Capítulo 5

2.9K 348 133
                                    

Esther Sinclair

-Algumas horas antes-

Chegamos em casa depois de uma caçada noturna muito produtiva. Meu marido e Jimmy pegaram um cervo de tamanho médio, que nos serviria de alimento pelos próximos dias, e eu capturei uma lebre, que daria um delicioso ensopado no dia seguinte. Voltamos para casa, meu marido foi esfolar o cervo e meu filho foi tomar um banho. A casa estava muito quieta, o que significava que Enid estava dormindo. Ela não sabe fazer nada mais do que isso nos últimos dias.

Tomei um banho demorado e desci para preparar um lanche para minha família antes de irmos dormir. Agora o meu marido estava guardando a carne do cervo na geladeira e meu filho assistia um pouco de TV. Preparei um lanche para meus meninos e subi com a intenção de levar um sanduíche para Enid também, pois, conhecendo minha filha, ela não havia jantado e estaria morrendo de fome. Mas, assim que cheguei ao quarto, encontrei a loira adormecida em uma bolinha fofa e decidi não perturbar seu sono.

— Querida, você tem uma folha de papel para me emprestar? – Murray me parou antes que saísse do quarto da nossa filha.

— Não, mas posso pegar uma do caderno de Enid. – Entreguei o sanduíche para ele e voltei para dentro do quarto.

A mochila da minha filha estava em sua escrivaninha e decidi abrir para pegar o caderno, mas, assim que abri o primeiro bolso, encontrei uma coisa que não deveria estar ali. Peguei o bastão em mãos e arregalei os olhos ao ver o positivo. Meu marido notou minha inquietude e entrou no quarto para ver o que acontecia. Murray arregalou os olhos ao ver o teste de gravidez em minhas mãos.

— Saia daqui... – Mandei enquanto olhava para minha filha com fogo nos olhos.

— O que vai fazer? – Meu marido perguntou.

— Vou tirar satisfações com essa garotinha. – Disse. — Agora saia logo daqui!

Meu marido saiu a contra gosto do quarto e me aproximei da cama de Enid antes de começar a gritar. A garota se levantou no susto, mas voltou a deitar quando lhe dei um tapa no rosto. O tapa foi espontâneo, nem ao menos pensei antes de agir. Estava muito irritada e decepcionada, mas não devia ficar preocupada com isso, Enid sempre foi minha grande decepção mesmo.

A garota me disse que negociou com uma das filha de satã pela minha saúde e só soube rir dela. Ela não tem nenhuma desculpa melhor?

A expulsei de minha casa sem pensar duas vezes, ela se agarrou as minhas pernas enquanto chorava e implorava para que reconsiderasse, mas não conseguia sentir nada mais, nada menos, do que raiva daquela bolinha de pelos. Ela acatou minhas ordens e saiu da minha casa. Eu ainda olhei pela janela para vê-la partir e pude ver o momento que ela abraçou uma garota e ambas saíram da frente da minha casa. Quem seria aquela garota?

— Você não acha que isso é um pouco demais? – Murray me perguntou.

— Não, ela merece. – Disse. — Ela que pensasse antes de abrir as pernas para qualquer pessoa.

Meu marido ficou em silêncio e meu filho foi para o quarto, ele estava triste pela irmã, mas decidiu não falar nada, ele também estava muito cansado da nossa caçada e precisava descansar um pouco. Fui até o sótão e peguei algumas caixas. Peguei um canetão e escrevi "doações" na frente antes de entrar no quarto de Enid e começar a empacotar as coisas daquela mal agradecida, mas na hora que peguei uma vela, minhas mãos começaram a arder e ao examina-las vi dois cortes de tamanho médio. O que é isso?

— Será que Enid estava falando a verdade? – Murmurei, porém, decidi espantar os pensamentos e continuei empacotando as coisas de Enid. Era por volta das três da manhã quando terminei de embalar tudo e decidi ligar para o padre Edgar. Ele devia estar acordado. — Boa noite, padre.

Pacto: Wenclair [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora