Capítulo cinco.

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A festa havia chegado ao fim de acordo com a chegada da manhã, estava aquele mesmo clima ameno que cheirava ao cansaço alheio da pequena multidão que havia decidido ficar até o bom final. Alguns corpos de bêbados estavam estirados no chão imundo, havia uma poça de vômito em cada espaço livre, além do cheiro desagradável. Nada cooperava para o ótimo humor dos irmãos Itoshi, que andavam com as mãos agarradas, Rin guiava Sae até a saída da frente – o ruivo se recusou a sair por aquele beco podre.

Os olhos esverdeados estavam fechados, respirava apenas quando seu pulmão pulsava, e assim
foi durante os dramáticos quinze segundos que levaram para chegar até a entrada, apenas abrindo os olhos e respirando apropriadamente quando sentiu o irmão soltar sua mão, vendo que estavam no outro lado da rua, também vendo o grupo que os seguia.

— Férias, finalmente! — Mikage praticamente gritou às ruas, agarrado em Nagi, que parecia um sonâmbulo.

— Mal começou a trabalhar, cria vergonha. — Sentiu um tapa em sua nuca dado por Shidou que, sem vergonha alguma, já estava sem camisa no meio de todos.

— Você não tá nada diferente dele. — A voz preguiçosa de Raichi soou, enquanto o tal se espreguiçava. — Aí, o Kunigami não volta mais, né?

— Com certeza não. Chigiri deve ter dado um trato nele! — Os rapazes riram após a fala de Bachira que, mesmo cansado, ainda estava alegre.

— Já deveríamos ter voltado para casa. Vocês tem treino, esqueceram? E esse paspalho aqui não pode ficar faltando por conta de festinha. — Sae soou como o pai mandão que, no fundo, era, se referindo diretamente ao mais novo, que bufou.

De repente, Bachira e Isagi começaram a resmungar e lamentar, apoiando-se um no outro para isso enquanto reclamavam sobre o "papai Sae" ter retornado cedo, causando um pequeno alvoroço pela irritação do ruivo, ainda mais quando Shidou e Nagi se juntaram aos outros dois, não fazendo ideia do que estavam lamentando, mas fazendo pela diversão.

Como resultado, Sae saiu correndo atrás dos quatro para acertar-lhes um tapa. Em algum momento, o sapato de Bachira surgiu em sua mão, o mais velho então se acalmou quando o acertou na cabeça do amarelado, limpando suas mãos uma na outra logo ao que a canhota acertou as costas nuas do de pele bronzeada.

— Vamos, andando. Isagi, você pede um uber? — Perguntou enquanto os outros ainda se recuperavam da agressão recente, indiferente.

Shidou se atentou.

— Uber? Não precisa. Reo e eu dirigimos. Querem uma carona? — Ofegante, o loiro respondeu, vestindo sua camisa com certa dificuldade devido à ardência em seu ombro. Aquela mão era potente.

— Ei, meu carro não virou uma kombi.

— Calado mirtilo maduro. — Reo rolou os olhos e manteve os braços cruzados. — E então?

Era incrível como Ryusei mudava completamente quando se tratava sobre Sae. Sua voz até mesmo suavizava, e seu sorriso era sempre sugestivo, ao contrário da expressão enojada e insatisfeita que Itoshi passava o maior tempo com.

— E te deixar saber onde eu moro? — O mais velho sentiu um peso em seus ombros, notando ser Bachira, então envolvendo seus ombros com o braço para apoiar. — Não sou burro, mas eu realmente agradeço. — Respirou fundo, ninando o mais jovem com cuidado. — Aliás, agradeço a todos pelos ingressos, nova oportunidade para que eles se divertissem bem, e... — Os olhos encontraram aqueles rosados escaldantes, nada conseguindo esboçar, e parecendo pensativo. — Eles todos gostam muito das suas músicas e da banda em si, alguns mais do que outros, então obrigado. — Virou os olhos para o céu claro, ouvindo os resmungos de seu irmão enquanto ia pegar Meguru nos braços.

𝐑𝐎𝐂𝐊 𝐓𝐇𝐀𝐓 𝐒𝐇𝐗𝐗 𝐃𝐎𝐖𝐍!, 𝘀𝗵𝗶𝗱𝗼𝘂 𝘅 𝘀𝗮𝗲.Onde histórias criam vida. Descubra agora