Andressa Celant Ponto de Vista;
O gelo ardia no meu pé me fazendo fechar os olhos, não sei o que era pior, a dor do pé ou a dor que o gelo fazia.
Senti braços fortes abraçando minha cintura e enfiando o rosto no meu pescoço, pelos cabelinhos de porco espinho eu já sabia quem era.
— Sai Gustavo. - falei tentando empurrar ele.
— Vai Andressa, só um beijinho... - sua voz arrastada no meu ouvido me fazia ter sensações estranhas.
Fiquei calada porque era uma decisão difícil de tomar, se eu me arrepender? Que odio mas era tudo mentira, eu perdi meu homem por uma mentira.
— Vai amor... - ele insistiu me virando de frente pra ele.
— Para de me chamar assim. - falei e ele sorriu, palhaço. — Não sou seu amor.
Ele aproximou o rosto do meu, nossas respirações estavam iguais, eu olhava diretamente em seus olhos.
A decisão já estava tomada.
Suas mãos firmes puxaram meu quadril e me colaram com ele, o saco de gelo já não estava mais no meu pé e meus olhos já não estavam mais em seus olhos.
Foi inevitável não olhar pra sua boca.
Voltei meu olhar pros seus olhos quando o mesmo soltou um sorriso de lado, ele tá brincando comigo.
— Você ainda é Minha.
Foi a última coisa que ele disse antes de colar seus lábios nos meus, a sensação era de voltar no tempo, era uma sensação boa, eu me sentia livre.
Ele me apertava forte e me puxava pra si, nossos corpos estavam colados.
Minhas mãos foram pra sua nuca arranhando e fazendo carinho por ali, o beijo estava com gosto de menta e bebida misturada. Eu gostava daquilo.
Ele encerou o beijo descendo pro meu pescoço, eu posso sentir cada pelinho se arrepiando em mim, tentei empurrar ele mas isso só fez ele me puxar com mais força.
— Para de tentar me afastar. - ele disse com a voz seria.
— Nós estamos atrás do bar... - falei e ele me segurou coroando em cima da bancada.
— Idai?
— O meu gelo. - estirei a mão e o homem a minha frente revirou os olhos pegando o gelo do chão e botando meu pé. — Ai.
Koda entrou com a ruiva naquele lugar, olhou pra gente confuso e levou os olhos pro meu pé.
— O que foi? - perguntou e a ruiva ficou atrás do mesmo, que porra é essa.
— Machuquei o pé. - respondi simples e peguei a mão de Gustavo fazendo o mesmo segurar o gelo e meu pé.
— Folgada. - ele resmungou mas continuou segurando e fazendo um carinho na minha panturrilha disfarçadamente.
— E porque você tá aqui? - Koda perguntou pro amigo.
— Essa debiloide não sabia o lugar e me arrastou, agora tá me obrigando a segurar o gelo.
Koda sorriu, provavelmente acreditando na mentira.
— Você disse que queria o que? - o garoto perguntou pra ruiva.
— Vinho. — ela respondeu e se virou pra nós. — Oi, me chamo Grazi.
— E aí. - Gustavo respondeu e eu dei um aceno com a mão. — Ainda tá doendo? - ele perguntou olhando pro meu pé, fiz um "sim" com a cabeça, estava inchado e vermelho por causa do gelo.
— Vocês namoram? - a garota perguntou e eu arregalei os olhos.
— Não. - neguei rapidamente.
— Achei que tinham voltado. - olhei confusa pra garota.
— Eu conheço você? - perguntei fazendo ela negar com a cabeça.
— Bom, vamos indo. — Koda entregou uma taça de vinho pra ela e os dois saíram.
— Eu em... - ouvi o homem do meu lado falar apertar meu pe.
— Ai filho da puta. - reclamei.
Ele deu risada e pegou o celular digitando alguma coisa, vi uma caixa ali, havia várias caixinhas com morangos dentro, que delícia.
— Queria pudim. - falei pegando uma caixa e colocando um morango na boca.
— Vem amor, vamos embora. - Gustavo guardou o celular e me chamou com a mão.
— Ja falei pra parar de me chamar assim. - falei e ele sorriu me provocando.
Me levantei me apoiando em um pé só, tentei até encostar o outro mas a dor era imensa, qualquer um pode achar drama mas dói tanto, meu salto até quebrou.
— Me leva nas costa ai parça. - falei subindo no balcao novamente e o garoto fez uma careta.
— Parça é? - dei risada. — Vai ficar aí sozinha.
— Vai logo, quero ir embora. - ele virou de costas e eu passei as pernas pela sua cintura sentindo sua mão em minha coxa. — Me segura, vou comer meus morango.
O pessoal já estava todo reunido, menos Koda, Veigh olhou pra gente e sorriu.
— Comprou mochila nova? - perguntou pro amigo que me carregava.
— Tô dando essa de presente. - dei um tapa nele e Veigh deu risada.
Voltamos em um carro mais apertado e algumas pessoas foram no colo das outras, eu tive a sorte de não ir no colo de ninguém.
Estava do lado de Gustavo, pendendo de sono então no meio do caminho acabei deitando a cabeça no seu ombro e cochilando.
O caminho de volta seria mais longo por causa que iríamos deixar outra pessoa, nem sabia quem era apenas fechei meus olhos tentando não escutar a zoada que estava.
Gustavo tentou colocar a mão na minha coxa porém eu dei um tapa e ele soltou uma risada nasal, esse bonitinho já está cheio de liberdade.
Acordei de um cochilo achando que já estávamos chegando porém errei feio.
— Que saco, vamos chegar nunca? - perguntei fechando meus olhos de novo.
Ninguém respondeu pois estavam zoando alto.
Exceto.
— Pode dormir gata, - Gustavo falou no meu ouvido. - Quando chegarmos você vai ser acordada.
(Puta que pariu, parece que uma criança escreveu isso, tanto erro é esse Jesus! Vou corrigir tudo depois, me perdoem)