CAPÍTULO 31

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—Eu vou te levar pro hospital, tudo bem? Nós vamos pro hospital agora e eu vou resolver isso logo depois

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—Eu vou te levar pro hospital, tudo bem? Nós vamos pro hospital agora e eu vou resolver isso logo depois.

Alguém em mim gela com essa ideia, parece uma ideia terrível agora.

—Não precisa, de verdade. Juro que estou bem. Vou ficar totalmente bem em pouco tempo, foram só alguns machucados.

Ele olha em mim como um inquisidor olharia pra alguém em seus momentos finais. Ele capta a mentira dentro de mim, com toda certeza capta. Mas será que ele capta essa alguma coisa a mais que nem eu mesma sei o que é? Se ele soubesse, poderia me dizer o problema, e então ele poderia ser resolvido. Pelo menos é assim que eu quero pensar.

Mas então ele está me pegando nos braços, bem de vagar e mais delicadamente do que eu pensei que um homem do tamanho dele seria capaz. É como se eu fosse quebrar ao menor contato, e talvez eu realmente fosse, não tinha como eu confirmar ou negar essa informação nesse momento.

Ele anda em direção a porta, sem falar mais uma palavra comigo, mas aquela coisa apitando dentro de mim começa a ficar ainda mais frenética confirme ele se aproxima da porta, e mais alta e mais insistente, como um sinal de alerta tocando dentro do meu crânio que ressoa em todo o meu corpo.

—Por favor, eu não preciso ir pro hospital—Tento mais uma vez, mas ele não me escuta. Já está de manhã, e a noite sombria de ruas solitárias e assustadoras deu lugar a um sol da manhã que deveria ser quente e confortável pra mim, com pessoas andando pelas ruas do bairro. Mas aquele sol queima meus olhos, o vento arde a minha pele, e aquela sirene não parou. Não parou de jeito nenhum e agora eu não parece que eu não consigo respirar. Olho pra todos os lugares mas sem conseguir me concentrar em nenhum de uma vez, meu coração palpitando quando meu corpo entra automaticamente em seu estado de luta ou fuga, como se aqui fora fosse só isso que ele conseguia fazer por mim agora.

Eu me debato, não dando a mínima pra dor que sinto, só querendo sair daqui e me afastar do perigo. Me esconder como um vampiro ao encontrar um de seus medos primordiais. Eu não ouço mais nada dos sons ao meu redor, não consigo mais me concentrar no toque que me segurava, e meu rosto está molhado enquanto meus olhos ardem por aquelas lágrimas que começam a cair em cascata como em uma tromba d'água, e não podem mais ser desligada.
Eu perco a noção do que está acontecendo ao meu redor, até que a luz diminui, o vento para e eu me assusto com o barulho da porta batendo.
Braços me seguram e coisas com uma voz muito calmante são ditas em meu ouvido, e aquela sensação vai passando. Eu sinto a sirene diminuir e meu corpo ir se acalmando, parando de lutar com inimigos invisíveis.

—Calma amor, está tudo bem. Eu estou aqui com você.

Estou no colo de alguém. De alguém não, do Orion. Estamos sentados no chão, e seu cheiro está ao meu redor e sua voz é como bálsamo nos meus nervos.

Ele continua sussurrando coisas, palavras carinhosas e dizendo que vai ficar tudo bem, e não me apressa nem um momento se quer enquanto tento parar de chorar.
Demora mais do que eu gostaria, mas eu consigo, e quando estou dando as minhas últimas fungadas, ele encosta sua testa na minha, da mesma forma que havia feito mais cedo

—Cassy, eu te prometo que vou fazer aqueles que fizeram isso com você 10 vezes pior, vou fazer eles sentirem tudo na própria pele.

—Você... não tem que se meter nisso. — Minha voz ainda falha, como se eu tivesse que fazer esforço pra que ela saia e formule palavras.

—Sim, eu tenho que me meter nisso, na verdade já estou metido nisso por conta própria desde que coloquei meus olhos em você.  Você não precisa se preocupar com mais nada, só preciso que me conte tudo que aconteceu. Mas não precisa ser agora. —Ele me levanta de novo, e eu me assusto com a possibilidade de tentar sair comigo de novo, mas ao invez de ir pra porta ele sobe as escadas comigo, sem nenhum esforço.

Ele me leva em silêncio até o o meu quarto e me deita na cama, deitando do meu lado e me segurando contra seus braços. Me sinto tão cansada, e meu corpo fica pesado. Seu calor me faz ficar aquecida, mas algo mais me aquece.
Saber que ele está ali, não é uma sensação ruim, pelo contrário. Todas as lembranças, os medos e as seguranças se desfazem no ar como fumaça enquanto ele me toma em seus braços.

Ele solta uma das mãos de mim e tira um telefone do bolso, quando começa a digitar.
—O que está fazendo? —Eu pergunto, já sonolenta.

—Se não vamos até o médico, o médico vem até você. Durma meu amor, vou estar aqui quando você acordar. Eu prometo.

Confio em suas palavras, e deixo que elas me embalem pra cair em um sono tranquilo, sem pesadelos.

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Depois que o médico (realmente veio um médico na minha casa, a pesar da minha insistência. Ele já estava na minha porta depois que acordei) termina de me examinar, mais tarde naquele dia, eu me sentei no sofá com meu braço devidamente engessado.
Também fui obrigada a comer algo, por ninguém mais e ninguém menos, o meu insistente e preocupado/stalker e sequestrador diga-se de passagem.

A pesar das águas passadas, não vejo ele assim não importa o quanto me force. Talvez eu seja tão maluca quanto ele e esteja descobrindo isso agora.

-E então, você vai me dizer o que eu quero saber agora? - Ele me encurrala. Não literalmente, pois estamos em lados opostos do sofá. Seus cotovelos apoiados nós nos joelhos como se estivesse em um interrogatório policial, e ele fosse o policial mal.

Isso me faz pensar em coisas sujas, e eu mordo o lábio pra espantar os pensamentos. Não é hora pra isso agora.

-Estou esperando. Não me olhe assim. - eu suspiro bem profundamente e começo a falar, minha mão livre do braço não engessado inquieta no meu colo, amassando minhas calças de moletom.

Conto pra ele, falo mais do que queria. Só escapa de mim como se desligasse por entre meus labios. Conto da minha fuga, da ligação do meu irmão. Do problema dele, das dúvidas dele e como isso me cobrou um preço alto de mais ontem. Mas fiz o possível para amenizar o lado de David, pois sou adulta e sabia o risco que estava correndo quando fui pros fundos daquele bar ontem.
Não é como se fosse totalmente culpa dele afinal, não consigo pensar assim.

Conto pra ele dos homens, e do que aconteceu depois. Não entro muito em detalhes nessa parte, pois em algum momento minha voz começa a falhar, e antes que perceba estou sentindo lágrimas escorrendo pelo meu pescoço.

Orion está do meu lado. Veio se aproximando cada vez mais perto durante a minha história, e no final dela eu estava sentada em seu colo, com meu rosto em seu pescoço inalando seu cheiro como se fosse um bálsamo.

É realmente difícil duvidar da afeição dele, depois de tudo que ele já fez. Mas eu ainda sinto uma agulhada em meu peito por envolver outra pessoa na minha bagunça, mesmo que seja a pedido dela.

A bagunça é minha e da minha família, está realmente certo eu dividir isso?

Mas como se ele lesse m us pensamentos, ele me abraça mais forte.

-Obrigado por ter me contado, amor.
-Você vai atrás deles?

-Você não precisa se preocupar com isso agora. Ainda estou com você e vou ficar aqui com você por hoje. Okay?

-...Okay.

-Boa menina. - Me arrepio completamente com seu elogio bobo - E você promete que não vai fugir mais de mim?

Penso antes de responder, perguntando pra mim mesma antes de dizer a resposta que parecia mais certa.

-Não vou. Eu prometo. - E ele me beija.

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