15-Pedra do Dragão

618 60 4
                                    

-AEMMA VELARYON-

   SUA FAMILIA já havia partido de Dragonstone e Aemma sentia um vazio imenso em seu coração. A jovem princesa nunca ficou tanto tempo afastada de todos, mas felizmente Emma tinha a companhia de suas irmãs.

   A ideia de voar de volta para a Fortaleza Vermelha a deixava receosa. Tudo e todos naquele lugar a apavoravam, mas ela faria de tudo por seu avô. Viserys tinha seus defeitos, mas sempre amou e cuidou de Aemma com muito carinho e afeto.

Os dias e as semanas se passaram rapidamente. A Velaryon ocupava seus dias lendo, voando e lutando com Baela.

O dia em que a princesa Velaryon enfim retornaria ao Red Keep finalmente chegou.

Aemma acordou sentindo seu estômago se revirar. A luz adentrando o quarto incômodou seus olhos, fazendo a platinada se proteger embaixo de seu cobertor. Ela não queria retornar a Fortaleza Vermelha, ela queria ficar em Dragonstone junto a sua família, queria continuar sua vida normal, sem os verdes, sem Aemond.

   Antes de voar até a terra do rei, a Targaryen foi até o fosso dos dragões e se despediu do pequeno ovo violeta que havia escolhido para sua irmã.

Rhaenyra estava grávida e Aemma tinha quase certeza que era uma menina. A princesa sonhou que segurava uma pequena menina em seus braços e seus lábios sibilaram levemente "Minha querida e unica irmã".

Syrax havia dado a luz a três ovos de dragão e Emma teve a chance de escolher um dos ovos para o bebê de sua mãe. A platinada cantou para os três ovos, leu e até mesmo conversou com eles, assim como fazia com o bebê ainda na barriga de Rhaenyra. Por fim, o ovo escolhido foi um lindo ovo violeta metalizado. Ele era lindo e lembrava Emma de seus olhos.

Aemma esperava que o ovo de sua irmã choca-se assim como os de seus irmãos, mas não teria problema se ele não eclodisse, ela iria pessoalmente tratar de encontrar um forte e belo dragão para sua irmãzinha. Ela faria de tudo por aquele bebê, ela faria de tudo pelos seus irmãos.

Muitos diziam que a princesa era doce, outros cruel, mas ambos concordavam que a Velaryon amava sua família com todo o seu coração, esse amor era tão belo e puro que ninguém poderia estragar. Ela era a mais velha, era seu dever cuidar e proteger sua família, mesmo que pra isso ela tivesse de lutar com os próprios parentes.

A única coisa capaz de destruir a Casa do Dragão é ela mesma.

Era isso o que Rhaenyra dizia e era isso que Aemma ouvia em seus sonhos.

A princesa não tinha muitas coisas para levar, até porque todos os seus baús com vestes e joias haviam sido levados pelo navio. Tudo o que a bela princesa levava era sua espada e adaga.

   A platinada foi vestida com uma calça para montaria negra e um lindo vestido da mesma cor. O vestido tinha gola alta e mangas longas, bordadas com fios de prata e pedras preciosas. Por cima do vestido um lindo peitoral de armadura de prata coberto por cristais, rubis e diamantes. O cabelo coberto com algumas tranças caia sob suas costas e a tiara de rubis enfeitava seus cabelos platinados.

Ela estava divina, como uma deusa da antiga Valiria, era isso que diziam quando olhavam para ela. Eles sussuravam como ela parecia um anjo caído, seus cabelos claros e sedosos, seus olhos tão violeta, sua pele pálida e macia, seu corpo esguio, seus belos e fartos seios e olhar penetrante. Isso a fez ser o deleite do reino e segundo mestres, a mulher mais bela que já pisou em Westeros.

Estava na hora de ir, Aemma encontra as suas primas-irmãs já vestidas e prontas para viagem. Ambas vestiam roupas de montaria azuis, que um dia pertenceram a sua mãe.

Baela voaria em sua dragoa Moondancer, a dragoa da Lady era verde-clara e esguia, mas também pálida e magra. Seus chifres, crista e ossos das asas eram perolados. Apesar de possuir o tamanho de um cavalo, ela era muito rápida, tanto no céu quanto na terra.

Rhaena voaria com Aemma e Cannibal. O ovo da jovem Lady nunca havia eclodido, o que fez Emma simpatizar com a causa da garota, por muitos anos ela também não teve um dragão, mas agora montava talvez no maior dos sete reinos. Então, a princesa Velaryon permitia que sua irmã Rhaena voasse com ela.

No início Cannibal estranhou a aproximação da platinada negra, mas logo se acostumou com sua presença.

Nesses anos com Cannibal, Aemma e ele desenvolveram uma ligação forte e inquebrável. O dragão de olhos escarlates tinha permissão para voar em Pedra do Dragão, afinal ele sempre seria selvagem e a garota gostava da liberdade que dava para seu dragão.

   Sempre que a princesa precisasse, Cannibal surgiria a sua frente, pronto para oferecer seus serviços.

— Meu amor — A garota passeia suas mãos pelo rosto do dragão após ele pousar — Teremos companhia hoje, tudo bem para você, meu querido selvagem?

   O dragão cheira Rhaena Targaryen, reconhecendo o seu aroma e assentindo positivamente para sua montadora.

— Cannibal, obrigada por permitir que eu compartilhe este voo com vocês — A mão da gêmea mais nova estava na fera, com a mão de Emma sob as sua.

   Aemma subiu no seu enorme dragão, que agora possuía uma armadura luxuosa com o símbolo Targaryen. Com a ajuda da bela Velaryon, Rhaena sobe em Cannibal, segurando fortemente a cintura da irmã.

— Pode ir, Baela — Aemma grita para a gêmea mais velha, que esperava pacientemente para voar.

O dragão verde claro sobe aos céus, sendo seguido pela fera de Dragonstone.

— Sōvēs — A platinada faz seu dragão levantar voo.

   Cannibal era veloz, mais rápido do que qualquer outro dragão que Aemma já havia visto. Ele se aventurava passando a milímetros do mar, antes de subir acima das montanhas e nuvens.

Voar era uma das paixões de Emma, quando ela subia em Cannibal era como se nada mais existisse, só ele e ele. Se a Septã estivesse certa e realmente existisse alma gêmea, Aemma tinha certeza que Cannibal era a sua.

   Nada a preocupava quando estava em cima dele, todos os seus deveres e preocupações de herdeira e princesa eram esquecidos e tudo o que sobrava era a garota sentindo a brisa do mar e o vento bagunçando seus fios prateados. Ela amava Cannibal, amava como ele era livre e fazia o queria, mas sempre retornaria para ela.

   As vezes a Targaryen se pegava pensando em como seria a sua vida se não fosse uma princesa e sim uma simples camponesa. Logo ela desistia da ideia, apesar de querer ser livre ela sabia dos privilégios que tinha por ser princesa e se sentia sortuda por ter uma família amorosa, uma vida confortável e um veloz,belo e forte dragão.

𝒜  𝒫 𝕣ꪮꪑꫀ𝕥ⅈᦔꪖ   𝓔ડᥴꪖ𝕣ꪶꪖ𝕥ꫀ-House Of The Dragon Onde histórias criam vida. Descubra agora