capítulo 19

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Camila


" e se fossemos ogros?, seriamos Shrek e Fiona
E se fossemos cachorros?, seriamos a dama e o vagabundo
E se fossemos diferente?, seriamos o burro e o dragão
E se fossemos Camila e ....?, seriamos o par de estrelas que falta na constelação "

Assinado: indigente.



Essa já era a terceira vez em que eu relia a carta, não faço ideia de quantas foram só essa semana.


Por mais que isso seja fofo, está me deixando assustada, não tem nome nem sequer a identidade da pessoa, a caligrafia era bonita, não conseguia indentificar se era homem ou mulher, Shawn tinha a letra bonita, mais não sabia se era ele.


Acabei por me lembrar da noite passada, seus lábios macios e volumosos, seu cheiro de banho recém tomado, tudo nela era simplesmente delicioso.


Três batidas na porta foi o suficiente para aquela bolha de pensamento sair de minha imaginação.


Meu pai tinha um sorriso pequeno nos lábios, segurava uma pequena xícara, dava para sentir de longe o cheiro forte do café.


- boas notícias querida.- o segui com os olhos, vendo o mesmo se sentar ao meu lado na cama.- semana que vem poderemos dar início ao seu projeto, apresentei sua ideia aos meus amigos e ficaram feliz em saber o quanto você pensa naquelas pessoas.



Meu peito se aqueceu de imediato, isso era incrível!.


- lembra do Michel?.- neguei, não me lembrava dele.- um amigo de longa data, você era muito pequena quando se viram da última vez, perdeu sua esposa em um acidente.- parou para apreciar o gosto da cafeína em sua língua.- ele nunca mais encontrou sua filha, mais ainda continua com as buscas.



- sinto muito por ele papa.



- não vamos falar disso, ele quer entrar com oitenta e cinco porcento no projeto, ele quer ser sócio.- assenti.- ele doou três milhões e meio, tomei a liberdade de abrir outra conta no banco só para depositar o seu dinheiro.



- meu dinheiro não, dinheiro deles, sera usado apenas para o conforto da comunidade.- sorri, já conseguia imaginar a animação das crianças.


- pois bem, são seis parcerias, cada cá depositou um valor, somando o total, vinte e dois milhões de reais, eles querem ficar a parte de tudo e querem ver trabalho.


- isso é fantástico!, o senhor tem noção disso?, mais de vinte milhões pai, pode dar a certeza que esse projeto irá ficar pronto em menos de três meses.




- confio no seu trabalho, agora me conte, como está o meu futuro genro?.- franzi o cenho, genro?.



- de quem exatamente o senhor estar falando?, não me lembro de Estar namorando.



- ora Camila!, quem mais seria?, Caio Mendes.- sorriu forçado, ele estava incrédulo.



- em nenhum momento ele sera seu genro pai, não estamos namorando e nem vamos.- ela se engasgou.- somos amigos.



- amigos Camila!, o jeito que ele te olha não é como o de amigos, eu e o pai dele ficaríamos feliz em ter vocês juntos.- neguei.- não faça isso comigo Camila.



- em momento algum eu disse que teríamos algo, somos próximos um do outro, mais em hipótese alguma iremos ter alguma coisa.- suspirei cansada daquele assunto.



- certo.... está mais que na hora de construir uma família, eu apoiaria com o Caio e....



- não faça chantagem emocional, odeio quando fazem isso, se tiver quer construir uma família eu decido com quem vou ter um relacionamento.- ele suspirou indignado.



- não vamos discutir, você está bem grandinha para decidir o que quer fazer, só não acho certo.- tomou o último gole do seu café, se levantando.- as seis teremos um jantar com a família Mendes, esteja presente.



Assenti, logo em seguida ele saiu batendo a porta delicadamente, nunca que rolaria algo comigo e com o Caio.




Por volta das sete, eu já estava acabando de me arrumar, verifiquei minha vestimenta e estava ótima, vestia uma calça jeans lavagem clara, uma havaiana branca, e um croped branco.



Sair do quarto assim que escutei vozes no andar de baixo, meu pai falava alegremente com o senhor Mendes, Caio estava deslocado ali , as vezes meu pai conseguia ser bem incoveniente.



- caio.- o chamei, ele rapidamente veio ao meu encontro com um sorriso pequeno.


- pensei que nunca iria aparecer , já estava me sentindo pressionado.- me puxou para um abraço, que retribuir na mesma hora.



- hum... cheiroso.- escondi meu rosto em seu peito, sentindo seu cheiro, não era forte como os outros.



- sempre!.- beijou o topo da minha cabeça, segurando minha mão em seguida.




- Camila!, é um prazer revê-la.- senhor Mendes sorriu.



- fico feliz em revê-lo senhor.



- vamos a sala de jantar, não quero que a comida esfrie.- meu pai foi na frente com o amigo, e eu fui atrás com Caio.




O jantar ocorreu super bem, tirando o fato de terem começado a falar sobre nós, Caio brincava com a comida em seu prato e eu não estava diferente, a comida não havia feito digestão me deixando enjoada.



- um passeio para os dois seria o melhor, que tal Londres?.- o pai dele sugeriu, ele ficou inquieto ao meu lado.



- primeiramente, eu cansei de tudo isso, ficar jogando Camila e eu dê um lado para o outro, sendo que nenhum dos dois está feliz com suas escolhas, me perdoe senhor, mais eu não vou namorar sua filha , somos amigos e isso está ótimo para os dois, em menos de dois anos eu estarei no Canadá para cursar o
Que eu quero e não vou cuidar da empresa como o senhor quer.





Caio soltou a bomba de uma vez, chocando todos presentes naquela mesa, mesmo sabendo que nunca teríamos nada, nunca se passou pela minha cabeça que ele pensasse igual a mim.




- e além do mais, eu sou gay.










• pega fogo quengarau •

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