3.

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Andressa Celant Ponto de Vista;


Com algumas horas, uns colegas dos meninos chamaram a gente pra uma festa, sei lá, after? Em uma casa de um cara conhecido. Os meninos toparam e nos convidaram pra ir junto.

Cá estávamos nos, Emilly podre de bêbada e eu me controlando pra não pedir um uber e dar o fora daqui. Não que eu não esteja gostando, pelo contrário, a companhia dos meus amigos era ótima.

Apesar de estar sozinha agora escorada em um balcão onde tinha visão de geral na piscina e em outra área, a festa estava ótima.

Onde eu estava, a luz queimou a minutinhos atrás, achei que tinha sido eu que pisei em um fio mas foi a luz que queimou mesmo.

Senti um cheiro de bebida atrás de mim e tomei um susto com um toque na minha cintura, o cheiro era conhecido faz décadas.

O perfume continua o mesmo, apesar do cheiro de bebida estar bem mais forte. Gustavo me puxou fazendo nossos corpos ficarem colados.

— Que porra ''cê tá fazendo? - tentei tirar suas mãos. - Me solta.

— Eu senti sua falta, amor...

Meu corpo congelou por completo com aquela voz rouca, até teria acreditado se ele não estivesse tão bebado.

— Você sabe né? Eu senti. - ele apertou a mão na minha cintura. — Eu juro que não fiz aquilo.

— Aquilo o que Gustavo? - perguntei. — Me larga, você está bebado.

— Eu não beijei nenhuma mulher.

Lá vamos nós.

— É tudo mentira, Dessa. - ele desceu o nariz até meu pescoço e cheirou me fazendo arrepiar. — Acredita em mim.

— Já é tarde.

Falei me soltando do mesmo e saindo dali, finalmente achei alguém mais sóbrio que eu. Veigh.

— Thiago. - ele se virou pra mim junto com Dib. — Da pra você ajudar o Gustavo? Ele tá exalando cachaça.

O amigo se levantou indo até onde eu disse que ele estava e ajudou o mesmo a se deitar em um sofá que tinha ali.

— Hoje ele encheu a cara. - comentou quando voltou. — Deve ter sido por sua causa.

— Minha causa? - perguntei e ele concordou. — Não peguei.

— Deve ter sido porque você voltou.

Eu não conseguia entender aquilo, se foi bom ou ruim. O motivo dele encher a cara tinha sido minha volta? Até parece.

Logo no outro dia de manhã, acordei em uma cadeira perto da piscina, havia uma garrafa de coca no meu colo e ninguém por perto.

Me levantei tirando o salto e entrando na casa, a casa estava quase silenciosa porém dava pra ouvir conversas na cozinha.

— Cara para de ser imbecil, nem bebi tanto assim. — a voz era um pouco desconhecida pra mim.

— Sério isso? Antes mesmo de eu começar a beber você já estava enchendo a cara. - a voz de Gustavo estava meio rouca.

— Oi gente... - falei entrando na cozinha.

— E aí. - a voz era de Nagalli, ele sorriu pra mim e Gustavo que estava de costas se virou pra me olhar.

Será que ele lembrava de ontem?

— Opa opa. - ele disse se virando completamente e me encarando.

Ai que eu percebi que meu vestido estava um pouquinho curto, talvez pela posição que eu estava dormindo, abaixei de um lado e do outro me sentando num banquinho de frente ao balcão.

Eles estavam no outro lado.

— Cadê o resto da cambada? - perguntei coçando meus olhos.

— Dormindo por ai. - Nagalli disse dando de ombros. — Achei dois deitado no gramado, não conheci.

— O que esses cara estavam fazendo no gramado? Puta que pariu.

Gustavo falou pegando o celular e eu comecei a procurar o meu, merda, cadê meu celular?

— Ai, merda.

Me levantei procurando minha bolsa pela sala, ali estava ela no cantinho que eu deixei, peguei meu celular vendo as mensagens.

Pai.
"Já estamos saindo, sua irmã tá na casa da irmã de Olga"
"Não esqueça da comida do cachorro."

— Alguém viu a Emilly? - perguntei entrando na cozinha novamente, os garotos negaram com a cabeça.

— FALA MEUS AMORESSS. - Thiago entrou com a maior animação que eu já vi em plena 09:00 da manhã.

— São noves horas, menos Thiago, bem menos. - Nagalli disse tomando um líquido numa xícara.

— A noite dele foi boa. - Gustavo disse provocando o amigo que não deixou barato.

— Diferente da sua. - Nagalli segurou a risada e Ghard deu o dedo do meio.

— Thiago, viu a Emilly? - perguntei guardando o celular em cima da bancada.

— Última vez que vi ela... - ele disse puxando um sorriso maroto. — Tava com o Koda.

Os meninos deram risada e eu coloquei o rosto entre as mãos, não acredito que ela vai cair na do Koda.

— Qual é, falando de quem uma hora dessas? - Koda chegou, ótimo, falando no capeta.

— Falando no cão. - Gustavo disse.

— Falando de mim? Quero saber.

Puxamos outro assunto logo o resto da galera começou a chegar, Emilly chegou com um coque na cabeça e sentou apoiando o rosto entre as mãos,

Thiago se virou pra mim do nada.

— Ai Dessa e Emilly, - me virei pra ele fazendo sinal pra o mesmo continuar. — Temos uns shows em umas cidades por ai, topam ir com a gente?

— O que? - perguntei sem acreditar. — Tu é louco parça?

— Também não entendi. — Emilly processava tudo lentamente.

— Tipo, se vocês não tiverem ocupada e afins. - dei risada do mesmo. — Eu adoraria ter vocês por perto por mais tempo, quem sabe assim não podemos voltar com a turma?

— Ai, não sei... - falei o que o mesmo desanimar. — Vai sair daqui quando?

— Daqui a 3 dias.

— Eu topo. - Emilly disse deitando finalmente a cabeça no balcão.

Essa garota não dormiu não?

— Eu também, porém tenho que ficar com minha irmã esses dias, se caso precisarem ir mais cedo... —  expliquei.

— Que nada, vai dar certo.

MINHA.   |  Ghard. Onde histórias criam vida. Descubra agora