Capítulo 23

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Dia seguinte

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Dia seguinte...

Sinto que os dias nesse reino estão chegando ao fim, peço apenas, Senhor, que marche à nossa frente nessa guerra. Hoje iremos guerrear frente a frente, por Ti, Senhor, e por meio da Tua graça, seremos luzes no meio das trevas.

Me coloco de pé e ao entrar na cozinha, onde todos estavam reunidos, Verônica estava orando por cada um, e me coloquei na fila da oração.

[...]

Uma multidão estava reunida nos observando e orando, enquanto um número de pessoas subia pelo elevador. Estavam subindo em grupos divididos, já que o elevador era apertado. Muitos abraçavam seus pais e outros apenas acenavam e sorriam.

Chegou a hora do meu grupo subir, seríamos os últimos. Atlas segurava minha mão, e eu segurava a mão dele com força, pois tentava espantar o sentimento de ansiedade que se formava dentro de mim.

- "Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês" - diz Atlas. Sinto que ele tem o poder de ler meu coração.

- Obrigada! - Agradeço enquanto o pessoal se acomodava dentro do elevador.

- Pelo quê? - Nossos olhos não se desviavam.

- Porque você sempre é boca de Deus em minha vida, sempre fala aquilo que eu preciso na hora que preciso.

Ele acariciou meu rosto com leveza.

- Ele é Deus cuidador! - Diz ele.

O elevador finalmente subiu. Em um piscar de olhos, já estávamos na superfície. Uma multidão se prepara para uma guerra que nunca parecia ter fim, a guerra entre a luz e as trevas.

Fizemos uma longa caminhada pela floresta, andávamos e cantávamos louvores. Parecia que aquela floresta estava sendo iluminada por onde passávamos.

- Estamos quase lá! - Atlas me avisa.

Sorrio com os olhos.

[...]

- Atenção pessoal! - Um jovem de pele escura e alto gritou no meio.

- Nossos principais objetivos são pregar o Reino e mostrar a saída dessas trevas para aquele povo - Apontou em direção à cidade.

- Sejam fortes e corajosos! - Diz o jovem.

Fizemos uma oração e partimos em direção à cidade. Panfletos foram distribuídos entre nós, com versículos escritos e uma mensagem dizendo "De madrugada a luz romperá as trevas", e direções para as pessoas que quisessem ir embora daquele lugar se reunirem na praça. Os panfletos foram colocados rapidamente, alguns distribuídos e outros apenas jogados. Ficamos escondidos em becos, e alguns perto da floresta.

De repente, um louvor começou a sair das caixas de som distribuídas pelas ruas.

- Está ouvindo? - Perguntei a Atlas.

Ele acenou com um sorriso no rosto.

- Como conseguiram? - Perguntou ele.

- Não sei.

Ouvimos gritos de pessoas desesperadas correndo pelas ruas tampando seus ouvidos com as mãos.

Eu e Atlas nos entreolhamos. O dia inteiro foi assim, os guardas tentavam colocar controle sobre a cidade, mas nada adiantava.

[...]

Finalmente a madrugada chegou.

- Orly - Atlas me chamou me acordando do meu cochilo.

- Precisamos ir!

Me coloquei de pé rapidamente e fomos em direção à praça. Ao chegar lá, havia uma multidão de pessoas. Atlas foi até ao meio e ficou em pé em cima de um banco.

- Pessoal, chegou a hora de lutar. Essas pessoas fizeram uma escolha, e o fato de estarem aqui é porque estão dispostas a lutar e a renunciar a esse reino de trevas por Eloim. Sejam fortes e não tenham medo! - Atlas nos motivou, suas palavras sempre me encantam.

Depois da fala dele, nos posicionamos e organizamos a multidão. Tínhamos pouco tempo, pois os guardas já estavam a caminho. No meio daquelas pessoas, havia guardas que nos ajudaram, indicando onde ficavam os esconderijos e atalhos. Colocamos nossos corpos em movimento depois de uma oração; algumas pessoas já estavam com um semblante diferente.

Corremos o mais rápido que pudemos, guiando aquela multidão. Ao chegarmos próximos ao portão, guardas estavam em posição para a luta. Não perdemos tempo, fomos para cima. Enquanto uns lutavam, outros levavam a multidão. Eu ia na frente, servindo de apoio para uma senhorinha que parecia estar assustada. Mas sempre ficava olhando para trás, pois Atlas tinha ficado para lutar com os guardas.

Estávamos chegando ao fim, havia apenas dois portões para passarmos e ali estava, o primeiro portão diante de nossos olhos.

Aqueles que haviam ficado para trás lutando vieram correndo. Me alegrei, pois pensei que agora era só passar o portão, mas eles vinham gritando "Tem muito deles, tem muito deles, corram, fujam".

Ao olhar para trás, um formigueiro de cavaleiros montados em cavalos velozes estava cada vez mais perto.

- Orly, temos que sair daqui! Leve o quanto de pessoas você puder e achem u... - Atlas foi interrompido por um som como de um trovão rasgando o céu, ou melhor, pelo som de muitas águas, como o rugido do leão de Judá que bradou "Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem; agora deixem meu povo ir". Aquelas palavras foram como vento muito forte e, como palha seca, os cavaleiros e seus cavalos foram lançados para longe. A terra estremeceu, os portões se abriram, e aquela multidão passou correndo até o Reino da luz. Vimos uma paz que vai além do intendimento humano tomar conta daquelas pessoas.

Orly e o Reino Secreto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora