Capítulo 7

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Já estamos na estrada várias horas e por enquanto tudo quieto. Obviamente não estamos dirigindo pelas estradas principais, por causa dos controles e tivemos que parar e nos abrigar por causa do sol. Então nosso caminho até Bucareste está levando várias horas a mais.

Meu pai está sentado na frente e posso sentir sua tensão e isso me preocupa que ele possa ter outro ataque como o que teve com Victoria, no entanto ficarei de olho nele.

Quem está dirigindo é Daniel, os outros estão em outro veículo na nossa frente, estamos em três em cada carro, achamos que seria melhor caso arranjássemos algum problema no caminho.

"Estamos chegando a cidade", falou Daniel.

Eu não respondo, apenas contínuo olhando em volta em busca de algum inimigo, abro a janela para que eu possa sentir o cheiro no ar, respirando fundo não sinto nada. Mas claro minha mão está na minha arma.

"Vamos parar a frente", escutamos Klaus falar pelo rádio. E vimos ele já parando na nossa frente paramos o carro atrás dele e saímos.

"Bom, a cidade está uns 20km por essa estrada e acho melhor ir a partir de agora andando, chamaremos menos atenção", falou Klaus

"Eu concordo", falei simplesmente

"Mas não posso deixar as minhas coisas no carro" falou Lise

"É exatamente por isso que falei para que trouxessem só o necessário", Klaus respondeu impaciente com sua irmã.

Ela grunhiu em resposta.

"Ok, sem mais delongas vamos logo", Victoria disse e já saiu caminhando na frente com sua mochila nas costas, seu irmão seguiu logo atrás.

Lise foi até o carro e pegou uma bolsa deixando a outra para trás e seguiu com Klaus na frente.

Eu e meu pai caminhamos atrás de todos, preferimos ficar na retaguarda.
Andamos por um tempo até ver a cidade.

"Precisamos achar um abrigo para passar o dia", Daniel falou baixo mas todos ouviram claramente.

Ouço Klaus bufar.

Realmente consigo sentir a temperatura aumentando daqui a pouco estará amanhecendo, eu não queria parar agora, eu queria achar alguma pista e seguir até achar o coven mas Daniel e Victoria precisam se proteger do sol.

"Procure por fábricas na cidade com certeza deve ter alguma abandonada", eu falei.

Victoria pegou o tablet da mochila enquanto caminhava, levou alguns minutos até ela nos informar que iríamos para uma região em Bucareste chamada Pantelimon.

Eles aumentaram o ritmo da caminhada, conscientes de que o amanhecer se aproximava rapidamente. O sol começava a lançar seus primeiros raios sobre o horizonte, o que significava que o tempo estava se esgotando.

Seguindo as indicações de Victoria, eles avançaram pelas ruas vazias da cidade, mantendo-se atentos a qualquer sinal de perigo. Os prédios ao redor estavam silenciosos e desolados, refletindo a atmosfera sombria e tensa que pairava sobre eles.

Enquanto se aproximavam da área de Pantelimon, os olhos buscavam sinais de perigo e de uma fábrica abandonada que pudesse servir como abrigo temporário. Ruas desgastadas e edifícios em ruínas passavam rapidamente, até que finalmente avistaram o que parecia ser uma instalação industrial abandonada ao longe.

"Ali", sussurrou Daniel, indicando o prédio dilapidado à frente.

Eles se aproximaram cautelosamente, observando atentamente ao redor em busca de qualquer sinal de atividade suspeita. A fábrica estava cercada por uma cerca enferrujada, com portões quebrados e janelas sem vidros. Era o lugar perfeito para se esconder temporariamente.

Eles entraram na fábrica e exploraram o interior em busca de um local seguro para passar o dia. Encontraram algumas salas nos fundos do prédio, onde não havia luz solar direta.

"Vou vigiar", falou Michael já saindo.

Todos olharam e acenaram e cada um foi achar um lugar para si.

Eve observou eles se acomodarem e saiu atrás de seu pai.

Caminhando lentamente pela fábrica ela conseguia sentir o cheiro de mofo e sujeira.

Ela fechou os olhos por um momento, concentrando-se em qualquer sinal de perigo iminente, mas tudo o que conseguia ouvir eram os ruídos abafados dos outros membros do grupo se acomodando nas salas ao redor e os passos firmes de seu pai no telhado acima.

Decidida a se juntar a ele, Eve se dirigiu às escadas e começou a subir cuidadosamente, cada degrau rangendo sob seus pés.

Finalmente, alcançando o topo das escadas, Eve emergiu no telhado silencioso da fábrica. O sol estava prestes a nascer no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa enquanto lançava seus raios sobre a cidade adormecida. Seu pai estava lá, de pé à beira do telhado, observando o espetáculo silencioso com uma expressão serena em seu rosto cansado.

"É lindo né", ele disse suavemente, sem precisar olhar para trás.

"Sim", Eve respondeu honestamente, sentindo-se momentaneamente cativada pela tranquilidade do momento. Ela se aproximou dele, ficando ao lado de seu pai enquanto observavam juntos o nascer do sol.

Por um breve instante, a tensão e a incerteza do mundo exterior pareciam desaparecer, substituídas por uma sensação de paz e admiração diante da beleza da natureza.

Michael voltou-se para sua filha com um sorriso terno nos lábios.

"Eve, há algo que eu gostaria de te dizer", começou ele, sua voz calma e suave. "Eu sei que as coisas têm sido difíceis para nós. Mas eu quero que saiba que, não importa o que aconteça, estou aqui para você. Sempre estarei ao seu lado, lutando ao seu lado e protegendo você com todas as minhas forças".

As palavras de Michael tocaram profundamente o coração de Eve, trazendo uma mistura de emoções à tona. Ela olhou nos olhos de seu pai, vendo neles a mesma determinação e amor incondicional que ela sempre sonhou ter desde sua infância como uma cobaia.

"Obrigada...pai, eu sempre estarei lá por você também", murmurou Eve, sentindo um nó se formar em sua garganta.

Os dois se abraçaram ternamente, compartilhando um momento de conexão profunda e entendimento mútuo.

"Pode ir descansar, estarei vigiando", falou Michael.

Eve olhou para ele, tirou a bolsa das costar e colocou no chão usando como travesseiro.

Michael sorriu ela era tão teimosa como sua mãe.

Underworld 6 - Anjos Da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora