Going Back Home

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**FLASHBACK ON**

- Toni, Toni...

Toni em seus cinco anos de idade estava de volta mais uma vez para o orfanato, infelizmente a garotinha novamente não havia se adaptado à família, ou o contrário. A criança observava o carro ir embora e seus olhos por mais que quisessem encher de lágrimas, não saia nada. Uma das freiras pôs uma mão sobre o ombro da criança e isso fez Toni olhar para cima.

- Tudo bem, minha querida, tudo bem... - a mulher sabia que a criança deveria estar tão devastada quanto a própria freira, quebrava seu coração ver suas crianças sendo de certa forma rejeitados porque não se encaixavam no que as famílias procuravam. - Quer saber de uma coisa? - Toni apenas balançou a cabeça. - Eu não fui com a cara daquele casal, alguém muito melhor estar por vir, Toni... - Toni abaixou a cabeça e a freira abaixou-se.

- Eu sou ruim, irmã Grundy? - perguntou olhando para os pés. - Por isso nenhuma família me quer? - a freira imediatamente levantou o queixo da criança e negou, seus olhos já cheios d'água. - Deve ser por isso que minha mãe me abandonou, ela não queria uma filha ruim - a mulher abraçou Toni e apesar da criança sentir a rejeição dos outros, apesar de doer, ela não derramava uma lágrima.

- Você não é ruim, Toni. Nunca, jamais repita isso... Você é um pequeno anjo, eu sei que é. - Toni se abraçou ainda mais a única pessoa que parecia se importar com ela.

- Você não pode ser minha mãe, irmã Grundy? - a freira gargalhou e suspirou entre os cabelos da pequena, ela enxugou suas próprias lágrimas e logo depois soltou Toni.

- Não, querida, mas eu vou sempre estar com você, mesmo que alguma família maravilhosa a adote. - Toni se deixou sorrir com a esperança da mulher. - Sabe, família é um laço feito não por sangue, mas por amor... então você sempre vai fazer parte da minha família.

- Eu te amo, irmã Grundy - a mulher sorriu e levantou-se, deu sua mão para Toni e essa foi uma das poucas vezes que a criança se sentiu amada.

- Eu também amo você, Toni.

**FLASHBACK OFF**

[...]

- TONI!

Jenny mecanicamente abriu os olhos e levantou seu tronco, a garota parecia assustada, olhou ao redor e ainda ofegante lembrou que estava no quarto de Cheryl. A garota olhou para o relógio na escrivaninha e viu que marcava mais de duas da manhã, ela tirou a coberta de seu corpo e resolveu ir ao banheiro, molhou seu rosto e viu o quanto vermelha estava, parecia que seu sonho havia sido real. A garota respirou fundo algumas vezes antes de enxugar o rosto, então resolveu descer e ver se Betty e as outras mulheres ainda estavam ali, por mais que Toni a intimidasse, ela ainda queria a oportunidade de conversar com a irmã.
A garota descia as escadas tão lentamente que ninguém o ouviu se aproximando, calada ela observou a ruiva que andava de um lado para outro como ela via em filmes quando alguém parecia nervoso, seus olhos foram para o sofá onde Veronica e Betty continuavam ali, Veronica já adormecida, Betty atenta e preocupada com algo.

- Tee, eu sei que você está brava, mas estou ficando preocupada! Atende a droga do celular! - essa era a terceira ligação de Cheryl, a terceira no qual caia na caixa postal, a terceira e última ligação. As duas combinaram alguns códigos entre si, um deles é que se uma das duas não atender três ligações seguidas, significaria perigo, e em um ano Toni e Cheryl nunca deixaram passar de duas ligações. Cheryl desligou a ligação e levou uma mão a testa. - Alguma coisa aconteceu! Ela está em perigo. - disse olhando para Betty, a advogada podia ver o pânico começando a tomar conta da ruiva e isso a fez se preocupar ainda mais.

Born To Die - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora