X‐ pensamentos?

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[ Gatilhos, +16 ]

Kiara deitou-se em sua cama. Adormecendo...

— Mãe? — perguntou Kiara, entrando no banheiro do quarto de seus pais. — Mãe! Oque... eu vou chamar o pai!

O chão branco do banheiro, agora estava repleto de sangue.

— PAI! — gritou Kiara, descendo as escadas correndo — VAI CHAMAR O MEDICO! A MÃE TA TENDO UM ABORTO ESPONTANÊO!

o homem, encarou a filha. Desatando a correr. Kiara subiu para o banheiro. E viu sua mãe gemendo de dor.

Não quero perde-lo Kiara... Não quero...

Vai dar tudo certo Mãe! O pai ja foi buscar o medico e...

Mas antes que Kiara terminasse de falar. Um grito agudo e dolorido foi escutado a distancia. Lion, iria nascer? Sim. Não?

Os medicos entraram no banheiro. Puxaram Jasmine e a colocaram na cama. Kiara foi tirada do quarto por seu pai. Tinha apenas Seis anos. Não poderia ver aquilo.

Os proximos 30 Minutos, foram repletos de gritos. Kiara sentou-se escorada na parede. Esperando, para entrar no quarto.

Quando a porta se abre. E seu pai sai chorando de lá.

— Oque foi pai? — perguntou Kiara, o seguindo até a sala de estar.

Ela se foi, Kiara. Sua mãe morreu.

O homem, esperava que a menina desabasse. Chorasse ao prantos. Mas, ela, não o fez. Kiara se aproximou de seu pai, o puxando para um abraço. Kioto, era consolado por sua filha. Ja havia perdido tantas pessoas que amava. Mas nunca passou por sua cabeça, perder sua mulher. Sua alma-gemea, o amor de sua vida.

— E Lion? — questinou Kiara. Acariciando as costas de seu pai.

Ele esta bem... esta dormindo.

Jasmine havia morrido, para que Lion pudesse nascer.
Kiara morreria por Lion. Para que ele pudesse viver.
Kioto morreu por eles, para que eles
Pudessem crescer.

Aquilo era um ciclo sem fim. Arriscar sua vida pelo outro. Morrer pelo outro.... era assim que um Aquata nascia. Assim que cresceria, e assim que morreria.

[...]

Kiara acordou. Suas mãos tremiam, seu peito doia. Tudo doia.
Ela correu para cozinha. Só havia um jeito de fazer isso parar de doer.
Ela pegou uma faca, e...

Cortou lhes os pulsos. Ver aquele liquido pegajoso e gosmento, escorrer a fazia respirar

PLICK

o barulho das gotas de sangue caindo no piso da cozinha, a fazia esquecer de tudo.

PLICK

o chão ja estava totalmente sujo, e repleto de sangue. Seus pulsos agora doiam. Mas a calamaria a consumia.

PLICK

Kiara foi até o quarto. Enfaixando seus pulsos. Em seguida foi a cozinha, carregando alguns produtos de limpeza. Seus olhos foram ao relogio.
4:29 da manhã...

O chão, agora totalmente limpo. Kiara ja mais calma. E os ponteiros ja alterados.
Eram tão irreconheciveis.

Aquele chão, não era o de madeira. Que ela brincava com Lion.
Aquela Kiara. Não era a mesma, que demorava muito tempo para se acalmar.
E os ponteiros, não faziam parte daquele relogio grande e azul, que Kiara sempre chamava de feio.
Aquela não era sua casa, não era sua vida.

Entre o deserto e o mar | GaaraOnde histórias criam vida. Descubra agora