Capítulo 15

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ALFONSO
Domingo, 08:00am

Pela primeira vez em anos, passei a noite em claro por insônia e não trabalhando. Aquela foto me tirou completamente do eixo, olho pra ela mais uma vez tomando minha xícara de café.
Dou um zoom naquele pijama provocante e um maior ainda na sua boca, essa mordida no lábio me deixa completamente maluco.

Passo o dia jogado no sofá assistindo todos os jogos de futebol que consegui, nem me lembro qual foi a última vez que passei um dia assim. A única coisa que me tirava o foco do jogo era ela, senti sua falta, e por várias vezes tentei inventar uma desculpa para ligar pra ela. Mas nenhuma me parecia boa o bastante, talvez a boa e velha cara de pau me ajudaria, bater na porta dela e dizer que queria vê-la, sem nenhum motivo especial, so queria estar com ela.
Mas se tratando de Anahí eu sou um covarde, nunca fui assim com mulher nenhuma, nunca me preocupei em o que, ou, como falar algo. Com ela é diferente, ela tem um poder sobre mim que nunca pude entender, ela me faz calar quando a vontade é gritar e ficar estático quando quero avançar e avançar.

Me levanto do sofá indo ao quarto decidido em arrumar a mala. Pego algumas roupas no armário e coloco sobre a cama, procuro minha mala, a jogo na cama colocando algumas peças dentro. Coço a nuca injuriado, suspirando largo tudo e volto para a sala. Pego meu celular, desbloqueio a tela e la esta ela outra vez..
Me levanto num impulso jogando o celular no sofá e volto para o quarto, indo para o banheiro e tomando uma ducha rápida. Me visto, ajeito o cabelo e capricho no perfume.

- Covarde é o caralho! - falo enquanto me encaro no espelho. Saio de casa decidido a vê-la e quem sabe tascar um beijo naquela boca gostosa.

Bato em sua porta uma, duas, quatro vezes.. nada! Ela com certeza não está, suspiro derrotado e volto pra casa. Assim que fecho a porta ouço meu celular tocando e corro na expectativa de ser ela.

*Dona Ruth* pisca na tela, atendo desanimado. Minha mãe me convida para jantar na sua casa, ja que eu viajaria cedo amanhã, Dani também viria com a Olívia. Desligo dizendo que desceria em 10 minutos. Estar com a minha sobrinha era tudo que eu precisava para me distrair, sem contar que a presença da minha irmã me fazia muito bem. Enfio meu celular no bolso e saio de casa outra vez.

Quando estou prestes a colocar a mão na maçaneta do apartamento da minha mãe, ouço o barulho de saltos e automaticamente me viro para olhar e lá esta ela, perfeita, como se estivesse acabado de sair de uma capa de revista, com sacolas nas mãos, com certeza fazendo compras para a viagem. May me convida para comer pizza com elas e juro que se não fosse pela Olívia eu aceitaria sem pensar. Mas estava com saudades da minha pequena, precisava ve-la.

Não perco a oportunidade de convida-las, troco poucas palavras com a Anahí, ela me pareceu estranhamente arisca e isso só me deu mais vontade de estar com ela.

Entro na minha mãe, e logo em seguida Dani chega com Olívia que trazia uma mochila cheia de tinta guache e folhas para pintar. Nem preciso dizer que sai de lá quase expulso pela minha mãe. Olívia me pintou de verde dizendo que eu era o tio hulk, e após jantarmos e eu correr atrás dela tentando transforma-la num smurf minha irmã foi embora e eu levei bronca em cima de bronca por ter manchado o sofá, cortina e o tapete. Me despeço da minha mãe a agarrando e me esfregando dela para que ficasse verde também, ela me bate e ri.

Volto para casa, tomo outro banho me livrando de toda aquela tinta. Pego o celular que estava ao lado da cama, vejo uma notificação de e-mail e abro para ver de que se tratava e era apenas uma propaganda da Shopee ofertando duas camisas estilo havaiana super floridas, nao penso duas vezes, dou um print na tela recortando a imagem e encaminho para a Anahí, perguntando qual deveria levar. Ela visualiza quase que no mesmo instante e eu abro um sorriso ja imaginando ela surtando e em seguida me mandar um áudio me ameaçando.

Casa comigo, Hoje?  AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora