capítulo 5

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Acordei devido o balançar do navio. Pisquei algumas vezes tentando acostumar com a claridade que vinha da janela de vidro. Eu morria de dor de cabeça e ainda estava um pouco zonza.

Sentei na cama de frente pra porta, apoiei os cotovelos na perna e repousei meu rosto nas mãos. Eu passei as mãos no rosto e subi as mãos para minha cabeça, onde senti algo entre os fios do meu cabelo.

Arrumei o cabelo e levantei, fui até a porta e tentei abrir mas ela continuava trancada por fora.

_ Que droga. _ digo com um pouco de drama.

Sai de perto da porta e sentei na cama. Fiquei olhando em volta até que escuto passos de alguém se aproximando.

_ Boa tarde.

Era Buggy. Ele destrancou a porta e entrou com um sorriso no rosto. Em sua mão tinha um copo de água.

_ Seria educado da sua parte se respondesse.

_ Boa tarde. _ revirei os olhos.

_ Bem melhor. _ ele me entrega o copo.
_ O médico mandou você tomar isso. _ ele tinha um comprimido no bolso.

_ Médico?

_ Sim. Ele cuidou do seu machucado e agora é pra você tomar isso aqui. Acho que é pra dor.

Peguei o remédio da mão dele e engoli junto com a água.

_ Pra onde estamos indo? _ perguntei.

_ Pra onde a correnteza nós levar.

_ Eu tenho que voltar pra casa.

_ Aquelas pessoas nem são seus pais, pra que se preocupar tanto?

Olhei seria pra ele, me levantei e dei um tapa em seu rosto.

_ Lava a sua boca pra falar das pessoas que me criaram. Ou melhor, não ouse falar deles.

Ele sorriu, um sorriso que arrepiou minha espinha.

_ Se continuar sendo mal criada desse jeito, o circo vai pegar fogo.

_ Que se foda você e seu circo, palhaço.

Ele agarrou meu pescoço e apertou.

_ Aqui quem manda sou eu. O garoto que queria ser seu amigo também morreu a muito, muito tempo. Então pare de bancar a sabichona, ou eu mato você sem pensar duas vezes.

Eu tentei não mostrar medo, mas ele conseguia vê-los em meus olhos.

Ele me soltou e me deu um leve empurrão.

_ Deveria me agradecer por eu estar sendo bom pra você. Eu até trouxe um médico pra cuidar do seu corte na cabeça. Eu poderia ter deixado você morrer.

_ Então por quê não deixou? Eu preferia morrer do que ficar olhando pra esse... seu nariz ridículo.

Isso foi o pior comentário que eu já fiz. Recebi um tapa forte, ele me segurou pela gola da minha camisa e me aproximou dele.

_ Nunca mais, fala do meu nariz.

A raiva transbordava dos seus olhos me deixando com muito mais medo.

Piratas continuam me assustando.

Ele me joga na cama com brutalidade e sai do quarto trancando a porta por fora.

_ Você só vai sair daí... _ ele faz uma pausa enquanto tranca a porta.
_ Quando pedir desculpas pra mim.

_ Nem fudendo.

_ Então vai ficar trancada aí. Você quem sabe! _ ele saiu sorrindo.

Tá, eu fui rude com ele. Quando nós nos conhecemos ele me disse que as pessoas zombavam dele por causa de seu nariz vermelho. Isso se tornou algum tipo de trauma ou algo do tipo.

Meu estômago estava começando a doer, mas meu ego é grande demais e pedir desculpas não é uma coisa fácil pra mim.

Tirei um elástico do braço e prendi o cabelo em um rabo de cavalo. Levantei e caminhei devagar até a porta.

_ Capitão Buggy, eu sei que está me ouvindo. _ bate com meu braço de metal na porta.
_ Vem até aqui, Buggy.


Estava em meu quarto fazendo nada. Eu nunca gostei das pessoas falarem do meu nariz, eu sempre fiquei com raiva. Quando Akira falou disso eu me senti mais feio do que o normal.

Ultimamente eu não tô muito legal e toda a minha tripulação sabe disse, mas eles nunca falam comigo sobre isso. Nem sobre nada. Eles tem medo de mim.

Eu estava entendiado, deitado na minha cama com meu chapéu sobre meu peito, foi quando ouvi a voz da Akira soando pelos corredores até chegar no meu quarto.

Sorri nasal e sentei na cama, coloquei o chapéu sobre o colchão e deixei meu casaco junto a ele. Será que ela iria pedir desculpas? Ou só quer me xingar ainda mais?

Sai do meu quarto em passos lentos e fui até a porta do quarto dela. Vi pela janelinha ela sentada de costas pra porta. Destranquei e entrei.

_ Me chamou?

_ Chamei. _ ela disse em um tom baixo.

_ Já estou aqui, é só falar.

_ Eu queria me desculpar por falar do... você sabe. Foi muito indelicado da minha parte, só depois que eu me toquei o que realmente eu tinha falado. Eu estava com raiva... então insultei você. Desculpe.

Por alguns segundos o quarto ficou silencioso, ouvíamos apenas gaivotas e o mar.

_ Vem comigo. _ quebrei o silêncio.

Caminhei pra fora do quarto, dei uma olhada por cima do ombro pra ter certeza de que ela estava me seguindo. E sim, ela estava.

Levei ela até a cozinha do navio, onde sentei perto do balcão.

_ Faça o que quiser pra você comer. _ foi apenas isso que eu falei antes de pegar uma garrafa de rum e um copo.

Vi ela se aproximar devagar da bancada. Ela pegou uma faca e olhou pra ela por alguns segundos.

_ Está pensando em me matar? Por que vou logo avisando, isso não irá funcionar comigo.

_ Por que não?

_ Vamos dizer que eu não sou o mesmo de antes. Sabe o que é uma Akuma no Mi, né? _ ela balança a cabeça concordando.
_ Eu comi uma. A Bora Bora no Mi.

_ Então, está dizendo que você comeu uma Akuma no Mi e agora é imune a qualquer tipo de corte?

_ Isso mesmo. _ ela franziu o senho e pareceu que queria ver com seus próprios olhos.

Sem avisar ela corta minha mão fora.

Arregalo os olhos olhando pra ela, ela olha boquiaberta pra minha mão.

_ Você é maluca garota?

_ Talvez um pouco.

Ela pega a faca e se afasta, começando a cortar alguma legumes. Um sorriso permanecia em seu rosto. Ela gostou do meu poder?

_ Então, sendo assim você não pode mais nadar? _ concordei.

Coloquei um pouco de rum no copo e virei. Ela continua contando os legumes.

Eu não sei por que, mas o cabelo dela preso em um rabo de cavalo fica tão lindo nela. E ainda mostra os ombros e braços, que são bem fortes e definidos. Ela foi criada bem, se tornou uma bela mulher.

O que? Buggy, seu idiota. Para de pensar nessas coisas malucas.

Pisquei algumas vezes, enchi o copo e virei outra vez.

CIRCUS • BUGGY o PALHAÇO [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora