Capítulo 1

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— Katsumi, ei, Katsumi acorda! (Ouvir ao longe alguém interrompendo meu querido "sono da beleza")

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— Katsumi, ei, Katsumi acorda! (Ouvir ao longe alguém interrompendo meu querido "sono da beleza")

— O que é? (Perguntei com a voz sonolenta ainda sem levantar minha cabeça, que estava abaixada sobre a mesa)

— Pra que passar a noite toda acordada se quando vem para a faculdade e para ficar dormindo? (A mesma garota que me acordou continuou falando, porém apenas ignorei)

— Deixa ela, deve está cansada. (Ouvi a voz da única garota que suporto nesse lugar, Emma Sano)

— Fala com se ela fizesse algo da vida. (Sério, como eu queria arrebentar essa garota chata)

— Você não a conhece, então não a julgue! (Emma falou já se irritando)

— Relaxa Emma, deixa ela falar... (Falei fazendo pouco caso ainda sem olhá-las)

Por sorte ninguém mais me perturbou e consegui dormir mais um pouco, quando meu horário terminou, Emma veio até mim me entregando suas anotações, confesso que fiquei muito agradecida, afinal eu precisava tirar notas boas, ou minha bolsa ia pelos ares, e eu não tinha um real para pagar a faculdade caso isso acontecesse.

Minha rotina era sempre assim, ia para faculdade pela manhã, trabalhava à tarde, quando saía ia estudar e tarde da noite ia para meu outro trabalho do qual eu ficava até de madrugada, porém esse por sua vez só ia de sexta a domingo.

Moro sozinha praticamente, já que raramente meu pai está em casa, ele se tornou extremamente distante depois que minha mãe morreu, e até prefiro assim, pois quando está em casa e quase como um inferno na terra, me bate, me humilha, eu diria que ele só atrapalha minha vida, mas como a casa e dele eu não preciso me preocupar com aluguel.

[...]

— Não tem nada nessa merda aqui não? (Ouço a voz do meu pai vindo da cozinha e logo a geladeira se fechando com muita força) - KATSUMI! (Droga, e lá vamos nós ao inferno) - PORQUE A PORRA DA GELADEIRA E DOS ARMARIOS ESTÃO VAZIOS? (Perguntou irritado como de costume surgindo no cômodo em que eu me encontrava)

— Não tenho dinheiro para comprar comida! (Falei simples sem lhe dar atenção, estava na sala estudando)

— Achei que estava recebendo para ser prostituta, mas estou vendo que tá dando de graça mesmo. (Ofensas e humilhações, é só isso que sai de sua boca para mim)

— Não sou prostituta já disse, eu apenas danço. (Tentei me defender, mas sei que de nada adianta, ele ouve o que quer e entende o que lhe convém)

— TA ME ACHANDO COM CARA DE IDIOTA? (Bateu na mesa de centro derrubando meu copo com água em cima das minhas apostilas de estudo, respirei fundo, precisava me conter, ou as coisas só iriam piorar) - TA SURDA, PORRA? (Me segurou fortemente pelo braço)

— Se quer a geladeira cheia eu preciso estudar para ter um emprego melhor! (Obviamente isso foi só uma desculpa, assim que eu tivesse uma forma de me sustentar melhor eu sairia desse inferno de imediato)

— Vadia inútil! (Me jogou no chão saindo dali e logo ouvir a porta principal batendo com força e poucos segundos depois o som de sua moto dando sinais que havia ido embora, e se eu desse sorte só o veria daqui alguns dias)

Suspirei cansada e me levantei para arrumar a bagunça e tentar salvar os papéis que dava, depois disso fui tomar um banho e me deixar descansar, hoje eu não iria para a boate então podia relaxar um pouco, já era bem tarde da noite e eu precisava estar mais disposta na aula amanhã.

[...]

— Bom dia, Kat! (Emma me cumprimentou sorridente assim que me sentei ao seu lado)

— Bom dia... (Falei totalmente desanimada e cansada)

— Parece que não teve uma boa noite de sono. (Comentou, certamente não conseguir esconder tão bem minhas olheiras, até tentei descansar, mas o medo do meu pai surgir de repente, me fez temer qualquer som que eu ouvia naquela casa)

— Fiquei estudando até tarde. (Dei de ombros abrindo meu livro)

— Ei! (Ela segurou meu rosto me fazendo olhá-la) - Sabe que se precisar de mim e só falar, ne? (Falou de forma gentil e atenciosa, como sempre me tratava, isso era o que mais me cativava nela, pois eu nunca conheci o afeto depois que minha mãe faleceu, e isso eu tinha com ela)

— E só alguns problemas em casa, logo tudo se acerta. (Estava tentando convencer a minha mesma com essas palavras, mas é claro que não rolou)

— Vem comigo! (Falou guardando nossas coisas e me puxando para fora da sala)

— Emma, eu não posso perder aula! (Reclamei vendo que logo a aula iria começar)

— Você nunca falta, tudo bem fazer isso uma única vez! (Logo já estávamos dentro do seu carro, me vi obrigada a apenas aceitar, pois eu precisava disso, me distrair um pouco)

Eu e Emma não éramos muito próximas, mas desde que viu meu rosto machucado no mês passado depois do meu pai ter me batido, ela passou a parecer mais presente no meu cotidiano, nunca tive amigas, mas acredito que estamos nos tornando isso, apesar de eu não parecer muito afim de ter essa amizade, eu realmente queria te-la por perto, já que a mesma me traz uma boa sensação de conforto.

Eu e Emma não éramos muito próximas, mas desde que viu meu rosto machucado no mês passado depois do meu pai ter me batido, ela passou a parecer mais presente no meu cotidiano, nunca tive amigas, mas acredito que estamos nos tornando isso, apesar d...

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Triângulo Amoroso - Ken Ryuguji / Emma SanoOnde histórias criam vida. Descubra agora