16. Quem poderia amar um Monstro?

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Não revi!

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O corpo dela estava a tremer e a suar mesmo depois de ela se ter acalmado um pouco devido ao pesadelo. A respiração dela estava irregular quando ela fechou os olhos e escondeu o rosto nas mãos.

Porque é que ela não podia ter pelo menos um sonho bom? Porque é que o Harold tinha sempre de aparecer neles? Porque é que os sonhos dela pareciam tão reais? Porque é que o Harold não podia ser como aquele Zayn? Muitas questões estavam a percorrer a mente dela e ela sentia que a cabeça dela ia arrebentar a qualquer minuto.

Ela pensou que fosse uma boa ideia se ela apanhasse algum ar fresco, por isso ela decidiu dar um passeio pelo jardim.

Os tremores foram passando e ela acalmou-se por completo. Ela lentamente levantou-se e calçou os seus sapatos antes de abrir o guarda-fato para tirar de lá uma camisa de noite azul bebê muito linda. Claro que esta era um pouco à moda antiga.

Ela acabou por não encontrar uma vela, por isso decidiu ir sem uma. Ela também não ia demorar muito tempo, pois não?

Ela cuidadosamente abriu a porta e lentamente saiu do seu quarto, tentando não fazer qualquer barulho. Ela não sabia onde é que o Harold estava, por isso seria uma boa ideia ela manter a sua presença um segredo.

Ela podia sentir a frieza que estava a assombrar a casa assim que ela chegou à escadaria de madeira. A frieza da morte e solidão.

A escadaria começou a ranger enquanto ela a descia, o que fez com que arrepios percorrem a sua espinha. Finalmente, ela acabou por levar o seu corpo frio e trémulo até à porta da frente, desesperada por algum ar fresco.

Ela agarrou na maçaneta da porta antes de lentamente olhar para trás de si para ver se alguém a tinha seguido... mas não havia ninguém atrás dela, pelo menos ninguém com uma alma...

No momento em que ela tinha aberto a porta somente alguns centimetros, esta foi subitamente fechada por uma grande mão e depois ela foi brutamente pressionada contra a porta. Uma respiração fria podia ser sentida no pescoço dela enquanto ela tremia e os seus olhos se arregalavam. Ela podia sentir o peito de homem alto e forte ser pressionado contra as costas dela, e pela mão que estava na porta, ela soube imediatamente quem era.

"O que é que pensas que estás a fazer?" O Harold rugiu no ouvido dela.

O corpo dela começou a tremer nos braços dele. Ele não a estava a tentar assustar ou algo do género. Ele já estava assustado por si. Assustado por saber que ela podia voltar a tentar fugir outra vez. Deixá-lo sozinho naquele maldito castelo, para sempre.

"Eu-eu só queria ir dar um passeio e apanhar um pouco de ar fresco. Eu juro." A voz dela era fraca, mas ele não confiava nela completamente. Ela já o tinha magoado tanto só por o ter deixado uma vez.

"Tu estás a deixar-me..." Ele sussurrou no ouvido dela. "Tu vais me deixar apodrecer aqui sem o meu anjo precioso..."

Ele apertou o corpo frágil dela mais contra o seu e depois começou a beijar o pescoço dela, mordiscando o seu pescoço.

"Tu ao menos sabes o quanto me magoaste ao fugires, Rose?" Ele sussurrou e a sua voz quebrou um pouco.

"Eu não te ia deixar, Harold. Eu só queria apanhar algum ar fresco. Eu prometo." Ela contou-lhe honestamente.

Ele pegou no queixo dela e virou a cabeça dela para que eles pudessem olhar-se nos olhos, os lábios deles estavam apenas a alguns centimetros de distância e ela conseguia sentir a respiração fria dele contra a face dela enquanto ela afundava-se na beleza dos olhos dele.

The Beast (Tradução PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora