surreal

12 - My baby here on Earth

Capa nova feita por mim mesma! 😭😭😭😭 Obrigada amiga, te amo.

Boa leitura!

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-Deixa eu te mostrar uma coisa. - Yeosang falou, sorrindo com a boca e os olhos. E eles brilhavam tanto, que Mingi se perdeu um pouco, anestesiado e febril por eles. -Vem!

Alguns dos parentes de Yeosang já haviam ido embora, então ele se ocupou em mostrar suas coisas velhas para Mingi. Yeosang amava coisas velhas, tralhas quase decompostas, pinturas desgastadas e anjos de porcelana assustadores, ele amava.

Ele amava o passado, e talvez fosse por isso que não se soltava dele.

E ele amava Mingi.

Yeosang abriu uma porta, havia um quartinho pequeno ali, com uma janela enorme que dava vista da cidade toda, uma cama de solteiro logo ao lado, bem arrumada e cheia de pelúcias, haviam quadros nas paredes, fotos na pequena estante ao lado da cama, e caixas, baús, na verdade. Os baús eram antigos, cheios do que Mingi tinha certeza que eram histórias e memórias.

-Mama limpou...está cheiroso. - Ele pegou um ursinho na mão e cheirou, com todo carinho e cuidado do mundo. Era um bichinho velho, com o nariz gasto e um olho faltando. -Aquele é meu pai, Kang Yunsoo. - Yeosang apontou para uma das fotos. Mingi olhou, encontrando um homem parecido com Yeosang, em um porta-retrato. Ele tinha o mesmo sorriso, os mesmos olhos, vestia um terno e segurava uma flor.

-É um crisântemo. - Yeosang explicou. -Era a flor favorita dele. Ah, peça a benção dele para namorar comigo, ou nunca poderemos nem nos beijar, vamos!

Mingi riu da óbvia brincadeira. Ele olhou para o sogro e pediu, com todo coração.

-Bàba...eu queria.

-O que? Não, Mingi, ele não era chinês. É um appa.

Mingi ficou vermelho. -Ah, perdão...appa, me desculpa, eu queria muito que..

Yeosang sorriu, todo bobo. -Pare, não precisa falar, é só uma foto, meu pai...tá lá. -Ele apontou para cima, Mingi olhou, encarando o teto. Haviam dezenas de nomes ali.

-O que...

-São para as minhas orações. Eu anotava porque muita gente me pedia para que eu rezasse por eles, mas eu não me lembrava do nome de todos, então anotei...mas não tava falando disso, meu pai...tá no céu. Em uma colônia, mas você não precisa pensar muito sobre isso agora.

Mingi o olhou. Se sentou ao seu lado na cama, pegou algumas das pelúcias e brincou com elas, com todo o cuidado que Yeosang também tinha. Aquelas coisas não eram dele, então não podia estragar.

-O que queria me mostrar?

Yeosang sorriu. Ele deixou o ursinho de lado e se levantou, indo fuçar em um dos baús. Estava cheio de livros e porcelanatos, xícaras, imagens de Jesus Cristo, anjos, bailarinas...ele pegou uma pequena caixinha.

-Eu fiz isso com 13 anos, para a minha alma gêmea. - Ele se levantou e foi até Mingi. -Eu não sabia se seria um menino ou uma menina, eu achava que pudesse ser uma garota, na verdade. - Ele abriu a caixa, dentro estavam duas alianças.

Não eram jóias, era um arame enrolado, com pedrinhas azuis brilhantes ao redor dele, e uma pedra branca bem no meio. No metal, estava escrito "Sono morto così tante volte e ti ho amato ogni volta che ho vissuto", bem pequeno.

-Tá escrito..."eu morri tantas vezes, e te amei todas as vezes que vivi". Fui eu que criei essa frase...Sabe, se não quiser usar, tudo bem, eu queria só te mostrar...