Capítulo 38

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Maratona 6/10

MAITÊ

Abro a porta do escritório da Annie e não a vejo, não me lembro dela ter alguma reunião externa hoje. Caminho de volta até a mesa da Ana.

- Ei Aninha, cadê sua chefe?

- Me pediu para reagendar algumas ligações para amanhã e disse que trabalharia de casa.

- Humm

Um alerta vermelho soa na minha cabeça, isso não é bom, nada bom.

- May, ela não estava nada bem.. — Ana me olha apreensiva — Me ofereci para conversarmos ou para ajudá-la em qualquer coisa, ela me disse que estava tudo bem e que só iria pra casa porque estava com dor de cabeça e sabemos que ela não deixaria de trabalhar nem que a cabeça dela estivesse pendurada.

- Sim, eu sei. Mas fica tranquila, ela vai ficar bem — lanço um pequeno sorriso e pego sua mão. — Obrigada por se preocupar com ela.. Vou pra casa também, pra ver como aquela loira maluca está. Qualquer coisa me liga, sim?

- Pode deixar.

Volto para minha sala, pego minha bolsa e vou pra casa. Ja no prédio aperto o botão do elevador impacientemente e quando ele finalmente chega sai de dentro dele um Alfonso que mais parece um infectado do The Walking Dead, completamente abatido, olheiras e o cabelo desgrenhado.

- Alfonso? Está passando mal? — pergunto preocupada.

- Anahí esta em casa? O Jose disse que ela chegou há alguns minutos atrás. Voltei correndo pra cá. Mas não adiantou de nada.. - ele me questiona sem responder minha pergunta.

- Eu não sei Poncho, vim pra casa mais cedo precisamente pra falar com ela.

- Ela não me atendeu. Preciso falar com ela May. — ele está totalmente angustiado.

- Calma okey!? Ela tem trabalhado feito uma louca esses dias, eu também mal tenho falado com ela. — tento tranquilizar ele — Faz o seguinte. Vai pra casa, descansa um pouco e depois a gente conversa. Sim!? — passo a mão em seu ombro tentando conforta-lo.

Ele suspira derrotado enquanto passa as mãos no cabelo, bagunçando-o ainda mais. Ve-lo assim me corta o coração, porque esses dois se maltratam tanto, meu Deus?

Tudo está silencioso no apartamento, caminho pelo corredor e a porta do seu quarto está fechada, abro com cuidado e a vejo na cama chorando agarrada a um travesseiro.

- Annie.. - suspiro caminhando até a cama, me sento e a puxo para o meu colo - Conversa comigo..

- Nã-não consigo.. — ela diz entre soluços — Dói tanto... — sua voz está tão sofrida que sua dor é quase palpável . — Parece que vou partir ao meio, May!!

- Tudo bem, então não diga nada.. — acaricio seus cabelos desejando com todas as minhas forças que eu possa dividir esse sofrimento com ela, para amenizar sua dor. Ela soluça alto e e meu peito comprime, me sinto tão culpada quando a vejo assim. — Vai ficar tudo bem.. — sussurro tentando convencer a nós duas.

Vários minutos depois, ela segue chorando.

- Annie, desculpa.. mas não suporto mais te ver assim.

- Te garanto que pra mim as coisas estão bem piores. — ela funga o nariz.

- Vocês precisam conversar.. — digo com mais cautela.

- Não.

- E você vai ficar assim até quando? — respiro fundo, sei que talvez isso gere outra briga entre a gente, mas preciso falar de uma vez por todas. — Você precisa encarar o Poncho de frente e dizer tudo o que está acontecendo e te ferindo, nem que você grite e dê uns socos nele. Você e o Alfonso precisam conversar. Encontrei com ele no elevador agora e me disse que veio aqui e você não o atendeu, e te juro que ele está a um passo de virar um dos zumbis que ele cria nos filmes dele.

Casa comigo, Hoje?  AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora