Casa comigo, Hoje? AyA

Capítulo 13

ANAHÍ

Não espero o elevador, desço pelas escadas e sem pensar bato em sua porta. Ouço o barulho da chave e nem espero ser convidada, assim que vejo a maçaneta se mover ja vou entrando empurrando a porta.

- Cadê "aquela coisa"? - me refiro a camisa da foto, olho para os lados procurando por ele e quando me viro, para a minha desgraça Alfonso está sem camisa, usando apenas um short estilo de corrida .

Maldito!

Isso não me afetaria dias atrás, quer dizer, eu daria uma conferida como quem não quer nada, claro, não sou boba.. Mas seria só isso.
Muito ao contrário de como estou me sentindo agora, quente.. bem quente.
Ele fecha a porta, reparo em cada detalhe do seu trapézio bem desenhado. Então, ele se vira pra mim me dando uma visão privilegiada do peitoral e abdômen super definido, com aquela maldita entrada V me apontando o caminho do meu pecado.

Quase tenho um AVC.

- Não acredito que veio aqui só por causa da foto - ele diz rindo e cruza os braços.

Que braços Senhor..

- hum? - desvio os olhos pro rosto dele - Ah, mas é obvio que eu vim, quero conferir item por item dessa mala.. - me abano distraída.

- Calor? - ele pergunta com uma sobrancelha levantada e eu abaixo a mão rapidamente, sem graça.

Culpa sua, seu maldito!

- É que vim correndo pela escada, o elevador estava demorando.. - sorrio amarelo e tento me recompor, mudando o assunto . - Bora, cadê essa mala, Herrera? Quero ver tudo.. - saio caminhando em direção ao quarto dele, tenho intimidade o suficiente pra isso. - Ja imaginou alguém la nas Maldivas me apontando e falando; "Aquela mulher, com o cara lindo mas que usa roupa brega." - imediatamente fecho os olhos com força assim que finalizo a frase percebendo que não filtrei o suficiente.

Ele não vai reparar, ele nem deve ter ouvido.

- Lindo é? - ele pergunta e pela voz sei que está sorrindo.

Inferno!

- Nem vem se achando , okey!? - falo tentando parecer indiferente e começo a olhar as roupas que estão dobradas sobre a cama.

- Você me acha lindo? - ele pergunta novamente e sua voz agora é séria. Suspiro derrotada sou péssima mentindo, melhor nem tentar.

- Quando eu neguei isso, por acaso? - olho pra ele e quase pulo ao ver o quão próximo ele estava, e aquele olhos fixos em mim, como se pudessem ver até a minha alma. Desvio o olhar novamente para a roupa, não conseguindo manter o contato visual. - E não muda de assunto ta legal!? Cadê aquela aberração? - vasculho com cuidado a mala.

- Na shopee - olho pra ele incrédula e ele explode em uma gargalhada.

- Quê??- me endireito e me viro pra ele - Você estava só me fazendo de tonta? - ele continua rindo. - Te mato Alfonso, Eu. Te. Mato.

Dou tapas nele, ele desvia de alguns mas não de todos.

- Au! - ele segura meus pulsos - Que mão pesada.. - ele sorri me olhando.

- É pra isso que eu malho! - Encaro ele de maneira ousada, vejo o sorriso dele desfazendo aos poucos - Vai Poncho, me solta. - tento puxar meu braço.

- Calma, você está me devendo um "Oi" - ele diz e olha pra minha boca - Na verdade são dois. - Ele se aproxima e beija minha bochecha, próximo ao cantinho da minha boca, muito próximo. Se afasta um pouquinho e volta a se aproximar beijando a outra, perigosamente perto também. Respiro com dificuldade, tento não parecer mexida com isso, mas a verdade é que por dentro estou como um vulcão prestes a entrar em erupção. Olho pra sua boca e seus traços bonitos, me imagino colocando as mãos em seu rosto o trazendo pra mim e me deliciando nessa boca carnuda. O que aconteceria se eu fizesse isso?