Pacto: Wenclair [G!P]

Capítulo 3

Enid Sinclair

Duas semanas passaram desde que descobri a gravidez, duas semanas que venho enfrentando meu inferno pessoal, e tomado todas as precauções com meu bebê. Nesse período de tempo me acostumei mais com a ideia de ser mãe, a ideia de ter um filho de Wednesday, e aprendi que não devo citar Deus ou qualquer outra divindade, já que uma dor excruciante me atinge sempre que acontece.

Uma coisa que tem me incomodado demais é a fome, ela aumentou em níveis absurdos, como de dois a três pratos nas refeições e não fico saciada. Mamãe está a ponto de me levar ao médico para ver isso, ela acha que pode ser alguma lombriga ou ansiedade alimentar, mas sempre consigo evitar. Meu pai e irmão estão preocupados comigo, embora não demonstrem nitidamente, e Yoko está subindo pelas paredes, vivo recebendo mensagens de texto, pois tem uma semana que não compareço as aulas, eu saio de casa todas as manhãs para não levantar suspeitas, mas não vou para as aulas, fico em um parque próximo a escola. No fim da tarde volto para casa, como se nada tivesse acontecido, e falando que meu dia foi cansativo.

Tenho me comunicado diariamente com Wednesday, ela me pergunta como está sendo minha experiência com a gravidez, pergunta como estou e várias outras coisas. Sempre respondo com um sorriso bobo no rosto. Eu sei que é errado, que provavelmente estou condenando minha alma ao inferno, mas me apaixonei por Wednesday. Ela foi minha esperança, meu porto seguro em um momento de mais fragilidade, e imagino uma vida ao seu lado agora, por mais que isso pareça impossível.

— Wednesday... - Chamei meu demônio pessoal pela terceira vez e logo ouvi a voz que tanto amava.

— Olá filhote. - A voz de Wednesday ecoou pela minha cabeça e sorri como uma boba. — O que aconteceu?

— Minha família saiu para caçar e estou entediada. - Comentei e ouvi uma risadinha. — Do que está rindo?

— Você é uma das pouquíssimas pessoas que tem um demônio pessoal e conversa com ele como se estivesse conversando com sua melhor amiga. - Comentou.

— Eu gosto de conversar com você. Isso me deixa mais feliz, Wed.

— Fico feliz em saber. – Wednesday respondeu. — O que posso fazer por você nessa noite, filhote?

— Você podia vir me visitar, não acha? -Mordi o lábio inferior ao perguntar aquilo. — Estou morrendo de saudades dessa sua carinha de peixe morto.

— Quando neguei um dos seus desejos? – Wednesday perguntou e dei um sorriso que ia de orelha a orelha. — Vá abrir à porta da frente. – Disse.

Frangi as sobrancelhas com aquilo, mas decidi não questionar e desci as escadas para abrir à porta. Meu sorriso se alargou mais quando vi a garota de tranças em minha frente. Não contive minha vontade e a abracei. A morena passou seus braços pela minha cintura e me puxou para mais perto do seu corpo. Parecia que ela queria me proteger do mundo.

— Você veio mesmo! – Me afastei do seu corpo com um sorriso singelo.

— Eu sempre atendo aos seus desejos, filhote. – Wednesday comentou. — Vamos entrar, aqui fora está muito frio para você.

— Você é muito fofa quando se preocupa comigo. -Comentei e ela deu um sorrisinho de canto.

— Na verdade, eu sou uma ameaça, um demônio, não tenho nada de fofa. – Comentou enquanto entravamos em casa.

— Você é muito fofa. – Ela revirou os olhos. — To tão feliz por você estar aqui!

— Eu não deixaria uma dama sozinha em uma sexta-feira à noite, pode ser perigoso, mesmo sabendo que não deixaria nada de ruim acontecer com você.