Fogo em chamas

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"Minha mãe disse que sou muito romântico

Ela disse: Você está dançando como nos filmes

Eu quase comecei a acreditar nela

Então eu vi você e eu soube"

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Para Yong Soo o que o professor estava falando não fazia sentido algum, como assim a Clara seria um homem e ainda por cima interpretado por ele? Que teria que fazer par romântico com a pessoa que ele mais odiava em todo o mundo, por quê?

-Mas, professor... - Ele tentou protestar contra aquela ideia, não porque ele não queria ser o protagonista, não era isso, era uma oportunidade incrível, a questão era que ele se recusava fortemente na ideia de ser parceiro romântico de Kiku Honda.

-Eu também não acho isso uma boa ideia, nós não nos damos bem. - O Honda entrou para ajudar o outro asiático naquilo, o que era algo raro, eles concordarem com alguma coisa, mas juntos não daria para fazer.

Mas, para a tristeza de ambos eles viram um brilho nostálgico se acender nos olhos dourados do argentino, assim como o sorriso crescer em seus lábios, coisa boa não era. Martin quase voltou a vinte e quatro anos atrás, ah, seus dezesseis anos, a época em que se resolveu com Luciano, ele viu a ele e o esposo em Honda e Yong Soo.

Martin sabia exatamente o que devia ser feito naquela situação.

-Faremos o seguinte, vocês dois vão preparar uma apresentação juntos, pode ser de dança contemporânea e vão deixar as diferenças de lado. Vocês têm uma semana e caso se recusem a fazer os dois estarão cortados da apresentação final, ou vocês serão os meus protagonistas ou nem no palco irão pisar.

-Você acredita que ele nos disse isso? Não acredito que serei obrigado a ser par romântico do Honda.

Yong Soo estava agora no refeitório, ele estava tão magoado que ele não aguentou e precisou recorrer ao melhor amigo, ele estava com a bandeja de almoço jogada para o canto da mesa, ele havia se jogado no colo do melhor amigo em busca de carinho.

Francis era um aluno de Martin, ele conhecia o coreano desde o primeiro dia e desde então os dois se tornaram amigos inseparáveis, tanto que eles dividiam hoje um apartamento num dos prédios do campus da escola.

Francis fez carinho nos cabelos pretos e lisos do amigo, o acomodando em seus braços. O coreano estava inconformado que isso de fato iria acontecer, parecia uma espécie de perseguição contra ele.

-Tente ver o lado positivo, Yong, talvez agora seja a sua chance de se declarar para o Honda, vai, todo mundo sabe que vocês no fundo se amam. - O coreano ao ouvir aquela frase se levantou tão rápido que assustou o francês, que olhou para o amigo com um sorrisinho nervoso no rosto, talvez ele tenha falado demais.

O asiático olhou tão abismado e enojado para o amigo que o francês começou a rir de nervoso, ele sabia que era um assunto delicado, mas ele não esperava que o amigo fosse ficar tão enojado daquela maneira.

-Eu? Apaixonado por aquela coisa? Você me ofende falando isso sobre mim, Francis, até parece que eu estaria apaixonado por ele. - O rosto fofo do coreano carregava uma carranca estranha, ele voltou a se sentar, mas não se jogou no melhor amigo de novo, apenas puxou sua bandeja para almoçar.

O Quebra Nozes - COREJAPOnde histórias criam vida. Descubra agora