[🍼] CAPÍTULO 7: JEON JUNGKOOK ESTÁ EM UMA MARATONA

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Jungkook estava correndo para reconquistar a confiança e o carinho de seu ômega.

Fazia, agora, quase cinco dias desde que o casal teve uma pequena — talvez grande — discussão sobre os avanços incansáveis do menor em seu desejo de carregar os filhotes do alfa em sua barriga. Não era o que o maior estava planejando, na verdade, todo o seu plano foi por água abaixo quando Jimin entendeu as coisas da maneira errada e fez toda uma cena melodramática por um motivo inexistente. Ele achou que Jungkook estivesse pedindo por um tempo em seu relacionamento; na verdade, o homem apenas queria um pouco de espaço depois de ser duramente seduzido e sufocado pelas investidas incessantes tão sujas do mais velho.

Ele realmente sentia-se péssimo por todo o mal-entendido. Foi um erro de interpretação das suas palavras por parte do esposo e uma falta de percepção de si mesmo da situação. O maior odiava ver como as coisas terminaram, com ambos distantes um do outro e tratando-se como estranhos, desconhecidos, dormindo em camas e até em quartos separados, evitando-se dentro da própria casa e fugindo da conversa séria e adulta que esperava por eles.

Era uma situação de merda, ele sabia, mas Minnie estava sendo resistente à queda, era um pequeno ômega teimoso que se recusava a dar o braço a torcer, testando todos os limites da paciência quase nula do alfa. Jungkook tentava, diariamente e por diversas vezes, puxar assunto ou iniciar qualquer mínima conversa, mas o esposo era irritante e ignorava os seus chamados, fingia não ouvi-lo e sempre usava de deboche e sarcasmo para responder às suas perguntas. Aquilo irritava e frustrava o maior em excesso, deixando-o com dor de cabeça e o coração angustiado, perdido, quebrado no peito. Ele não sabia mais o que fazer para consertar as coisas e estava ficando sem ideias conforme os dias passavam e Minnie continuava em seu plano de ignorar a existência completa do marido.

O ômega parecia irredutível em sua decisão e Jeon até confessava sentir falta de seus truques diários e enganações maliciosas para levá-lo para a cama, de vê-lo andar meio nu pela casa vestindo somente uma de suas camisetas, de tê-lo grudado em si como um pequeno coala manhoso, preso em seu cangote e brincando por cima de sua marca de acasalamento. Seu lobo sentia saudades do menor, de seus caprichos e atitudes mimadas, de sua personalidade doce e gentil, de seus beijos macios e cheios de paixão, de seus abraços quentinhos e apertados, de seu péssimo humor e piadas estúpidas, de seu sorriso caloroso e sinônimo de paz, de amor, de casa.

Era uma droga não poder tocá-lo, não poder pegá-lo em seu colo e confortá-lo em seu abraço, marcá-lo com os seus feromônios até que o mais velho cheirasse apenas à canela e nada mais. Mas ali estavam eles, sem trocar mais do que cinco palavras um com o outro, frios e distantes, vivendo como dois desconhecidos sob o mesmo teto. A situação era insuportável e o alfa apenas gostaria de poder voltar no tempo e evitar toda aquela bagunça, aquele caos que machucava os dois na mesma força e intensidade.

Agora, o ômega estava deitado no sofá, envolto em uma grande manta, quentinha e fofa, meio felpuda e cor de creme, com a cabeça apoiada no encosto estofado e o corpo apoiado de lado, assistindo a algum programa bobo de celebridades na televisão, entretido em seu mundo e indiferente à presença do marido na cozinha.

Jungkook suspira, em uma mistura de irritação e tristeza, a feição exausta e pálida, sem muito ânimo, o corpo tenso e a cabeça doendo, latejando com pontadas chatas e incessantes. Ele não faz movimento nenhum para aproximar-se do menor, apenas continua ali parado, observando o esposo rir com as idiotices e brigas desnecessárias que as imagens da tela transmitiam, o fraco cheiro de morangos ainda resistente no ar e envolvendo todo o ambiente, deixando-o um pouco louco, mais carente, muito bobo.

Os sons agudos das risadas gostosas de seu garoto aceleram os seus batimentos e ele não consegue conter o próprio riso, avermelhando por inteiro ao ter a rápida atenção do outro sobre si, com o tronco parcialmente erguido no sofá e os mirantes curiosos e frios fixos no maior, o cenho franzido e a boca torta, um pouco surpreso e confuso ao ver o marido ali, escondido como um criminoso enquanto o assistia de longe. Jeon sente as bochechas arderem em chamas e desvia o olhar, virando as costas para o ômega e ligando a torneira para disfarçar, como se estivesse lavando as mãos, envergonhado e perturbado, sem esconder a tristeza ao ver a frieza presente no olhar alheio.

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