Capítulo 2

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Daniel esperava ansiosamente por um telefonema de Benjamin Lopes, mas até o momento nada, passaram-se dois dias. Ele mantinha-se ocupado com outros afazeres, mas seus pensamentos frequentemente voltavam para a misteriosa entrevista de emprego. Afinal, aquela empresa era sua oportunidade de garantia de seu sustento, pois suas economias do serviço anterior estavam acabando. Ele trabalhava em uma lanchonete muito badalada da cidade, mas havia sido assediado e decidiu sair. Sua sorte e não ter gastos, nem um vida libertina, pois guardava tudo o que ganhava, assim tinha um pequeno valor economizado.

Enquanto isso, Benjamin, o homem de olhos verdes e coração aparentemente inabalável, encontrava-se em uma situação inusitada. Ele não conseguia se concentrar em suas tarefas da mesma maneira de antes. Sua mente era constantemente invadida pela imagem de Daniel, aquele jovem de 19 anos que havia deixado uma marca em sua memória.

Em uma tarde quente de verão, o destino deu um empurrãozinho. Daniel decidiu almoçar em um pequeno café próximo ao prédio da empresa. Ele estava mexendo em seu celular, distraído com os pensamentos sobre a entrevista, quando esbarrou em alguém e derrubou seu café.

"Desculpe, eu não estava prestando atenção," disse Daniel, olhando para o homem com quem havia colidido.

Para sua surpresa, o homem era Benjamin Lopes. Seus olhares se encontraram, e por um breve instante, o mundo pareceu parar. Os olhos verdes de Benjamin brilharam intensamente, e uma expressão indefinível passou por seu rosto.

"Não se preocupe, foi minha culpa também," Benjamin respondeu com um tom de voz mais suave do que Daniel jamais imaginou que ele seria capaz de usar.

Os dois homens se agacharam para pegar os objetos caídos, e suas mãos se tocaram brevemente. Um calafrio percorreu a espinha de ambos. Era como se a eletricidade estivesse fluindo entre eles, criando uma conexão inexplicável.

Daniel quebrou o silêncio, tentando recuperar a compostura. "Eu sou o Daniel, aquele da entrevista."

Benjamin assentiu, sorrindo de leve. "E eu sou Benjamin, o que lhe entrevistou." O que fez Daniel dar um leve sorriso, que foi apreciado por Benjamim.

A conversa continuou, e eles decidiram sentar-se juntos para tomar um café. Daniel não pôde deixar de notar que Benjamin estava mais descontraído do que na entrevista. Eles falaram sobre seus interesses, suas vidas e, de alguma forma, a conversa fluiu naturalmente.

À medida que conversavam e o tempo passava, a atração mútua entre os dois homens crescia, embora nenhum deles ousasse mencionar isso em voz alta. Era um território desconhecido para ambos. Benjamin, com sua natureza fria e possessiva, estava enfrentando sentimentos que nunca imaginou que poderiam surgir por outro homem. 

Daniel, por sua vez, estava se apaixonando por alguém que parecia inacessível, mas que de alguma forma estava se revelando cada vez mais humano a seus olhos. De alguma forma sentia-se envolvido, protegido e não sabia como explicar aquela situação. Mesmo sendo gay assumido, ele nunca havia se interessado daquela forma por ninguém. Foi beijado por um garoto no colégio, mas este apenas o fez por uma aposta em grupo, para ver se o garoto gostava de garotos. O que para Daniel foi bom, pois sentiu melhor ser beijado por um garoto, não se imagina beijado por uma garota.

Conversaram mais um pouco e enquanto saíam do café e se despediam, Benjamin não pôde deixar de pensar que aquela colisão casual não havia sido obra do acaso, mas sim do destino, unindo dois corações destinados a se encontrarem em um romance tão intenso quanto imprevisível.

Amor além dos limites (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora