Guess Who

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- Jenny! Já para o quarto! - gritou Katy de sua cozinha. Morar naquele bairro de constante insegurança a fazia toda vez que a campainha tocava mandar sua filha para o quarto. Katy fechou a torneira e enxugou suas mãos, foi quando viu sua filha parada na entrada da cozinha.

- Mamãe, tem um homem batendo na porta - disse nervosa, Katy imediatamente sentiu um frio percorrer seu estômago. - Acho que é da polícia, ele tem um distintivo. - informou Jenny. Ela conseguira ver o homem pela janela, e ao estranhar tal figura resolveu alertar sua mãe.

- Suba já para seu quarto e não volte até eu chamá-la, está me ouvindo?! - ordenou Katy. Jenny sabia muito bem que não deveria contrariar sua mãe, foi então que a obedeceu e correu para o quarto.

Katy abriu a gaveta do armário e tirou uma faca, ela escondeu atrás de sua calça jeans e caminhou até a porta, levou seu rosto ao olho mágico e imediatamente o tirou, ela não poderia acreditar no que os seus olhos viram, era impossível.

- Katy... - a voz do homem parecia sair cantarolando o nome da mulher, ele bateu na porta duas vezes gentilmente, era como se ele soubesse que ela estava bem ali. - Eu sei que está aí, é melhor você abrir ou eu vou dar o meu je... - antes que o homem pudesse terminar de falar, a porta se abriu mostrando a mulher - Há quanto tempo... Bela com sempre - respondeu com um sorriso malicioso.

- Clifford. - ela não parecia feliz, na verdade, estava com medo e até raiva em rever o homem.

- Não está feliz em me ver? - Clifford entrou sem permissão e Katy não teve como impedi-lo. O homem deu uma boa olhada naquela casa e pela sua feição ele detestou cada centímetro daquele lugar.

- O que está fazendo aqui? Como me encontrou?! - sua voz era baixa, porém incisiva, ela não queria que Jenny ouvisse uma palavra.

- Você acha mesmo que eu deixaria você fora da minha vista? - o homem sentou-se na poltrona velha e continuou a olhar para a mulher. - Eu não poderia arriscar deixar você livre sem eu está a par de tudo.

- Tínhamos um trato, você nunca apareceria na minha vida novamente e eu nunca contaria a sua família sobre a filha que você teve comigo! - Clifford imediatamente se levantou e ficou perigosamente diante da mulher, ela não duvidaria que ele a agredisse.

- Você já sabe o que acontecerá se você mencionar essa bastarda para alguém, não sabe?! - sussurrou levando sua mão ao pescoço de Katy, a mulher deu um chute entre as pernas de Clifford que o fez grunhir de dor.

- Nunca ponha suas mãos sujas em mim novamente! - ameaçou.

Na parede que separava a sala do corredor estava Jenny, ouvindo cada palavra e tapando sua boca com a própria mão para não fazer nenhum ruído, seus olhos estavam arregalados mesmo sem presenciar a cena.

- Ninguém sabe que Jenny é sua filha e vai continuar assim, minha filha não merece você, não merece nem ao menos ouvir seu nome!

- Você não reclamou quando estávamos fazendo-o...

- PORQUE EU ESTAVA BÊBADA! - gritou e logo se arrependeu ao elevar sua voz, ela esperava que sua filha não ouvisse. - Você se aproveitou de mim! - Clifford não negou, ele lembrava muito bem o quão bêbada Katy estava naquele bar, e mesmo assim ele não a respeitou.

- Diferentes perspectivas. - retrucou dando de ombros. - Mas enfim, eu não vim aqui para falar do passado. - Katy temeu o que viria a seguir. - Eu encontrei sua filha, a que você abandonou, lembra? - Katy ficou paralisada e Clifford sorriu.

- O que você fez com ela?! - Katy se aproximou novamente do homem, pronto para agredi-lo.

- Sabe uma coisa que eu nunca entendi? Você sempre soube onde ela estava, nunca a perdeu de vista. - comentou.

Born To Die - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora