FIRST

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Tomo um gole generoso de água, minhas mãos trêmulas mal conseguiam segurar o copo

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Tomo um gole generoso de água, minhas mãos trêmulas mal conseguiam segurar o copo. Espero impacientemente que a água fria acalme meu corpo quente.

Já tive muitos sonhos ruins ao longo da minha vida, principalmente no início da adolescência, mas nada se compara ao pesadelo do qual acordei aos gritos. Não sei como minha família não acordou.

Olho para a porta do meu quarto e espero, mas eles não vem, então relaxo. Ou pelo menos, tento. Ainda sinto o meu coração batendo forte contra minha caixa torácica e uma estranha sensação oprimindo o meu peito.

Pego meu celular sobre a cabeceira da cama ponderando se devo ou não ligar para ele. O dia está quase amanhecendo em Bangkok, o que significa que ainda é noite na cidade em que P'Jeff está se hospedando esperando por sua apresentação amanhã. Não quero atormentar seu sono, sei o quão importante é para ele; contudo, não irei voltar a dormir até ter certeza de que sim, ele está bem.

Sonhar com o Phi é algo recorrente desde antes de nos tornamos o que somos hoje — algo que nenhum de nós dois conseguimos definir claramente ( amigos, melhores amigos, irmãos ... almas gêmeas? ) — mas, o sonho em questão, me deixou apavorado. Foi tão assustadoramente real! Se eu fechar os olhos, consigo vê-lo novamente em meus braços, apagado. Se eu apurar um pouco os ouvidos, ainda ouço os meus berros pedindo para que ele permanecesse de olhos abertos, que não me deixasse...

Estremeci.

Barcode? — Ele atendeu no segundo toque.

Sua voz rouca ressoa no meu ouvido, arrepiando-me dos pés à cabeça. O arrepio é algo costumeiro que já cansei de questionar, assim como o frio na barriga todas às vezes em que estou prestes a vê-lo.

Phi... — Tento soar descontraído como sempre, mas falhei miseravelmente, o que, óbvio, chamou sua atenção.

Aconteceu alguma coisa — não foi uma pergunta — Ainda é cedo aí. O que aconteceu? São as provas do semestre? Algum veterano andou implicando com você novamente? Seus pais, estão bem? Code, diga algo!

Solto uma risadinha pelas diversas perguntas ao mesmo tempo em que me sinto mal por tê-lo preocupado.

— Estou bem, Phi. Meus pais também. Os veteranos estão sendo pacientes comigo, não se preocupe. E minha última prova foi semana passada. Eu só... — Tive um pesadelo horrível com você e mal consigo pregar os olhos sem lembrar dele — Posso vê-lo? Quer dizer, posso fazer uma chamada de vídeo? Quero ver seu rosto.

Às vezes a maneira como eu simplesmente solto as palavras sem pensar nas possíveis consequências delas, me preocupa. Mas com ele, sei que jamais serei julgado por falar o que penso.

Ouço seu riso baixo e ainda rouco, o que ocasiona em mais um arrepio involuntário.

O celular vibra no meu ouvido. Chamada de vídeo.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐐𝐔𝐈𝐑𝐄𝐒 𝐂𝐎𝐔𝐑𝐀𝐆𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora