Capítulo dois.

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A festa parecia não ter fim. Faziam horas que estavam naquele palco, o grupo de amigos apreciava cada segundo, uns mais alterados que outros, festejando entre si ainda naquele camarote tão vago, cantando e gritando, comovendo até mesmo Rin a entrar na muvuca.

Hyoma havia bebido por uns minutos com Sae, quatro garrafas de cerveja foram o suficiente para deixá-lo alterado, enquanto Itoshi seguia tranquilo com sua enorme tolerância ao álcool, já havia pego outra garrafa para se entreter juntamente das músicas, nada entretido. A verdade é, se não fosse pelos seus amigos e pelo desejo de demonstrar gratidão pelo ato do cantor, Sae já estaria atolado em sua cama e em seu último sono, babando nos lençóis ou travesseiros, e era o que mais queria no momento; sua cama.

Não havia notado em si o que notou no irmão, ambos carregavam a mesma carranca de poucos amigos, e só piorou quando sentaram um ao lado do outro. Vendo o limite atingido, o restante dos rapazes preferiram diminuir um pouco, ainda animados quando puxaram assunto – mais um entre os bilhões já puxados na noite.

— ...e talvez por isso, eu corte o meu cabelo. — Chigiri concluiu seu raciocínio. Curiosamente, todos prestavam atenção.

— Mas seu cabelo é bonito como está, por mais que seja uma boa causa. — Isagi choramingou, deitando a cabeça ao colo do de mechas amarelas que estava sentado ao seu lado no chão. — Você tinha uma promessa a cumprir com ele, não?

— Sei lá, eu tô tonto. — Resmungou, piscando lentamente e levando a garrafa de água até a boca. — A ressaca vai ser insuportável.

— Vocês são muito fraquinhos. — Sae soltou, sendo rebatido por um dedo do meio lançado para si, o que causou risos para todos. — Eu não estou errado, Bachira, veja o estado de Hyoma após beber quatro comigo!

— Você é um monstro da resistência, Sae-chan. — Meguru cantarolou, sorrindo divertido. — Falando em monstro, o meu até que ficou quieto, sabe?

— O remédio pra esquizofrenia que a terapeuta passou está fazendo efeito? — A voz indiferente de Rin soou, mas logo ele riu, acompanhado por todos, menos pela "vítima do monstro".

— Ele é real! — Exclamou emburrado. Havia bebido um pouco também, mas não estava alterado.

— Nós sabemos, Bachi. Nós sabemos. — O amigo em seu colo afirmou.

— 'Wah, o Kunigami não chega nunca... — Um suspiro escapou dos lábios do ruivo bêbado.

— Vai falar com ele? Eu queria papear com o Raichi. — Em resposta, Yoichi comentou.

— Eu quero a minha casa. — Houve concordância assim que o Itoshi mais jovem proferiu, obviamente, por parte de seu parente mais velho.

— O show já deveria ter acabado, relaxem, logo estarão aqui. Pelo menos é o que eu acho. E se eles não passarem por aqui?

— Meguru, eu vou te dar uma tijolada. — O ruivo mais velho entre todos deixou escapar a fala por entre um suspiro.

O grupo não havia notado quando a música tinha mudado, nem quando o grupo havia deixado o palco vazio após a retirada de instrumentos, estavam bem conversando entre si, atentos uns aos outros, até o ruir da porta se abrindo fazer-se presente para que todos os que estavam ali, ouvissem. Os olhares se voltaram para a porta, logo mais foram passando-a os membros da banda, todos pareciam animados, com exceção de um amontoado branco, que era carregado por outro roxo.

— Ooh~ parece que alguém esperou por mim. — A voz sugestiva do cantor principal foi a primeira a soar após o silêncio carregado de ansiedade, seu olhar predador estava preso ao olhar frio esverdeado, qual o encarou com tédio assim que este lançou o pior flerte existente. — Boa noite, boa madrugada. Aproveitaram o show?

𝐑𝐎𝐂𝐊 𝐓𝐇𝐀𝐓 𝐒𝐇𝐗𝐗 𝐃𝐎𝐖𝐍!, 𝘀𝗵𝗶𝗱𝗼𝘂 𝘅 𝘀𝗮𝗲.Onde histórias criam vida. Descubra agora