o fato de seu atual presidente ter antecedentes criminais! Depois disso, você continua afirmando que vive como uma pessoa honesta?! – Taisa se dirigiu a ela desafiadoramente.
- Benjamin, eu cumpro todas as suas exigências. Você queria pegar Máximo Campos Guarda - em breve ele será seu! O que mais você quer? Meu? Minha vida? - ela perguntou.
- Beatrice, eu não sou sua inimiga! Só se você não quiser que seja assim! Seus métodos de resolver problemas - pegar armas assim que elas não lhe agradam - devem permanecer uma coisa do passado! Você tem um potencial mental colossal, que gasta em travessuras como a que aconteceu na sede do partido de Máximo Campos Guardo. Você achou que eu não iria descobrir isso? - pausa. - Eu quero ajudar, Beatriz! Ajude a mudar! Considere-me algo como sua consciência! – Benjamin Taisa respondeu com arrogância.
- Então eu sou como um brinquedo para você e você só precisa da minha mente?... Isso não é ajuda - chama-se "usar para fins pessoais"! E exatamente quem é você? Como você é melhor que eu? "Taisa Hill" é uma corporação de enganos, assim como você! – Beatriz retrucou.
Seus olhos ficaram vermelhos e a umidade do ressentimento brilhou neles.
- Vou fingir que não ouvi sua última fala! Pense cuidadosamente em minhas palavras. Desta vez, perdoarei suas liberdades. Mas lembre-se, Beatrice, não haverá outro momento. Por enquanto, ainda lhe ofereço minha amizade. Espero que você aceite! – Taisa disse duramente antes de se despedir. - Tudo de bom! – acrescentou o anão.
Com isso, ele se levantou da cadeira. O guarda entregou-lhe um envelope, que ele entregou antes de Beatrice sair.
"Aqui estão todas as instruções a seguir", disse Taisa e saiu.
Deixada sozinha, Beatrice começou a chorar. Ela tirou a sandália de salto alto e jogou na porta que havia se fechado atrás do anão.
- Desgraçado! – ela gritou irritada.

Cartas no leídas #2Onde histórias criam vida. Descubra agora