surreal

10 - I love, my, my, mine

-A coisa dos dedos que você disse...- Mingi começou, curioso até demais sobre o assunto. Yeosang estava ao seu lado, encostado meio deitado em seu ombro. -Você teve muitas experiências sexuais?

-Algumas. Minha religião não apoia a luxúria, você deve saber, então sexo demais não é algo bem visto, e o fato de eu ser ace também diminuiu minhas possibilidades, sabe...mas eu tive algumas. Eu namorei quatro vezes, como te disse. A única que eu não tive relações foi a Jihan. Éramos muito jovens, 16 anos. E ela era evangélica, não queria fazer antes de casar.

-Como...funciona pra vocês?

-Como assim?

-Você pecou fazendo isso antes do casamento?

Yeosang deu um risinho e negou com a cabeça. Se recostou no ombro de Mingi outra vez e fechou os olhos.

-Como eu disse, luxúria em demasia não é bem visto, principalmente se for vício. Vício nenhum é bom. Aquela coisa de quando seus únicos momentos bons são durante o sexo e você corre atrás de qualquer um para uma única noite que parece que vai preencher o vazio da sua vida, essa coisa. Mas...não há problema ser antes do casamento, sabe? Desde que seja com alguém que você goste, essa é a moral. Mas eu não problematizo pessoas que gostam de sexo casual, é só a visão da nossa igreja, né...mas nunca foi um problema pra mim, eu nunca curti muito, então...mas não há problema. O que vemos sobre sexo não é tipo...pecado. Se Deus nos fez para podermos nos tocar, se Deus nos fez sentir tanto prazer quando estamos juntos, sabe...como alguém pode considerar pecado se...se foi feito por Deus?

Mingi sorriu. Era algo interessante.

-Sabe, ele nos fez com as...as peças pra encaixar, então a gente não deveria poder encaixar?

-É, você tem um bom ponto.

-É o que eu penso também...o casamento é uma garantia de que se a mulher engravidar, o homem será forçado a ficar, né. Mas daí é só a gente usar camisinha! Pronto!

Mingi deu um risinho. -Nunca foi um problema pra mim. Sabe...a parte da gravidez.

Yeosang deu um risinho. -Mas há as doenças também. Uma gravidez é a menor coisa que você pode conseguir de ruim em uma relação desprotegida.

Mingi assentiu. Sua mão foi até os cabelos de Yeosang e os acariciou, massageando seu couro cabeludo.

-Mas a história dos dedos...- Yeosang ficou corado. -Chaehyun gostava de coisas bem feitas, então ela me ensinou a tocá-la. Sabe...mulheres são quase um labirinto, é por isso que é tão maravilhoso. -As bochechas de Yeosang ficaram completamente vermelhas. -Se Deus deu às mulheres a benção de poder ter filhos, eu acho que tenha algo muito especial nelas.

Mingi o olhou. -Então por que não são todos que vêem essa beleza?

Yeosang deu um tapa no ombro dele. -Eu não estou mais falando de sexo. Pense...na sua mãe por exemplo, ela não parecia especial? Como se...soubesse mais.

Mingi franziu a testa. Bom, ele achava que sim. Sua mãe realmente era sábia e ensinou a ele mais coisas que seu pai.

-Quando...eu fui uma mulher, algumas vidas atrás...eu me senti muito especial. O fato de os homens não poderem gerar vida da mesma forma que as mulheres...como as pessoas podem menosprezar quem deu vida à elas, sabe? Eu agradeço a Deus por não ser homem, isso me faria sentir até ruim.

Mingi deu um risinho. -A maioria dos homens são um bando de babacas. Veja o Wooyoung.

-Egh, nem lembre da existência desse traste. - Yeosang revirou os olhos. Mingi riu dele e deixou um beijo em sua testa.