Capitulo 17 - "Você está vivo, meu amor?!"

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As ondas do mar lavaram a costa arenosa deserta. Diogo observou-o na escuridão da madrugada. Quando de repente uma sombra de contornos bem conhecidos passou pela orla...
- Beatrice! – o cara exclamou e acordou.
Ele percebeu que era apenas um sonho. Sua alma foi dilacerada em algum lugar distante após a visão que partiu de um sonho. Seguindo Beatrice para um país distante e desconhecido. Diogo consultou o relógio: eram cerca de seis e meia da manhã. Por si mesmo, ele decidiu claramente que deveria ir à Namíbia procurar Beatrice junto com a equipe de resgate. Semanas sem ela, com pensamentos de que ela poderia não estar mais lá, tornaram-se um verdadeiro trabalho árduo.
Por volta do meio-dia, Diogo contactou Nunziata e pediu-lhe que o ajudasse a preparar os documentos para a sua viagem a África. Nunziata tentou dissuadi-lo porque os últimos acontecimentos na empresa Souza Rangel eram desfavoráveis, mas o rapaz não quis saber de nada.
- Entenda, Nunziata, Beatrice é a mulher da minha vida! Se ela não está por perto, eu também não! Não posso viver na ignorância, sem saber se ela está viva ou não! – Diogo disse com desespero na voz.
Nunziata não teve escolha senão concordar em ajudá-lo com a papelada. Ela entendeu o sofrimento que o cara estava experimentando agora. Eu também passei por algo parecido quando Otávio faleceu.
Poucos dias depois os documentos estavam prontos e Diogo estava livre para ir à Namíbia em busca de Beatrice. Lá ele foi recebido pelo pessoal de Máximo Campos Guardo e, depois de algum tempo, conseguiu ingressar no grupo de busca. Ele se lembrou deste dia para sempre. Sob o gigantesco sol africano escaldante, Diogo e o grupo percorreram cada pedaço de território onde poderiam, pelo menos presumivelmente, encontrar quatro pessoas perdidas no deserto. O ar condicionado do carro não funcionou. Bastava diminuir a velocidade e o calor penetraria no carro. Mas Diogo pouco se interessava pelo desconforto. Com o coração apertado, ele ingenuamente esperava estar prestes a encontrar sua Beatrice.
De regresso ao hotel, Diogo suspirou tristemente, apoiou a cabeça entre as mãos e sentou-se na cama. Este era o quarto onde Beatrice ficava. Recuperando um pouco o juízo, foi até o armário e tirou as coisas de sua amada, tentando captar seu cheiro, que desapareceu sem deixar vestígios junto com ela. Lágrimas involuntárias rolaram pelo rosto de Diogo. Tudo na sala parecia permanecer como era antes da tragédia. Havia um laptop na mesinha de centro e alguns documentos. Perto do espelho havia um pente com cremes e cosméticos. Os sapatos de Beatrice foram jogados no canto. Diogo foi buscá-los. Um calcanhar estava irremediavelmente quebrado. Ao examinar os sapatos, ele notou uma pasta embaixo da cama. Uma pasta com o logotipo de Thaisa Hill - um emblema em forma de dragão vermelho. Inesperadamente, Diogo lembrou-se do anel de Débora Santanelli, que representava exatamente o mesmo dragão. Isso lhe pareceu interessante e ele abriu a pasta, lá estavam todas as instruções que Beatrice Benjamin Thaisa havia dado. Bem como documentos de titularidade de ações em minas de diamantes, por ele elaborados previamente para negócio com Máximo Campos Guardo.
- Que tipo de negócio é esse? – Diogo disse para si mesmo indignado. – O que esse homem de "Taisa Hill" quer de Beatrice?...
O cara não entendeu nada, mas percebeu uma coisa com clareza: Benjamin Thaisa quer destruir seu relacionamento com Beatrice e conseguir sua mulher para algumas de suas perversidades pessoais propósitos!
O celular vibrou. Isto tirou Diogo dos seus pensamentos. Olhando para a tela, ele não conseguia acreditar no que via - BEATRICE CHAMOU!
- Querido!!! Beatriz!!! – Diogo pegou o telefone, mas a ligação caiu.
Ele tentou e tentou ligar de volta para ela. Não houve ligação...


***

- Sem conexão novamente! – Beatrice virou-se indignada para Máximo.
- Resta esperar um pouco, Beatrice. "Em breve sairemos daqui e você poderá entrar em contato com seu marido", incentivou o político, abraçando-a pelos ombros.
Eles tiveram sorte esta manhã. Mauro e Osvaldo encontraram representantes da Cruz Vermelha no caminho do rio. Os representantes viajaram pela área em um pequeno e velho jipe, verificando se algum dos bosquímanos locais precisava de ajuda.
Já em território da Cruz Vermelha, Maximo comunicou a sua localização às autoridades namibianas.
Beatrice estava sentada perto da janela do quarto separado que lhe foi reservado, onde passou aquela noite. Ela tirou da bolsa os cosméticos que sobreviveram ao acidente e tentou se limpar. Talvez ao regressarem à capital da Namíbia, Windhoek, sejam recebidos por jornalistas e ela não queira que ninguém perceba vestígios do trauma que sofreram. Ela abriu o estojo com um espelho quebrado dentro e começou a pintar os lábios. Quando de repente seu olhar congelou de surpresa com o que viu no reflexo. Beatriz se virou. Diogo ficou na frente dela.
Ele rapidamente se aproximou dela. Ela olhou para ele, sem acreditar no que via. Seus movimentos eram hesitantes de uma nova maneira. Diogo tinha medo que Beatrice o afastasse por causa de queixas do passado. E Beatrice tinha medo de que, ao abraçar seu amado, ele desaparecesse como uma miragem.
-Você está vivo meu amor?! – Sentando-se ao lado dela e tocando suavemente seu rosto com os lábios, Diogo sussurrou.
"Claro, querido..." ela respondeu baixinho, abraçando-o com força.
Diogo retribuiu o abraço, beijando-a apaixonadamente. Eles choraram ou riram, encontrando-se com olhares ansiosos um pelo outro. Beatrice tocou o rosto, os cabelos e os ombros de seu amado, como se tentasse ter certeza de que tudo estava acontecendo na realidade. Diogo apertou-a contra ele e repetiu: que a ama mais que a vida!
- Eu te amo, Beatriz! Eu amo! "Ele beijou os lábios dela impulsivamente. – Nunca mais vou deixar ir sozinho... Nunca! "Suas mãos vagaram pelo corpo dela.
"Não consigo viver sem você, Diogo... não consigo..." Beatrice gemeu em resposta.
Depois de tirar o vestido de verão da sua amada, Diogo pegou-a como antes... O melhor reencontro depois de uma longa separação de um casal só poderia ser a tão esperada intimidade. Foi assim que fizeram as pazes, foi assim que discutiram, foi assim que expressaram a sua melancolia e foi assim que expressaram o seu amor louco, absolutamente louco! Mas tão querido e real!

A carta está faltando.

 Foi assim que fizeram as pazes, foi assim que discutiram, foi assim que expressaram a sua melancolia e foi assim que expressaram o seu amor louco, absolutamente louco! Mas tão querido e real!A carta está faltando

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