Capítulo 3

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A chuva caía impiedosamente, encharcando Sakura até os ossos. Seu coração pesava mais que a roupa molhada que grudava em seu corpo. Ela havia sido expulsa de casa, naquele momento em que mais precisava de apoio. No entanto, uma pequena esperança brilhava em seus olhos verdes enquanto ela buscava seu celular na bolsa. Se ao menos Hinata estivesse disponível para ajudar.

Com mãos trêmulas, Sakura digitou o número de Hinata e aproximou o aparelho molhado de sua orelha. O estrondoso som do telefonema não trouxe alívio, apenas a decepção de ouvir a inexistente resposta no outro lado da linha. Hinata não estava disponível naquele momento, e Sakura sentiu um nó de angústia se formar em seu estômago.

Ela olhou ao redor, buscando alguma forma de abrigo, mas suas opções eram limitadas. Ela não possuía dinheiro para chamar um táxi e não conhecia nenhum lugar onde pudesse passar a noite. Em sua mente, uma única possibilidade lhe ocorreu: ir até a casa de Hinata a pé.

Com determinação e coragem, Sakura começou sua caminhada na chuva torrencial. Os pingos gelados deslizavam por seu rosto, misturando-se com as lágrimas que ela mal conseguia segurar. A cada passo, ela sentia a gravidade de sua situação e sabia que precisava do apoio de Hinata.

As ruas pareciam desoladas, exceto pela fraca iluminação dos postes que pareciam cair em meio à tempestade. Sakura sentia-se perdida naquela escuridão, cada vez mais desamparada. O mundo parecia ter se voltado contra ela, expondo-a aos elementos hostis e à solidão avassaladora.

Enquanto continuava seu caminho, Sakura olhava para o céu negro, onde os relâmpagos cortavam a escuridão, criando breves momentos de clareza em meio à noite chuvosa. Uma sensação de desespero a invadiu.

Horas se passaram enquanto Sakura vagava sem rumo, uma gota de esperança restante em seu coração. Ela chegou ao bairro onde Hinata morava, exausta tanto física quanto emocionalmente. Seu corpo doía, mas sua motivação não diminuía.

Finalmente, Sakura avistou a casa de Hinata e bateu na porta com força, torcendo para que ela responderia. Nenhuma resposta se seguiu. Desesperada, ela continuou batendo com mais intensidade, mas o silêncio persistia. Em seu íntimo, Sakura sabia que deveria ter se preparado para a possibilidade de Hinata não estar em casa.

Com o último fio de esperança se esvaindo, Sakura caiu de joelhos, chorando desamparadamente naquela noite chuvosa. Um sentimento de solidão avassalador tomou conta dela. Ela se sentia abandonada. A chuva continuava a cair, encharcando seus cabelos rosa enquanto ela compreendia que estava sozinha.

Nas ruas escuras, Sakura ficou ali, vagando à deriva em seu mar de tristeza, nadando contra as correntes de desespero. O que o futuro reservava para ela e seu bebê ainda era incerto, mas Sakura prometia a si mesma que faria o possível para encontrar uma nova esperança em meio à escuridão que a cercava.

E assim, ela se levantou com uma última força, olhando para a noite tempestuosa. Sem saber o que o destino lhe reservava, Sakura decidiu seguir em frente, determinada a encontrar um abrigo e uma solução para seus problemas.

Enquanto Sakura continuava a vagar pelas ruas escuras e chuvosas, um carro preto surgiu ao longe, iluminando uma pequena parte do seu caminho. Sasuke, dirigindo em alta velocidade, avistou uma figura solitária sob a chuva incessante. Seu coração parou por um momento quando percebeu que era Sakura.

Sem hesitar, ele freou bruscamente, saltou do carro e correu em direção a ela, ignorando as gotas geladas que lhe atingiam o rosto. Sakura o avistou, seus olhos inchados ainda úmidos e seu corpo trêmulo de frio e exaustão. Uma parte dela queria se afastar, mas outra parte ansiava por ajuda.

- Sakura! O que está fazendo aqui sozinha? Você está completamente ensopada! - , exclamou Sasuke, sua expressão cheia de preocupação.

Sakura ergueu o rosto para encontrá-lo, seus olhos verdes brilhando com uma mistura de surpresa e tristeza.

Caos do amor (sasusaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora