Capítulo 13

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Continuamos a andar por alguns minutos

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Continuamos a andar por alguns minutos.

- Vamos para o treinamento - Dax olha para o relógio de pulso - Já começou.

- Vamos! - Afirmo.

Dax saiu liderando na frente. Ansiava para saber como era esse treinamento e o porquê eles insistiam tanto em roubar Kadosh.

Quando chegamos ao espaço de treinamento, que na verdade era apenas uma rua enorme em largura e cumprimento em céu aberto, já havia muitas pessoas.

Vimos as arquibancadas e fomos até. Escolhemos lugares e sentamos.

Os servos de Mendaz estão divididos em grupos, cada um com um instrutor cruel que os pressiona a dar o melhor de si. Eles praticam técnicas de luta corpo a corpo, com movimentos ágeis e precisos. Alguns treinam com espadas, outros com bastões e punhais, criando uma coreografia de movimentos impressionantes.

O treinamento é intenso, e os instrutores não hesitam em punir aqueles que vacilam. Isso cria um ambiente de competição feroz entre os servos, onde apenas os mais habilidosos e determinados conseguem sobreviver.

- Isso é meio pesado - Orly olha pra mim.

Meus olhos contemplavam aquela luta; eles realmente eram bons. Um sorriso suave apareceu no meu rosto.

- Atlas, por que você está sorrindo? - Ela pergunta me tirando dos meus devaneios.

Desfiz o sorriso assim que nossos olhos se encontram.

- É... eu lembrei de algo engraçado - Falei.

Orly on

Atlas estava estranho. Seus olhos brilhavam quando ele via aquelas pessoas lutando.

Voltei meus olhos para a luta.

- Você está impressionado com isso?

Ele não respondeu, pois estava com os olhos fincados em cada movimento do treino.

- Atlas! - Aperto seu braço o fazendo tornar o foco para mim.

- É melhor a gente sair daqui! - Digo com firmeza.

- Orly, por que suas mãos estão tão quentes? - Pergunta.

Olho para minhas mãos.

- Vamos embora! - Isso saiu meio desesperado.

- Ainda não - Ele se nega olhando de volta à luta.

- Atlas...

- Orly, apenas aprecie essa obra de arte, olhe esses movimentos perfeitos - Ele aponta.

Meu coração começa a acelerar; aquele não era o Atlas que eu conhecia.

Me levantei e dei um passo largo; minha intenção era sair daquele lugar, mas senti Atlas me puxar para trás, segurando minha mão.

- Para onde você vai? - Seu tom me causou medo.

Puxei meu braço e sai correndo. Apenas escutei ele dizendo para os outros não o seguir, depois saiu correndo atrás de mim.

- Orly! - Grita.

Apenas ignoro e continuo correndo o mais rápido possível. Me desviei de muitos lixos e caixotes, virava as curvas com muita precisão.

Olhei para trás com dificuldades, e Atlas estava perto demais; então corri como nunca antes, saindo de uma rua e entrando em um bosque escuro.

Continuei correndo até sentir o chão se aproximar de mim com um impulso forte, fazendo minha cabeça doer.

Atlas me derrubou no chão e segurou minhas mãos perto de seu queixo.

- Me solta - Grito.

- Não sei por que você está assim! - Ele diz.

- Talvez seja porque você caiu em uma armadilha de Mendaz - Digo com raiva.

- Você não sabe de nada! - Ele grita.

- Que exemplo de líder você é! - Fiz uma pausa - Você é fraco! - Digo me desviando do soco que ele ia me acertar e soltando minhas mãos.

Me levanto rápido, fechando os pulsos, percebendo que iria começar uma luta onde eu precisaria lutar contra o mal.

Estávamos no meio de um bosque sombrio e silencioso, a tensão pairando entre nós como uma nuvem carregada de tormenta. A lua espreitava através das árvores, lançando sombras inquietantes no chão coberto de folhas secas. Não havia como voltar atrás; o confronto era inevitável.

Os olhos de Atlas estavam fixos em mim, determinados e frios, como se estivesse possuído por uma determinação sombria. Sua postura era a de um predador, músculos tensos e prontos para o ataque. Eu podia sentir a força implacável em suas mãos.

Minhas mãos tremeram ligeiramente. Minha mente estava em turbulência, dividida entre minha convicção e a preocupação de que nosso relacionamento estava se desfazendo diante dos meus olhos.

Me lembrei das palavras que lançamos quando libertamos uma alma.

- Atlas... que Eloim...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, Atlas se lançou em minha direção com uma velocidade surpreendente. A luta foi feroz, um duelo de força e habilidade. Cada movimento dele era calculado, cada ataque, implacável.

Eu lutava para me defender, desviando-me dos golpes de Atlas com a agilidade que tinha aprendido, mas ele era implacável. A dor e o cansaço começaram a se acumular, e eu sabia que não podia continuar indefinidamente.

Enquanto a luta prosseguia, percebi que esse conflito físico refletia a divisão mais profunda entre nós. Não era apenas uma questão de combate; era uma batalha de ideais e princípios que ameaçava separar nossa amizade para sempre.

Já estava cansada, sem forças, mas a determinação em libertar Atlas era minha força. Em um passo rápido, consigo me desviar de seu golpe que com certeza iria me fazer desmaiar; olhei dentro dos seus olhos, o que o fez paralisar, e disse com sinceridade e orando para Eloim o libertar.

- Que Eloim te ilumine! - Digo sem tirar os meus olhos dos dele.

Seu rosto tenso e assustado.

De repente, ele voou em um impulso sendo arremessado para trás fazendo se chocar com uma árvore.

Corri até ele.

- Atlas - Grito.

Mas ele estava desacordado.

- Atlas - Digo já com as lágrimas molhando meu rosto.

- Acorda - Dou leves tapas em seu rosto.

Até que ele abriu os olhos devagar.

- Orly... - Sussurra.

 


Orly e o Reino Secreto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora