๋࣭ PRÓLOGO

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Quinze Anos Atrás.

Sinto o ar sumir dos meus pulmões enquanto Quinn empurra minha cabeça para dentro do vaso sanitário. A água suja, misturada com urina, arde em meus olhos e engole minhas lágrimas. Minha mente apenas implorava por um fim àquela tortura.

A mão de Quinn puxa meu cabelo com força, as unhas arranham meu couro cabeludo, rasgando minha pele. Ela me ergue por um segundo, só para que eu consiga puxar um fiapo de ar, antes de me afundar de novo.

As risadas ao fundo me cercavam, cruas, zombeteiras. Eram as seguidoras fiéis de Quinn, suas sombras constantes, cada uma delas se deliciando com meu desespero. Meus braços se agitavam, tentando em vão encontrar algum poder, alguma força que pudesse interromper aquilo, mas eu era fraca. Sempre fui. Nunca fui páreo para Quinn. Para nenhuma delas.

Então, algo dentro de mim desistiu. Meu corpo parou de lutar. Foi só então que Quinn notou, e, sem cerimônia, me puxou para fora do vaso, deixando meu corpo cair contra a parede da cabine com um baque surdo.

Uma tosse incontrolável rasgava minha garganta, enquanto o ar retornava em jatos irregulares, queimando meus pulmões.

— Espero que tenha aprendido a lição. Da próxima vez que eu te ver perto do Corbyn, vai ser pior. — Quinn rosna, a voz cheia de desprezo enquanto se inclina, mantendo distância como se minha presença a contaminasse.

Na mente distorcida de Quinn, ela e Corbyn estavam ligados de alguma forma. Ridículo.

E justo ele decidiu pedir minha ajuda para a tarefa de ciências... Claro, ninguém falava comigo por outra razão. Eu era apenas um peso morto naquele lugar, um alvo fácil para qualquer um que quisesse descontar suas frustrações.

— Tá surda, Nixie? Responda quando Quinn fala com você — Piper me cutuca com a ponta da sapatilha, a voz carregada de escárnio.

— E-eu entendi... — sussurro, a vergonha me consumindo, me encolhendo diante das risadas delas.

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