Capítulo 25

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ANAHÍ

Acordo e permaneço de olhos fechados, a claridade faz minha cabeça latejar, cubro meus olhos com as mãos e sinto como se o quarto estivesse rodando comigo. Me sento na cama e a vertigem parece piorar, e apesar do incômodo abro os olhos, estou sozinha no quarto.
Olho pro meu corpo e me vejo em uma camisola preta hiper sensual, não me lembro de tê-la vestido. Aliás, não me lembro de absolutamente NADA, forço um pouco a memória e isso faz minha cabeça doer ainda mais . É como se eu tivesse tido um apagão, a última lembrança que eu tenho é de sair do bangalô com Alfonso rumo a festa.
Toda essa dor de cabeça e vertigens só pode ser excesso de álcool, sem contar a falta de memória. Meu coração dispara com medo do que possa ter acontecido comigo.

Por que nao me lembro de nada?

Respiro aliviada ao me lembrar do Alfonso, ele cuidaria de mim, além de não me deixar fazer nenhuma besteira.. Arregalo os olhos e fito meu corpo novamente. Não, ele não chegaria perto de mim sem que eu estivesse sóbria. Confio mais nele do que em mim mesma. E levando em consideração que eu estava subindo pelas paredes ontem, não me surpreenderia se eu o tivesse "atacado".
As coisas que me disse na piscina e a forma como me pegou, sem contar a cena de ciúme pelas rosas, que me fez sorrir feito idiota quando ele saiu batendo a porta. Fecho os olhos e me vem a mente a imagem do corpo dele suado e salpicado de areia, que quase me fez perder a linha.

- Deus.. - sussurro e cubro o rosto com as mãos tentando me lembrar de algo, nada . - Que eu não tenha feito nada de grave.. - suplico em uma prece, respiro fundo e me levanto da cama.

Caminho até o banheiro parando em frente ao espelho.

- Pelo menos tirei a maquiagem.. Talvez eu nem estivesse tão mal assim.. - suspiro angustiada - Mas, por que não me lembro??

Prendo o cabelo num coque alto e frouxo, abro a torneira e lavo o rosto, subo novamente o olhar me encarando. Me lembro de esvaziar uma garrafa de espumante sozinha em tempo recorde enquanto Alfonso tomava banho. Por muito pouco não avancei nele quando saiu do banheiro apenas de toalha.
Tento mais uma vez me lembrar de algo e é como se a noite estivesse acabado quando fechamos a porta ao sairmos.

- O que você aprontou dona Anahí? - pergunto a mim mesma.

Termino minha higiene matinal, volto para o quarto, abro a gaveta da cômoda pegando o robe de seda da camisola, e o visto me olhando no espelho. Estou muito bem para quem bebeu ao ponto de estar com amnésia alcoólica, era pra eu estar péssima.
O robe mal chega na metade das minhas coxas, mas é melhor do que desfilar com camisola transparente por aí.

Desço as escadas do quarto e vejo Alfonso tomando café da manhã na mesa do deck, me aproximo dele em passos silenciosos.

- Da próxima vez que você me deixar beber desse jeito outra vez, eu peço o divórcio. – digo  assim que chego ao lado dele na mesa. Ele leva um pequeno susto e me olha dos pés a cabeça. - Bom dia.. - sorrio sem jeito e me sento na cadeira a sua frente.

- Bom dia, pequena.. - ele sorri pra mim - Como está se sentindo? Pensei que nem acordaria para o café da manhã.. - ele diz e toma um gole do seu café.

- Estou melhor do que merecia, eu acho .. - me sirvo de um pouco de fruta e Alfonso me entrega um xícara com café. - Obrigada...  Err.. Poncho..? - ele me olha esperando que eu fale. - É que eu.. eu não consigo me lembrar de absolutamente nada sobre ontem, tive uma espécie apagão.. - olho pra ele apreensiva - Quanta besteira eu fiz?

Ele para de mastigar me olhando desconfiado.

- Como assim um apagão? - pergunta com a testa franzida.

- Exatamente assim, um apagão.. - tomo um golinho do meu café. - Minha última lembrança é da gente saindo daqui para encontrar os Savoias e fim.

- E, fim? - ele me olha incrédulo - Não lembra de exatamente nada do que aconteceu ontem?

Casa comigo, Hoje?  AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora